blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Religião Page 1 of 30

Israel prepara ataque ao Irã

As Forças Armadas de Israel já planejam um ataque ao Irã, mas não vão contar com o apoio tático dos Estados Unidos, informa o Jerusalem Post.

Os oficiais israelenses admitem que o planejamento fica mais complicado sem os norte-americanos, principalmente por não contar com espaço aéreo iraquiano, por eles controlado. No entanto, afirmam que os preparativos estão a todo o vapor. “Estamos preparando ataques em larga escala”, disse o Major General da Força Aérea, Ido Nehushtan.

Segundo o colunista do Washington Post, David Ignatius, os Estados Unidos se opõem a um ataque israelense ao Irã por terra, pois apenas retardariam o programa nuclear iraniano ao invés de destruí-lo totalmente. Além disso, as conseqüências dos ataques seriam imprevisíveis.

Mas os oficiais israelis acreditam que o Irã, já em 2009, teria bastante urânio enriquecido para uma bomba atômica, o que justificaria o ataque.

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Matéria original (em inglês) no Jerusalem Post, aqui!

Lo que canto no es mi canto

Com exceção de duas ou três ligeiras asserções, muito me agradam as palavras do cantor e compositor argentino Facundo Cabral.

Mais uma de Barack

Talvez, antes de tentar retalhar Israel, a iniciativa de um acordo de paz deveria começar dissolvendo o pacto árabe para “varrer Israel do mapa”. Depois, passa-se a admitir alguma discussão com esses ignorantes.

Porém, para variar, o Messias mentiu mais uma vez e a tão sonhada CHANGE vai cada vez mais ganhando ares de um Clinton Revival. Até já querem ir além do tratado de Oslo. É o Times de Londres profetiza:

Barack Obama deve perseguir um ambicioso plano de da paz para o Oriente Médio, que envolve o reconhecimento do Estado de Israel pelo mundo Árabe, tendo em troca a retirada das fronteiras do pré-1967, informam fontes próximas ao presidente eleito.

Obama pretende sustentar seu plano numa iniciativa saudita da paz de 2002, endossada pela Liga Árabe e apoiada por Tzipi Livni, ministra das relações exteriores de Israel e líder do Kadima.

Embora a matéria informe que Livni apoia a proposta, ela e o presidente Shimon Peres já deixaram claro que o tal plano saudita é um ponto para iniciar as discussões, mas ainda algo muito distante de uma aceitação por parte de Israel.

No entanto, Barack havia prometido ao Comitê Americano Pró-Israel (AIPAC) dar apoio irrestrito a não-divisão de Jerusalém. Mais uma vez ele falta com a palavra, comme d’habitude. Menos de dois meses depois, ele pretende que os israelis abram mão da Cidade Velha, do Monte Moriá e as adjacências do Muro das Lamentações para que os árabes estabeleçam a sede do lendário Estado Palestino que era para ter sido criado a uns bons 60 anos atrás. Este é o preço para que reconheçam que Israel é um Estado, embora ninguém ainda tenha conversado sobre revogar aquela criminosa fatwa que conclama os muçulmanos à matança de judeus.

E ainda tem gente que ACHA que o Rahmbo vai amarrar sua faixinha na testa e fuzilar terroristas.

Um mojito para Obama

Já que o novo presidente norte-americano se propõe a “negociar” sem pré-condições com os caudilhos sudamericanos, pergunto: dá pra tomar uns mojitos antes?

PS: Modéstia à parte foto e mojito brought to you by me… 🙂

A razão é uma questão de fé

Da Ortodoxia, de Chesterton:

Com freqüência se diz que os sábios não conseguem ver nenhuma resposta para o enigma da religião. Mas o problema dos nossos sábios não é que eles não consigam ver a resposta; é que eles não conseguem sequer ver o enigma. Como crianças, eles são tão obtusos que nada notam de paradoxal na jocosa afirmação de que uma porta não é uma porta. Os latitudinaristas modernos falam, por exemplo, acerca da autoridade na religião não apenas como se não houvesse nenhuma razão nela, mas como se nunca houvesse existido razão alguma para essa autoridade. Não vendo a base filosófica da religião, eles não conseguem ver sua causa histórica.

A autoridade religiosa sem dúvida foi muitas vezes opressora e exorbitante, exatamente como todos os sistemas legais (e especialmente o nosso sistema atual) têm sido insensíveis e cruelmente apáticos. É racional atacar a polícia. Mais que isso, é maravilhoso. Mas os críticos modernos da autoridade religiosa são como homens que atacariam a polícia sem jamais ter ouvido falar de ladrões. Pois a mente humana corre um grande perigo concreto: um perigo tão prático quanto o latrocínio. Contra esse perigo a autoridade religiosa foi erigida, certo ou errado, como uma barreira. E contra ele algo certamente deve ser erguido como uma barreira, se quisermos evitar a destruição de nossa raça.

O perigo é que o intelecto humano é livre para destruir-se. Da mesma forma que uma geração poderia impedir a própria existência da geração seguinte com todo o mundo entrando no convento ou pulando no mar, assim um grupo de pensadores pode, até certo ponto, impedir a expansão do pensamento ensinando à geração seguinte que nenhum pensamento humano tem validade alguma. É inútil falar sempre da alternativa entre razão e fé. A própria razão é uma questão de fé. É um ato de fé afirmar que nossos pensamentos têm alguma relação com a realidade por mínima que seja.

Se você for simplesmente um cético, mais cedo ou mais tarde precisará perguntar-se o seguinte: “Por que ALGUMA COISA deveria dar certo, mesmo que se trate de observação ou dedução? Por que a boa lógica não seria tão enganadora quanto a lógica ruim? Ambas são movimentos no cérebro de um macaco perplexo”. O jovem cético diz: “Eu tenho o direito de pensar por mim mesmo”. Mas o velho cético, o cético total, diz: “Eu não tenho direito de pensar por mim mesmo. Não tenho absolutamente direito de pensar”.

Há um pensamento que bloqueia o pensamento. Esse é o único pensamento que deveria ser bloqueado. É o mal supremo contra o qual toda autoridade religiosa se voltou. Ele só aparece no final de épocas decadentes como a nossa; e o sr. H. G. Wells já desfraldou a sua desastrosa bandeira. Ele escreveu uma delicada obra de ceticismo intitulada “Doubts of the Instrument” [Dúvidas do Instrumento]. Nela questiona o próprio cérebro, e se esforça para eliminar toda a realidade de todas as suas afirmações pessoais, passadas, presentes e por vir. Mas foi contra essa remota destruição que todos os sistemas militares da religião foram originariamente enfileirados e comandados.

Os credos e as cruzadas, as hierarquias e as horríveis perseguições não foram organizados, como dizem os ignorantes, para suprimir a razão. Foram organizados para a difícil defesa da razão. O homem, por instinto cego, sabia que, se uma única vez as coisas fossem loucamente questionadas, a razão poderia ser questionada primeiro. A autoridade dos sacerdotes para absolver, a autoridade dos papas para definir a autoridade, e até mesmo a autoridade dos inquisidores para aterrorizar: essas são todas sombrias defesas erigidas em volta de uma autoridade central, mais indemonstável, mais sobrenatural de todas — a autoridade do homem de pensar.

Sabemos agora que isso é assim mesmo; não temos desculpa para não sabê-lo. Pois podemos ouvir o ceticismo invadir violentamente o antigo espaço das autoridades, e ao mesmo tempo podemos ver a razão oscilando em seu trono. Na medida em que a religião já desapareceu, a razão vai desaparecendo. Pois ambas têm a mesma natureza primária e autoritária. Ambas são métodos de comprovação que não podem elas mesmas ser comprovadas. E no ato de destruir a idéia da autoridade divina nós já destruímos em boa parte a idéia daquela autoridade humana pela qual efetuamos uma longa conta de dividir. Com um puxão demorado e constante, tentamos tirar a mitra da cabeça do pontífice; e a cabeça dele veio junto com a mitra.

Ortodoxia, G. K. Chesterton, tradução de Almiro Pisetta, Mundo Cristão, 2008.

Todos estão surdos

Siga a bolinha luminosa:

Entrevista com o Teólogo André Figueiredo sobre Swedenborg e a Nova Igreja

Introdução

Quando eu ainda morava em Belo Horizonte, o Yuri publicou no saite alguma coisa sobre Borges e Swedenborg. Na época eu já era fã de Borges e pesquisei mais sobre seu Guru na internet. Logo percebi que a despeito de ser teólogo e místico, Swedenborg tinha uma obra intelectual admirável e merecia no mínimo a atneção interessada que votamos aos grandes pensadores do ocidente, sejam eles filósofos sistemáticos ou não. Então fui estudando suas obras sem muito método, à medida que chegavam às minhas mãos, e tentando compreender minha própria realidade à luz do que ele dizia. Na época eu era um cético que começava a flertar com uma espécie de “Criastianismo Filosófico” – um cristianismo que convence mais pela explicação que pela força mística do ritual – e Swedenborg caiu como uma luva na minha cabeça cheia de contradições. Embora verse sobre assuntos de fé, ele com freqüência expõe seu pensamento numa estrutura filosófica com silogismos e premissas bastante claros. Além disso, sua Ciência das Correspondências é uma espécie de chave intelectual para a compreensão da linguagem poética, e um aspirante a ficcionista, como eu, não podia deixar de se deleitar com uma coisa dessas.

Alguns anos mais tarde me mudei para o Rio de Janeiro, e tive o privilégio de conhecer pessoalmente André Figueiredo, filósofo de formação e teólogo da Nova Igreja – Igreja fundada por Swedenborg, que tem uma sede aqui no Rio. André é uma espécie de enciclopédia viva sobre Swedenborg, pois se dedica não apenas a estudar sua Revelação, mas a colocá-la em prática como membro ativo da Igreja Nova Jerusalém. Sua inteligência rápida e apurada logo me impressionou, principalmente porque era a primeira vez que eu encontrava essa virtude junto a uma gentileza e uma paciência dignas de um monge. Nesta entrevista procurei explorar um pouco dessas qualidades, indagando a André sobre sexo, morte, casamento, religiões e outras questõezinhas que costumam atormentar as mentes em busca de respostas. Sempre quis fazer uma entrevista desse tipo, não só porque acho que Swedenborg e a Nova Igreja merecem ser divulgados num círculo mais amplo, mas também porque eu queria dividir com o pessoal do Karaloka – leitores e autores – um pouco das idéias que me ajudaram a compreender melhor o mundo da religião, das ciências, dos conflitos humanos e até da literatura de ficção. Nas linhas abaixo, acho que vocês poderão perceber que as obras de Swedenborg de fato se prestam a isso; e para no-las apresentar nada melhor que alguém que dedica a vida a compreendê-las. Então, chega de rasgação, e vamos às perguntas:

1. André, gostaria de começar esta entrevista com uma pergunta que deve ocorrer a qualquer pessoa comum, e acho que é uma questão que, de certa forma, ocupa o centro do interesse autêntico pela religião. Existe vida após a morte? E, caso exista, devemos nos preocupar com isso?

Existe sim vida após a morte. E qual a importância de se preocupar com isso? A morte é uma metamorfose, é um novo estágio do desenvolvimento humano. A morte antecede a ressurreição, e a ressurreição é uma regeneração, isto é, um novo nascimento. É algo semelhante ao que se processa com os insetos no processo da metaformose: a lagarta entra no casulo e se transforma, renasce como uma borboleta ou um inseto alado.

Da mesma forma, quando abandonamos este corpo, é como se o fizéssemos em relação a algum casulo que foi o útero de uma grande gestação e transformação, mas que é agora descartado. A metamosfose é uma imagem da regeneração e do novo nascimento. Mas há uma diferença entre a regeneração dos insetos em sua metamorfose, e a regeneração do homem para que ele de natural se torne espiritual. No caso dos insetos, este processo é espontâneo, isto é, simplesmente acontece quer o inseto queira, quer não. No caso do homem, isto não é uma fatalidade, mas depende de um esforço ativo e constante, uma decisão emanada do livre arbítrio.

São poucas as doutrinas hoje em dia que enfatizam a ciência da regeneração. Mas esta é a grande obra de todas as autênticas religiões: a regeneração do gênero humano. Assim se pronuncia Swedenborg sobre este ponto:

Que o homem deva ser regenerado, a razão o mostra claramente; com efeito, por seus país êle nasce nos males de todo gênero, e êstes amores residem em seu homem natural que, por si mesmo, é diametralmente oposto ao homem espiritual; e entretanto o homem nasceu para o Céu, e não vai para o Céu a não ser que se torne espiritual, o que se faz unicamente pela regeneração; daí segue-se necessariamente que o homem natural com suas cobiças deve ser domado, subjugado e revirado, e de outro modo êle não pode se aproximar de um único passo em direção ao Céu, mas se precipita cada vez mais no Inferno. Como não ver isso, quando se acredita que o homem nasceu nos males de todo gênero, e quando se reconhece que o bem e o mal existem, e que um é oposto ao outro; e quando se acredita que há uma vida depois da morte, que há um Inferno e um Céu, e que os maus vão para o Inferno, e os bons para o Céu? O homem natural considerado em si mesmo, quanto à sua natureza, não difere em nada da natureza das bêstas, é igualmente feroz; mas é tal quanto à vontade; entretanto difere das bêstas quanto ao entendimento; êste pode ser elevado acima das cobiças da vontade, e não somente as ver, mas também as moderar; daí vem que o homem pelo entendimento pode pensar, e pelo pensamento falar, o que não podem as bêstas. Qual é o homem de nascença, e qual será se não for regenerado, pode-se ver pelas bêstas de. todo gênero; será tigre, pantera, javali, escorpião, tarântula, víbora, crocodilo, etc.; se não fosse, pois, pela regeneração transformado em ovelha, que outra cousa seria senão um diabo entre os diabos do Inferno? Então se as leis do govêrno civil não detivessem tais homens nas ferocidades nascidas com êles, não se precipitariam um contra o outro, e não se degolariam, ou não se arrancariam até suas camisas? Quantos não há no gênero humano que sejam sátiros e príapos, ou réptis ou quadrúpedes? e qual dêstes ou daqueles não se torna macaco, a menos que seja regenerado? E’ a isso que conduz a moralidade externa, que aprendem a fim de esconder seus internos.

Porque admiro o pensamento cristão

Por isso:

Atenho-me, no caso, ao axioma clássico: ab esse ad posse valet illatio. A filosofia cristã existe. Logo, pode existir, ainda que as fronteiras teóricas desse poder-ser se apresentem, de Clemente de Alexandria à neo-escolástica e a Maurice Blondel, em perpétuo movimento. De minha parte, entrego-me ao exercício de um filosofar que respira, como diria Maritain, em clima cristão ou que tenta aspirar os ares que descem dos altiplanos teológicos. Nesse clima cristão cresce e frondeja a grande árvore do intellectus fidei, a um tempo filosófico e teológico, da qual me sinto pequeno e obscuro ramo e cuja seiva racional se alimenta incessantemente na experiência original da fé como “geratriz de razão” de que fala Etienne Gilson, e que é a experiência primeira e fundadora de todo pensamento cristão.

Henrique C. de Lima Vaz

Estamos todos nós, ocidentais, à sombra desta “grande árvore”. Embora nem todos apreciemos seus frutos.

Os Cientistas – por John Cleese

Alguém aí me enviou este vídeo — o Paulo? o Pedro? (ou será que vi n’O Indivíduo ou coisa assim?) — enfim, uma ótima tiração de sarro. Do podcast do John Cleese.

No quiero ser un ciudadano

Neste áudio, Facundo Cabral explica, com muito humor, como chegou a conhecer Cristo graças a uma prostituta (“Cardo Seco”). Em seguida canta No quiero ser un ciudadano.

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