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Categoria: Política Page 3 of 83

Serra à frente de Aécio, segundo The Economist

Brazil

Oct 9th 2008 | SÃO PAULO
From The Economist print edition

Pointers to the presidency

A good day for São Paulo’s governor

Serra hopes for the next clap after LulaFOR the past few weeks cars, motorbikes and even fishing boats across Brazil have been decorated with flags and stickers bearing the name of a candidate and the number of a party list. This visual bombardment has been backed up by jingles of maddening repetitiveness, blared out from lorries and cars, designed to hypnotise voters before they cast their ballot in the first round of municipal elections, which took place on October 5th.

The game is over

Do José Nivaldo Cordeiro:

(…) Eu me pergunto o que acontecerá politicamente nos Estados Unidos quando essa imensa classe média, que vivia ricamente, sem trabalhar, comprando e vendendo ações de seu computador pessoal, instalado em sua poltrona, descobrir que a brincadeira acabou. The game is over. Quando ela, a classe média, descobrir que seu imóvel não vale nada, que não tem comprador para ele, mas a sua hipoteca continua valendo. Essa gente vai entrar em desespero e toda vez que a classe média entra em desespero temos o caminho semeado para as tentações totalitárias. Nada de bom acontece quando a classe média se desespera e ela só pode escapar ao desespero quando os demagogos são desacreditados e os verdadeiros líderes assumem o comando da situação. A democracia só poderá sobreviver sob a liderança de gente moralmente superior. Onde estão esses líderes? Onde estão os homens egrégios? Não os vejo, vejo apenas demagogos falar à multidão. (…)

McCain versus Obama

Debates são eventos contraditórios por definição. Abrem espaço para indagações diretas entre os contestantes, mas engessam as respostas restringindo temporalmente a exposição dos argumentos. Em nada se parecem com seu ancestral medieval, a desputatio. Havia dois tipos de disputatios: a comum (ou ordinária) na qual a questão discutida era anunciada de antemão; e a quodlibetal, na qual os alunos faziam perguntas ao professor – sem que este tivesse conhecimento prévio das questões – e ele deveria respondê-las de pronto, fundamentando seus pontos de vista. Este era, aliás, o método em torno do qual a pedagogia escolástica girava. Ao contrário, os debates hoje são muito mais relevantes pelo estrago que podem causar à imagem pública dos candidatos. Nenhum tema é melhor explicado ou aprofundado. Os elementos cosméticos imperam sobre as questões substantivas.

O primeiro embate direto entre MacCain e Obama deve, portanto, ser lido pelo viés da construção da imagem pública, da luta pela determinação do ethos de cada um, do modo como a figura do candidato ficará impressa na memória do eleitor.

SNL: Tina Fey e Sarah Palin

A Tina Fey conseguiu fazer uma paródia incrível da Sarah Palin. A “Hillary Clinton”, completamente histérica, também está ótima. (Muito boa a parte em que a “Sarah Palin” diz que o famigerado aquecimento global ocorre porque Deus está abraçando a Terra mais apertadinho.) No último Saturday Night Live:

Ironia

Quem diria! Num paí­s com, talvez, a produção intelectual feminista mais consistente da história e quase toda de matriz democrata, a primeira mulher a galvanizar a atenção dos EUA numa campanha eleitoral presidencial (a segunda a concorrer como vice) acabou sendo exatamente uma conservadora. O impacto foi tectônico! Eis um trecho do que a escritora Camile Paglia escreveu sobre Palin na Revista Salon!

Conservative though she may be, I felt that Palin represented an explosion of a brand new style of muscular American feminism. At her startling debut on that day, she was combining male and female qualities in ways that I have never seen before. And she was somehow able to seem simultaneously reassuringly traditional and gung-ho futurist. In terms of redefining the persona for female authority and leadership, Palin has made the biggest step forward in feminism since Madonna channeled the dominatrix persona of high-glam Marlene Dietrich and rammed pro-sex, pro-beauty feminism down the throats of the prissy, victim-mongering, philistine feminist establishment.

Daí se vê o impacto do “furacão” Palin.

Chuck Norris e Sarah Palin

Recebi, via Human Events, um artigo do Chuck Norris (!!) no qual ele cita o Sarah Palin Facts, um site com o mesmo espírito do Chuck Norris Facts, para quem não sabe, uma das fontes de todas aquelas frases engraçadas do tipo “Não há botão Ctrl no computador do Chuck Norris. Chuck Norris está sempre no controle”. Ou ainda: “Chuck Norris está processando o MySpace por este ter tomado o nome que ele dá a tudo o que está ao seu redor”.

Dois dos “fatos” prediletos do Chuck Norris referentes à Sarah Palin:

“Uma vez, Sarah Palin esculpiu, num bloco de gelo, um retrato da Mona Lisa usando apenas seus dentes.”

“Sarah Palin é corajosa e valentona o bastante para barbear o Chuck Norris — e enfrentar seu terceiro punho disfarçado de queixo.”

Os meus prediletos:

“A Sarah Palin é a razão pela qual as bússolas apontam para o Norte.”

“Sarah Palin foi expulsa do Survivor por matar um homem e comer suas entranhas.”

“Certa vez, a Morte teve uma Experiência-de-quase-Sarah-Palin.”

“Na verdade, a Sarah Palin não tem sotaque — há apenas uma distorção na transmissão telepática feita diretamente do cérebro dela ao seu.”

Para quem ainda não entendeu o desespero dos Democratas, basta assistir ao discurso da Sarah Palin. (Ou ler a sua tradução segundo a Folha de São Paulo.)

Neither McCain nor Obama: Palin for president

É por ser dúbio que Obama, mesmo com superexposição na mídia, não vai ganhar esta eleição. Hoje, McCain tem uma vice que é melhor do que ele-mesmo, Obama e Biden juntos. É uma mulher que toma posição, que parte para a briga, uma líder. Não é à toa que o subject desta eleição seja: who’s ready to lead? (e como os americanos adoram o verbo to lead). Entre as opções, depois daquele discurso arrebatador, a resposta é incontestável: Sarah Palin!

Mas será tão importante o fato de Palin ter sido prefeita e depois governadora enquanto Obama era líder comunitário e popstar? Tenha certeza que sim! O confronto Obama x Palin, transforma o ongueiro em um líder de segundo escalão, além de ficar evidente que ele é bem menos preparado para liderar do que a candidata a VICE dos republicanos.

Deram um nó na campanha obamista e McCain pretende assistir tudo lá de cima.

O Obama deles e o nosso Obama

Uma breve nota sobre a eleição americana que pretendo estender ao Brasil lá no finalzinho do texto:

Nenhum comentarista ou correspondente colocou Sarah Palin entre os possíveis VPs de McCain. Salvo, para variar, Olavo de Carvalho, que, uma semana antes, dizia que ela seria a escolhida para atrair os conservadores que ainda viam com desconfiança o candidato republicano. Não eram poucos os sites e blogs americanos que defendiam a união com Palin – o que nos faz concluir que tais comentaristas andam ganhando muito para o pouco e incompetente trabalho. Mesmo assim, eu acreditava que uma disputa entre poderes e egos afastasse a possibilidade da governadora do Alasca incorporar à campanha. Claro, por outro lado, considerava a possibilidade, ainda mais depois do palpite do Olavão, que nos últimos anos tornou-se um verdadeiro profeta. Eis que nosso profeta acertou mais uma…

Nesta onda propagandista-obamista, depois do furo, a imprensa brasileira tenta se recompor apostando na “inexperiência” de Palin como fator negativo à campanha dos republicanos. Em primeiro lugar, Palin é candidata a vice; depois, levando em conta a experiência, ela como prefeita e agora governadora, leva uma imensa vantagem em relação a Obama, que é o candidato a presidente e tem como a sua maior habilidade ter sido… ongueiro. Ou seja: McCain teria a inexperiência como vice (e Palin não é de forma alguma inexperiente), enquanto Obama a tem em demasia no seu vice, enquanto não faz a mínima idéia do que seja o Poder Executivo. Já era de se esperar que toda a imprensa, constrangida, teria que ouvir calada o discurso de Palin desta noite:

“E, como nossos oponentes na campanha presidencial parecem menosprezar essa experiência, deixe-me explicar a eles o que o trabalho envolve. Eu acho que um prefeito de uma cidade pequena é como um ‘organizador comunitário’ (leia-se ongueiro!), exceto pelo fato de que você tem responsabilidades reais” (…)

“Mas eis aqui uma notícia para todos os repórteres e comentaristas: eu não vou para Washington para agradar às suas opiniões. Eu vou para Washington para servir ao povo deste país”!

Desta vez já não tenho mais dúvidas: Bye-bye Obama!

Ele ainda não sabe de nada?
Fazendo um paralelo do obamismo no Brasil, ergue-se um movimento para cortes de cabeças. A dita oposição pede a demissão do ministro da Justiça e do ministro do Gabinete Institucional, em função do escândalos dos grampos da Abin. Chego a ficar corado em ver a ingenuidade de pessoas que, queiramos ou não, representam as forças políticas do país. Ou mesmo de jornalistas tarimbados. No entanto, todos apostam mais uma vez na ignorância do molusco.

Aí, resta apenas perguntar a toda essa gente:

Quem é mesmo o chefe dessa porra?

O Rolex e o Celular

Digamos, por motivos de pura ironia, que seu nome era Christian, uma vez que se mostrou tão irritado — em outra conversa velha de um ano, que agora não vem ao caso — ao tratar das “desprezíveis” raízes cristãs (the christian roots) do Ocidente. Christian, um diretor de cinema brasileiro, basicamente de curtas-metragens, me foi apresentando como sendo curador de um relevante festival de cinema do Rio de Janeiro. “Não se preocupe”, me disse, “pelo que ouvi falar a respeito do seu filme, com certeza irei gostar muito”. Eu não estava preocupado, mas quis saber o que ele ouvira. “Ué, bróder, me disseram que o filme era uma porrada no estômago. Fiquei curioso. Se eu curtir, ele poderá ser selecionado pro meu festival.” Estávamos na festa de encerramento de mais uma edição da Goiânia Mostra Curtas, taças de vinho à mão, enquanto, ao nosso lado, uma fila se formava para o bufê que já começara a ser servido. Era noite e o pátio da Secretaria de Cultura estava abarrotado de cineastas, atores, políticos, empresários e culturetes em geral, todos muito satisfeitos em participar de um evento do gênero. Era como se uma atmosfera cosmopolitana tivesse subitamente descido sobre a cidade. Nada como testemunhar que o cinema goiano, em particular, e o brasileiro, em geral, parecia ter finalmente tomado impulso — muito embora não se soubesse exatamente em qual direção…

O rega-bofes patrocinado involuntariamente pelo contribuinte seguia seu curso, enquanto eu, Christian e o também cineasta João Novaes prosseguíamos rindo e conversando sobre temas diversos. A certa altura, lembrando-me da polêmica recente a respeito do sucesso do longa “Tropa de Elite”, decidi indagar:

“E aí, Christian, você gostou do Tropa de Elite? Seria interessante saber de um cineasta carioca se o filme afinal é fiel ou não à realidade.”

O cara mudou de cor instantaneamente, ficou branco, em seguida vermelho, então franziu o cenho e começou a disparar mil petardos contra o filme. Falava na velocidade de uma metralhadora, uma dessas que os traficantes costumam usar nos morros. Mais baixo que eu, Christian às vezes me olhava por cima dos óculos, o que tornava suas sobrancelhas mais ameaçadoramente expressivas. Dizia que o “Tropa” era o filme mais mentiroso e ridículo de todos os tempos, uma enganação com DNA hollywoodiano à qual apenas a massa estúpida poderia dar algum crédito.

“Acho que então faço parte da ‘massa estúpida'”, comentei, “porque achei o filme excelente.”

Obamistas do Brasil, uni-vos!

Seis candidatos inscritos como ‘Obama’ disputarán elecciones brasileñas

De los candidatos que aprovechan la fama del senador estadounidense, uno aspira a la alcaldía de Belford Roxo, en el estado de Río de Janeiro y el resto se postuló al Concejo de otros municipios.

Los aspirantes a las elecciones municipales de octubre próximo en Brasil se inscribieron con el nombre de ‘Obama’, en una clara referencia al candidato del Partido Demócrata a la presidencia de Estados Unidos Barack Obama, según datos del tribunal electoral citados por el diario O Globo.

El candidato a alcalde Claudio Henrique dos Anjos, de 39 años, se inscribió en las listas electorales como “Barack Obama de Belford Roxo” debido a que, negro como el senador estadounidense, también pretende ser pionero como gobernante.

“Quiere entrar en la historia como el primer negro a gobernar el municipio de Belford Roxo, así como Barack Obama quiere entrar a la historia como el primer presidente negro de Estados Unidos”, asegura Dos Anjos en declaraciones a O Globo.

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