blog do escritor yuri vieira e convidados...

Velhinho caçando codornas atira no amigo

Se o cara não fosse vice-presidente dos EUA, provavelmente as manchetes seriam mais ou menos assim.

Me digam seriamente se eu sou um louco obsessivo. É ou não realmente relevante dizer que o cara era um companheiro de caçada do doidão do Cheney? Se não falam que era companheiro de caçada, qual seria a diferença então também de remover o “acidentalmente”. Poderia-se dizer simplesmente “Cheney atira em homem”. Vejam as manchetes em vários canais de mídia de diferentes localizações e orientações ideológicas. É um exercício de reflexão interessante:

Vice-presidente dos EUA atira sem querer em idoso (Terra)

VP Cheney shoots hunter by mistake (CNN)

Cheney accidentally shoots fellow hunter (AP)

Cheney Accidentally Shoots a Fellow Hunter (The New York Times)

Cheney accidentally shoots hunter (Al Jazeera)

Vice dos EUA atira em homem por engano (O Globo)

Cheney Wounds Fellow Hunter (The Washington Post)

Le vice-président Cheney blesse un septuagénaire lors d’une partie de chasse (Le Monde)

El vicepresidente de EEUU, Dick Cheney, dispara accidentalmente a un compañero mientras cazaban (El Mundo).

Anteriores

Kali Yuga

Próximo

“Qual a poltrona, senhor?”

2 Comments

  1. Escreveu o Olavo:

    “Qualquer principiante do jornalismo sabe que a exposição dos fatos exerce sobre o leitor uma influência mais profunda do que a opinião expressa. A verdadeira intenção de um jornal está na sua maneira de selecionar e ordenar as notícias, e não no que ele afirma nos editoriais.”

  2. O melhor deles, na minha opinião, é o do Washington Post. Outra coisa, os jornais normalmente recebem a informação de agências de notícias, cujo contrato prevê serviço completo, ou seja, título – olho – texto – foto. Logo, um erro inicial pode repetir-se exponencialmente.
    Sobre a constatação de que a disposição das matérias importa mais do que os editoriais…o que determina é o critério e não a disposição em si. Estes critérios são chamados de valores-notícia. Parte-se de um fato notável, singular, imprevisível e de natureza especial (cuja determinação como notícia obedece a seis níveis de influência: ação pessoal, social, ideológica, cultural, histórica, meio físico e tecnológico). Mas, é óbvio, há sempre um esquerdista safado mexendo os pauzinhos ideológicos de um modo que apenas os mais espertos (ou não cooptados) são capazes de perceber e por aí vai…

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén