Detalhe da fachada do Teatro Goiânia
Categoria: Umbigo Page 13 of 37
[Qualquer coisa], porra!
Qualquer filme brasileiro, a partir dos anos 1970 (ou será dos 1960?)
Não sei se a galera já percebeu, mas temos um novo colaborador no Garganta: o escritor, jornalista, artista plástico e fotógrafo paulistano J. Toledo, cronista do jornal Correio Popular de Campinas-SP. Toledo é autor da biografia Flávio de Carvalho – o comedor de emoções; do Dicionário de Suicidas Ilustres (para o qual eu e a Hilda Hilst contribuímos com o verbete sobre Mishima); das coletâneas de crônicas A Divina com mídia – crônicas bizantinas, Espiões da cidade e, publicado este ano pela Record, Dois uísques em Cafarnaum. O Toledo também assina a foto da Hilda com o dedo médio em riste na primeira página do site oficial dela. Enfim, o cara é excelente, ótimo papo e super gaiato. Eu e a Hilda costumávamos ler suas crônicas e telefonar para ele quase toda manhã. Juntamente com o Mora Fuentes, o Toledo era o Prozac dela.
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Seja bem-vindo, Toledo.
Detalhe da lateral do Teatro Goiânia
Malditos sejam…
Malditos sejam todos vocês!
Charlton Heston, na cena final de O Planeta dos Macacos (1968)
Quando Paulo de Tarso chegou em Atenas, ficou espantado com a quantidade de palradores que encontrou:
“Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade.”
Atos 17:21
É como se o texto falasse dos blogueiros de hoje. “Diaristas”, diria o Schopenhauer. Hablan, hablan, hablan… Por mim, tudo bem. O problema é a quantidade enorme de pretensos escritores que vão surgindo por aí apenas porque escrevem artigos em sites e publicam opiniões sobre tudo e sobre todos em seus respectivos blogs. Como eu mesmo venho fazendo e, por que não?, como o próprio Dostoiévski também fez. No entanto, o Ronaldo Roque é que está certo: escritores são aqueles que narram, que escrevem ficção, não esses que se deixam meramente engolir por seus blogs. Se Dostoiévski não tivesse mergulhado na ficção, ninguém hoje daria importância a seus artigos, crônicas e notas de jornal. O que fica é a Literatura. Aliás, já mostrei que dou conta do negócio. Mas tá na hora de continuar mostrando, do contrário, ficarei à margem do sentido da minha vida… 😛
Um dos meus sonetos, o Soneto Psicose, está classificado na 19ª posição entre os preferidos dos internautas na categoria “sonetos interessantes” do site Sonetos.com.br, que contém, no total, 9093 sonetos. Nada mau, né. (Bem, ruim mesmo só meus sonetos…)
Cinco
Ouviu a música com espanto, à espera de sua fonte. Aguardou, quieto, ainda afastado, e ouviu o seu fim. Veio o silêncio, a expectativa. Do portal, em vez da melodia, partiam batidas ritmadas, secas. Uma a uma, mais e mais rápidas, mais e mais próximas, uma para cada vida de seu peito. Uma a uma, passo a passo, foram se aproximando até por fim pararem.
Olhos fixos à frente, o peito vivo a tornar-se tenso, viu grossos dedos tocarem o portal e em seguida os olhos brilhantes. Yuri olhou para baixo e viu as batidas.
Janela lateral do Teatro Goiânia, inaugurado em 1942. Construído em estilo art déco.
Minha amiga Catarina Accioly e o diretor William Ferreira convidam para a estréia da peça “A Obscena Senhora D”, adaptação do livro homônimo de Hilda Hilst. Será dia 21 de Abril – aniversário de nascimento da Hilda – às 21:15h, no Teatro Goldoni, Casa D’Itália (Brasília, 208/209 sul). As apresentações subseqüentes ocorrerão de quinta a domingo, sempre às 21:15, até o dia 07 de Maio. Vale a pena!