Assisti ontem a Casa Vazia, filme do diretor sul-coreano Kim-ki Duk, premiado com o Leão de Prata de Melhor Direção no Festival de Veneza de 2004. O filme é muito bom, mas não me emocionou tanto quanto o maravilhoso “Primavera, Verão, Outono, Inverno e Primavera”, do mesmo diretor.
Em Casa Vazia, Sun-Hwa é um jovem que passa seus dias invadindo residências cujos ocupantes estão fora. Enquanto passa seu tempo, ele lava as roupas dos moradores e conserta eletrodomésticos quebrados. Numa dessas casas, encontra Tae-Suk, abusada por um marido violento, e os dois iniciam uma silenciosa história de amor.
Em termos de técnica cinematográfica, o filme é espetacular, embora não tenha o primor fotográfico de “Primavera…”. Nos 95 minutos de projeção, dos dois protagonistas, apenas Tae-Suk tem uma linha de fala. São os coadjuvantes que preenchem o filme com algum diálogo.
A Bravo do mês passado dedicou sua matéria de capa ao “Novo Cinema do Oriente”, afirmando que “é do outro lado do mundo que nascem os filmes mais inquietantes e originais da atualidade”, e citando cineastas como o próprio Kim-ki Duk, Wong Kar Wai (Hong Kong), o também sul-coreano Park Chan-wook – do impressionante “Old Boy” (2003) – e o japonês Takeshi Kitano, como alguns dos mestres orientais contemporâneos.
Não há dúvida de que as coisas mais revolucionárias em cinema andam vindo de lá. Mas, para mim, isso não é de hoje. Akira Kurosawa e Nagisa Oshima que o digam.
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