Gosto, particularmente, de viagens pessoais. Por isso me interessei por Hora de Voltar, filme idependente dirigido e roteirizado por Zach Braff, um cara que faz a série televisiva Scrubs – que eu nunca vi. Passou esta madrugada num dos Telecines. Como nunca tinha ouvido falar de Braff ou deste filme, fui me surpreendendo com a história. É despretensiosa e funciona bem.
É de Braff também o papel principal. No filme, ele é um jovem ator de TV em Los Angeles não muito bem-sucedido, que vive permanentemente num estado letárgico por conta dos medicamentos que usa, prescrevidos pelo próprio pai psiquiatra. Ou seja, o pai ainda mantém grande domínio sobre o filho, apesar de viverem em cidades distantes.
Volta para casa, em Nova Jersey, após 9 anos de ausência, para o enterro da mãe tetraplégica. Começa aí sua viagem pessoal. Na sua pacata cidade natal, ele reencontra velhos amigos, faz uma nova amizade e exorciza velhos fantasmas. Não é nada criativo, reconheço. Mas o filme não é ruim. Talvez o defeito é que seja uma viagem juvenil demais.
Hora de Voltar tem um ritmo lento, mas contínuo, uma trilha sonora bacana que casa bem com essa lentidão e atores que dão boa veracidade aos personagens, entre eles Ian Holm, como o pai, e o próprio Braff. Mas o destaque é mesmo Natalie Portman, como uma mentirosa compulsiva.
yuri vieira
Rodrigo, estou vendo que estamos no mesmo fuso horário. Eu também assisti a esse filme madrugada passada e curti muito. Realmente não é dos mais profundos – e nem pretende ser – mas certamente encontra eco na psique de ao menos duas ou três gerações. Ou mais. Porque é um filme sobre a encruzilhada entre a vida adulta e tudo que a antecedeu. Muito bom. Bem divertido. O Braff e a Natalie Portman estão ótimos. (E ela, linda.)
Abração
Yuri