blog do escritor yuri vieira e convidados...

Você não acredita em pesquisas?

Que dúvida, hein? Jucelino ou as pesquisas? Eu escolho as pesquisas. Em primeiro lugar porque as pesquisas podem errar, é essencial em qualquer método. Já o Jucelino não tem direito a nenhum erro. Sua base metafísica (vamos chamá-la assim) o proíbe, afinal ele recebe suas análises do FUTURO – ou de alguém por lá!! Logo, se ele erra – e errou – isso prova que ele sabe tanto sobre o futuro quanto qualquer um, com a desvantagem de não sabermos ao certo como ele consegue as informações. Então é hora de abandonarmos o Prof. Jucelino ao seu destino, seja ele qual for. Mas e as pesquisas? Dá pra confiar nelas?

O tipo de pesquisa utilizado para determinar em quem uma pessoa vota é conhecido como survey, ou pesquisa de opinião. Utiliza um método quantitativo, a estatística (há métodos qualitativos também, como grupos focais, mas depois eu falo disso). Essencialmente, o fundamento científico por detrás de uma pesquisa de opinião é a racionalidade matemática. Trata-se, portanto, de quantificar.

Vamos supor que você quer saber qual é a opinião da sua família sobre a novela das 8. Nosso primeiro problema é saber como obter a informação dos seus pais, irmãos, cunhados e primos. Você pode perguntar diretamente, mas que tipo de pergunta você faria? Isso depende do tipo de análise pretendida. Se você só quer saber o que ela pensa, pergunte: o que você acha da novela? Contudo, esta pergunta não é boa, porque oferecerá dificuldade de tabulação. É uma pergunta aberta, o que implica que cada resposta vale em si mesma. Se, por outro lado, você oferecer opções fechadas e indenpendentes, a coisa fica mais fácil. Pegue um papel e escreva: você gosta da novela? E ofereça opções de resposta: sim ou não. Pronto. Cada sim conta como um e cada não como zero. Agora você pode quantificar a opinião da sua família e o resultado final vai depender da frequência com que cada categoria da variável aparecerá no cômputo final. Uma tabela de freqüência te dará as porcentagens, cujo cálculo dependerá do universo total pesquisado. Se 6 em 10 integrantes da família responderam sim, você tem uma freqüência de 6/10, ou seja, 0,6 ou ainda 60%.

A lógica é simples. Tenha algo em mente: pesquisas de opinião como as eleitorais, tomadas individualmente, não pretendem prever nenhum tipo de comportamento. Isso é importante. Pesquisas de survey não fazem predições. O que os marketeiros procuram, entretanto, é construir uma série histórica, ou seja, comparar o resultado de várias pesquisas ao longo do tempo. Com isso eles pretendem identificar tendências de comportamento no eleitorado e desenvolver estratégias para interferir nestas tendências em seu favor.

Bem, pesquisa a sua família é fácil. O tamanho da sua população é compatível com a consulta a todos os indivíduos. Sua pesquisa é um tipo de censo. Imagine agora que você queira fazer a mesma pesquisa com toda a sua cidade. No caso de Goiânia seria algo em torno de 1 milhão de pessoas. Aí começam os verdadeiros problemas das pesquisas. O primeiro deles é o seguinte: não podendo entrevistar todos, quantos são necessários para que eu possa inferir os resultados de uma pequena parcela para a totalidade da população pesquisada? Esta pergunta nos introduz numa teoria da amostragem, isto é, quais são as bases matemáticas para a aceitação de uma parte pelo todo? Atentem bem, há uma falácia argumentativa chamada “parte pelo todo”, mas não se trata disso. O que dá liga à inferência é sua base matemática (não espiritual ou metafísica). O cálculo da margem de erro, por exemplo, está diretamente ligado à amostragem selecionada.

Há várias formas de determinar uma amostragem, mas quase todas as pesquisas survey – por conta do tamanho da população – usam amostragem aleatória. Este texto em pdf que achei na Internet serve como pequena introdução (apesar do autor se confundir amiúde entre “senso” e “censo”). Felizmente, a maioria destes processos estatísticos já está informatizada. Estes são dois dos softwares mais utilizados atualmente. O Sphinx e o SPSS. O primeiro é mais didático enquanto o segundo oferece uma gama incrível de ferramentas (não apenas estatísticas, mas também de gestão de informação e de processos estratégicos de tomada de decisão).

A amostragem é um dos muitos pontos nos quais uma pesquisa pode errar. Mas depois de definida a amostra, devemos aplicar os questionários e aí aparece outro ponto nevral da fidedignidade das pesquisas: a formulação e aplicação dos questionários deve ser muito criteriosa. São famosos os casos em que pesquisadores vão pra casa, num dia de chuva, e preenchem eles próprios os questionários que deveriam aplicar. Isso gera um viés nos dados que implode a pesquisa.

Muito bem! Se você me acompanhou até agora paciência, estou terminando. O que eu quis mostrar acima é que há um CONHECIMENTO por detrás da realização de pesquisas cujos resultados são comprovados. No caso deste eleição, não só o IBOPE, mas também o Datafolha e o CNT/Sensus – com métodos e técnicas de pesquisa ligeiramente diferentes – chegaram a resultados semelhantes. Isto não garante a vitória do Lula, nem garante que não ocorram surpresas. Estatística é uma ciência aproximativa, mas com ela mandamos o homem à lua e de volta, e está é uma evidência bastante forte a seu favor.

Só há um modo para quem não entende nada de pesquisa ou de estatística colocar o resultados das pesquisas em xeque: ou apela para o viés ideológico dos institutos (a velha teoria da conspiração) ou apela para metafísicas de segunda categoria, como no caso dos que se vão afogando junto com o Prof. Jucelino. Enfim, ambos os argumentos mostram o “obscurantismo dos iluminados”. Absolutamente certos de suas interpretações, de terem visto a luz, fecham os olhos para outros tipos de evidências sem nem mesmo serem capazes de desqualificá-las tecnicamente. Ao que tudo indica Lula será reeleito. Tá na hora de parar de fazer proselitismo e pensar no que faremos com nosso futuro. Vem crise braba por aí…

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31 Comments

  1. Li só o primeira parágrafo do seu texto – por enquanto – e já tive a impressão de que vc não consegue diferenciar uma piada de uma proposição… 🙂

    Aliás, não sei de onde vc tirou a idéia de que confio mais no Jucelino do que nas pesquisas. Quem foi o primeiro deste blog a divulgar os erros dele? Eu. Vc anda muito nervosinho com aquela “bricadeira do copo”, Daniel. Até hoje?! Isso foi há mais de dez anos!! Quando vc irá superar a sacanagem que fiz com vc? Não tenho culpa se sou um dramaturgo de improviso tão bom que o entreti por duas horas com a conversa fiada de um copo de vidro metido a fantasma… 😉

  2. Paulo Paiva

    Yuri, o Daniel já tinha falado no post anterior que iria escrever sobre a metafísica barata do Juscelino da Luz. Quanto à brincadeira do copo, quando é que vc também vai superá-la? (ó o duplo sentido aí…). Toda vez que eu ou o Daniel não crermos em algo, será por causa da tal sacanagem? (uma das maiores que eu também fui vítima?).

  3. Bom, eu superei a tal conversa com espíritos no dia em que revelei que eu é que havia movido o copo. (Salvo engano, no dia seguinte.) E se me refiro a ela não é porque vcs estão deixando de acreditar em algo, mas porque o Daniel está levando mais uma brincadeira minha a sério. Eu estudei estatística no colégio, lá no Equador, e mais tarde durante o curso de Engenharia Florestal, na UnB. Conheço todas as justificativas, o blablablá sobre moda, variância, amplitude, média, não preciso de aulinha. 🙂 Talvez ele esteja grilado com um email que enviei sobre a possibilidade de se controlar os resultados das pesquisas. Minha piada apenas sugeria que a única forma de controlá-la seria enviar os pesquisadores para determinados locais: hospício, comitê do PT, porta do Bolsa Família, etc. Nada de modificar resultados hackeando um software ou escolhendo pesquisadores pró-lula. Apenas colocando-os nos lugares certos. (Ou errados.)

    Na verdade, o mais interessante é o pedido formal do Daniel, por email, me pedindo para não lhe enviar certas mensagens. Eu ia comentar algo a respeito aqui, mas chega de encher o saco do Daniel. O charuto lhe subiu à cabeça. 🙂
    []’s

  4. “NEM TUDO QUE CONSEGUIMOS PROVAR CIENTIFICAMENTE OU MESMO PROVAR RACIONALMENTE CONSTITUI O NÚCLEO ESSENCIAL DOS CONHECIMENTOS HUMANOS”
    TEMOS QUE ESPERAR DIA 29/10/2006
    O PROFETA JUCELINO, TEM ACERTADO SEGUNDO ESPECIALISTAS 97% DE SUAS PREMONIÇÕES, INCLUSIVE RECEBEU RECENTEMENTE UMA CONDECORAÇÃO INTERNACIONAL DO “PARLAMENTO MUNDIAL DE SEGURANÇA E PAZ”, PELOS SERVIÇOS PRESTADOS COM SUAS PREMONIÇÕES NA AREA AMBIENTAL. NÃO DEVEMOS SUBSTIMÁ-LO.
    O MOMENTO PEDE CAUTELA, E ESTA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA QUE É O PT É CAPAZ DE TUDO, PORQUE PARA ELES TUDO É LÍCITO MENOS PERDER.
    AGUARDEMOS E AÍ SIM VALE SUA PROSA.

  5. Pessoal desculpe por ter gritado(linguagem dos blogs) esqueci o caps Lock ligado , sempre o uso para não acentuar as palávras.
    Perdão, antes que alguém fale algo grosseiro.

  6. Circula pela internet um texto do Roméro Machado ex-auditor da Fundação Roberto marinho e ex controller da Rede globo. Atualmente é escritor no RJ tendo escrito livros polêmicos sobre a referida rede de televisão, mas sempre com provas irrefrutáveis documentadas.
    Seus livros são A Fundação Roberto Marinho(sic):
    AfundaçãoII Uma biografia de corrupção.
    Um novo escandalo Proconsult está sendo armado na cara de todo mundo.
    Para quem não sabe ou não lembra: O proconsult foi um dos maiores esquemas de corrupção eleitoral armado entre a Rede Globo, o Ibope e a Preconsult.
    O escandalo consistia em fabricar índices artificiais pelo Ibope, sendo divulgado com exclusividade pela Rede Globo, levando o povo burro a votar em quem aparentava estar na frente e por isso iria ganhar.
    Enquanto isso durantea eleição, a Preconsult ia falsificando os resultados para impedir que Leonel Brizola se elegesse Governador do estado do Rio de Janeiro.
    Brizola sentiu fraude e contratou o Instituto Pasquqlini, que fez uma apuração paralela e comprovou a fraude. Sabendo que não podia denunciar o escandalo no Brasil, pois a Mídia Brasileira é serviçal do Governo, vive de anúncio governamental, Brizola então convocou a imprensa internacional e numa entrevista coletiva denunciou a fraude eleitoral da Rede Globo, Ibope e Preconsult. Felizmente este roubo, esta fraude eleitoral, foi desmascarda e ficou conhecida como Escandalo do Preconsult.
    Sabemos n´os a situação financeira caótica da mídia brasileira, enrolada com a corrupção porque está enrolada com si mesma, não entrarei em detalhes se o Yuri quiser ele informa a situação das empresas de telecomunicações.
    E vcs ainda dizem para acreditar em pesquisas, veja o caso do Ibope com aquela merda da Kaiser. Vocês tomariam aquilo e dirim que é a melhor….

  7. Pois é, Jacqueline, foi exatamente esse o email que enviei ao Daniel. Se eu fosse aluno dele, certamente teria ficado de recuperação…

  8. É Yuri, eu fico na defesa do Jucelino nunca se sabe o que está programado lá em cima, e se tivermos de aquentar Lula e o PT mais 4 anos… Caramba devo ter colado chicletes na Cruz
    No meu desespero súplico a Deus todos os dias para que Alckimin ganhe e para que possamos respirar …
    Que Deus nos Ampare e leve a Marilena Chauí com ele

  9. Ah, Daniel, eu fiz uma pesquisa para saber se as pessoas acreditam mais em pesquisas ou se acreditam mais no Jucelino. 🙂

    Adivinhe qual o resultado até agora
    []’s

  10. daniel christino

    Yuri, filhinho, eu não estava falando de você. Eu sei que você provavelmente já leu ou estudou sobre quase tudo na face da terra. O seu e-mail e algumas discussões que andei lendo por aí insinuam que não se deve acreditar em pesquisas. É o tipo de coisa que me irrita bastante sim. Esses e-mails conspiratórios e outros spans do tipo “ganhe dinheiro sem sair de casa”. Não posso fazer nada quanto a esses, mas quando tenho oportunidade de excluir meu nome da lista ou filtrar o conteúdo – porque ainda quero ler e-mails seus – peço para não me enviar.

    Eu costumo escrever para o público do Blog, e senti necessidade de ser didático por conta do tipo de post que recebemos acerca do Jucelino. Só isso.

    Se você fosse meu aluno, com certeza reprovaria por freqüência.

    Em relação à brincadeira do copo, há duas perspectivas. A primeira envolve o pressuposto metafísico da vida além da morte e a possibilidade de sua verificação positiva. A segunda envolve o grau de confiança que se deve depositar em alguém disposto a testar os limites de suas teorias com os amigos. O primeiro problema é epistemológico (o que podemos saber?), o segundo é ético.

    Quanto à primeira perspectiva já está claramente provado que não pode ocorrer; a existência de vida após a morte é apenas uma possibilidade e isto não lhe dá nenhuma diginidade epistemológica. A segunda mostra claramente o quão bom é você em dramaturgia: consegue esquivar-se de um problema moral – a quebra de um pacto de confiança – apelando para o pathos do humor. É isso que você nunca conseguiu entender (ou melhor, entendeu, tanto que não perde a oportunidade de tocar no assunto para reforçar a idéia de que foi só uma brincadeira). O problema não foi eu ser enganado por você, mas o fato de que você colocou seu divertimento (ou suas experiências estéticas, ou suas leituras filosóficas, ou sua vivência) a frente da confiança que depositávamos uns nos outros naquela época. Aquilo nunca foi, para mim, um choque de egos, uma competição pela excelência. Foi simplesmente uma sacanagem de um amigo que, até aquele momento, não acreditava ser capaz daquilo. Não sei se já te disse isso, mas nunca te considerei um gênio. Você é só um cara bastante talentoso. Se eu quisesse ter respondido na mesma moeda, seu eu quisesse me divertir com você Yuri, teria dado um empurrãozinho quando você me ligou à beira do abismo, só para ver se você batia no fundo e voltava.

  11. Luiz Fernando Nubile

    Achei muito interessante a forma com que vocês estão discutindo os andares da nossa política. Sempre na busca de análises mais técnicas, e longe de ideologias.
    Na verdade, gostaria de dar a vocês um testemunho. Não aconteceu com o amigo de meu amigo, nem mesmo com o conhecido de meu primo. Aconteceu comigo mesmo.
    Eis que na semana do dia 20 de setembro, estava eu na rua Maria Antônia, no bairro de Hienópolis, São Paulo, quando fui abordado por duas avaliadoras do DataFolha.
    Inicialmente, perguntaram se eu poderia responder ao questionário de opinião eleitoral, o qual aceitei.
    Elas se identificaram com as respectivas carteirinhas, e começaram o questionário com a primeira e penúltima pergunta: “Em quem você votará para presidente???” que, tão logo realizada, respondi que votaria em Alckmin. Após isso, uma avaliadora olhou para a outra como se quisessem transmitir alguma mensagem que eu não deveria saber.
    Meio sem jeito, a que já estava me entrevistando realizou a segunda e última pergunta do questionário que, em tese, deveria durar uns 6 minutos: “Quantos anos você tem???”, e eu respondi que tinha 22 anos.
    Qual não foi minha surpresa, quando fui informado de imediato, que a pesquisa iria ser desconsiderada devido a minha idade??
    Fiquei indignado, e logo em seguida respondi: “Mas o voto não é ponderado minha filha!! Meu voto tem o mesmo peso do voto de uma pessoa de 60, 40 ou 50 anos. Tem a mesma equivalência.”
    Mas a “imparcial” avaliadora, me olhando com aquela “cara de pastel”, nada me respondia.
    E eu, como ultima cartada disse: “Quer dizer então, que se meu voto fosse pro Lula você consideraria, não é??? Aí minha faixa etária seria exatamente o que você estava procurando, não é??
    Bom, muito nervoso, saí do local indignado, imaginando quantas pessoas esse tal índice poderia, inescrupulosamente, conduzir á um voto viciado.
    Isso é uma amostra de quealgo muito estranho está acontecendo. Não digo que o Lula não esteja na frente não, mas tenho a mais absoluta certeza, que há alguma forma de manipulação, a fim de aumentar a vantagem que ele já tem, para fulminar com qualquer chance do outro candidato.
    Só faço votos para que as pessoas tenham opiniões mais firmes, e que o problema do povo brasileiro não seja a burrice, mas “somente” a falta de informação.

    Que Deus nos ilumine!!!

    Um abraço a todos!!!

  12. Como é cartesiano esse Daniel Cristiano.
    Relaxa!!!!!!!!!!!!!!
    “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que possa afirmar a nossa vã filosofia”

  13. Deixe-me pedir desculpas por escrever o nome dele errado senão…
    Daniel Christino

  14. daniel christino

    Se por cartesiano você quer dizer “certinho”, eu sou um pouco sim. Mas você tem que concordar que a turma do Jucelino dá nos nervos, não é?

  15. fiume

    (Bocejo) Tá meio esquisito este papo, esta lavagem antiga de roupa suja, sei lá. Acho que já já rola um beijo na boca a la Almodover.

    Aproveitando a oportunidade do assunto “pesquisas”, quero propor algum tipo de enquete (ou enquête), mais séria mas dentro do limite imposto por um blog, para ter mais informações sobre os leitores. Só dá pra saber que muitos não gostam do Lula e adoram o Juscelino de Tal.

    Tem como botar ali na lateral uma série de enquetes, que se alternam como a Bem-Dito, com perguntas sobre escolaridade, renda, posição política, etc? Seria algo para gente ir acompanhando quem são …

    Abs. R.

  16. fiume

    Tô indo, abs.

  17. Rodrigo
    Se alguém pagar um adolescente pra mexer no WordPress, acrescentar plugins e tal, eu topo fazer as enquetes na lateral. Eu sei fazer isso, mas cansei de gastar meu tempo com essas coisas técnicas, que consomem um tempo dos diabos. Quanto ao Daniel, vc tem razão, virou lavagem de roupa suja. Como a minha tá limpa há muito tempo – e ninguém precisa temer quando eu disser que estou me afogando, porque estarei mesmo, pode confiar – nem voltarei ao tema, já debatido neste blog há alguns anos atrás. Aliás, só li por alto os dois últimos parágrafos do comentário do Daniel, uma leitura dinâmica, evitando assim dar um tapa na minha pantera. Vivendo e aprendendo. 🙂
    []’s

  18. daniel christino

    Humm…miau!!!

  19. Paulo Paiva

    Hehehehehehe!

  20. Obrigado pelo comentário Luiz Fernando. Não sei se houve má fé das avaliadoras, mas me parece que a amostragem do datafolha é estratificada, ou seja, a partir de dados sobre a população (geralmente o censo do IBGE ou outra database) estratifica-se a amostragem e gera-se um percentual de questionários a serem aplicados baseados nesta estratificação. Logo, se há, no total da população de São Paulo, digamos, 30% de idosos, procura-se uma equivalência proporcional nos questionários. Assim, alguns pesquisadores são enviados a determinados locais para entrevistar uma faixa bastante específica de eleitores (algo como 10 questionários de eleitores na faixa dos 16 aos 21). Por isso te perguntaram apenas a idade (o sexo era evidente). O fato deles te entrevistarem na rua garante aleatoridade. Quanto aos olhares estranhos, não sei. Você descobrirá se a pesquisa foi bem feita no dia da eleição, mas o Datafolha está apostando sua reputação nisso.

  21. bruno costa

    Voltando à vaca fria, e respondendo a pergunta que intitula este post, muito pertinente aliás: eu não acredito nem em deus, quanto mais numa pesquisa do DataFolha (uma coisa não tem nada a ver com outra, né? eu também notei), que, diga-se, não pode nem será nunca auditada de forma imparcial, não se trata de colocar em xeque uma metodologia, mas de como ela é levada a cabo e se ela resistiria a uma avaliação isenta. Vejam o que aconteceu no primeiro turno, será preciso dizer mais alguma coisa? O depoimento do Nubile, acima, é revelador, se verdadeiro. Camaradas laríngeos, no que toca o reto sibilino do Juça, quanto mais patos acessarem este blog por conta dele, melhor para o pageview do Garganta! Deixa rolar! E Jacqueline, te cuida, minha nega, tá perigando eu te pegar pra Jamila. Vou te pregar numa cruz SM com pedrinhas de brilhante e te ensinar a não ficar citando o Bardo em vão nem a chamar os outros de “cartesiano” sem ao menos ter antes aprendido a friccionar direito o teu CapsLock, gata. Enquanto isso, na Finlândia, um acadêmico-cantor traduz as letras de Elvis para o latim.

  22. Pois é, Bruno. Se sua dúvida advém da prudência eu compreendo. Mas faça um cruzamento entre vários institutos independetes (IBOPE, CNT/CENSUS, DataFolha, Gallup) e verá que há um tendência nos resultados. Não será exato, por certo. Entretanto, pensar o contrário seria supor não erro, mas dolo. Aí caímos no pantanal das teorias conspiratórias. Além disso, “acreditar” é só um termo mais explosivo do que confiar.

  23. bruno costa

    Daniel, eu concordo com você, e também não sou muito chegado em teorias conspirátorias, há não ser no banheiro, onde elas podem ser lidas com algum proveito, desde que vc tenha senso de humor e uma prisão de ventre não muito obstinada. O típico leitor de teorias conspiratórias é um sujeito que se recusa a ler ficção sem que esta tenha alguma veleidade factual, é uma espécie de neurose. Em vez de se abandonar logo ao um livro de ficção científica delirante, ou de espionagem, ele “precisa” da ficção travestida de realidade. Tem gosto pra tudo nesse mundo, eu que o diga! Agora, e se as pesquisas são “puxadas” pra cima, com o intuito de conferir uma vantagem que não é tão grande assim a um determinado candidato, mas que vai obviamente favorecê-lo num país de miseráveis e imbecis (imbecil geralmente advém de ser miserável, pode parecer preconceituoso isso, mas não é, não é q

  24. Bruno,
    vc tem uma linguagem que por vezes não entendo(jamila) etc, e a pouco tempo fiquei sabendo que letra maiúscula é falar gritando.
    Mas acho que isso é apenas um detalhe que não influencia no meu raciocínio, nínguém nasce sabendo e estou aqui para aprender, como disse o Paulo Freire existe “saberes diferentes” E vamos mesmo parar de lavar roupa suja e o primeiro passo é sair da defensiva.

  25. bruno costa

    Foi mal, Daniel… o gato pisou no enter! continuando meu raciocínio trôpego (e Jacquelinda, não torra o saquinho, vai, olha a postura, menina, levanta a cabeça, para de citar como uma paralítica e deixa os outros lavarem a roupa suja se eles quiserem, vc parece revista de salão de beleza, credo!)

    Agora, e se as pesquisas são “puxadas” pra cima, com o intuito de conferir uma vantagem que não é tão grande assim a um determinado candidato, mas que vai obviamente favorecê-lo num país de miseráveis, imbecis, meliantes e ingênuos como o nosso? Ainda que haja alguma tendência, ou continuidade ou consistência nessas pesquisas, nós não fomos já enganados TANTAS vezes? Alô, Proconsult! Alô, primeiro turno 2006! Verdade seja dita, não há VERIFICABILIDADE NENHUMA (Olha o CapsLock aí gente!) nessas pesquisas!!! E o entrevistador olha na sua cara e decide, óbvio, se vai lhe abordar ou não!!! Sente o seu bafo e decide se vai incorporar ou não o que vc disser na sua pesquisa. Vc é um travesti negro e fudido, por que eu lhe abordaria na minha pesquisa! Vc é um empresário bem-sucedido, mas eu não vou conseguir subir ao seu escritório para entrevistá-lo! E se vc é um dos milhares de idosos que votam mas tem medo de sair de casa, vc não conta, caralho! Qual é a objetividade dessa pesquisa de merda desse bando de almofadinhas do DataFolha e quejandos? Zero. Para eles, o fulano na rua a caminho do traballho vale tanto quanto os que eu mencionei atrás. “Mas a margem de erro é de apenas…”, a margem de erro é uma entidade intocável, admito, todos podem errar, menos a margem de erro. A amostragem é ridícula, é pequena demais, direcionada demais! Há falhas óbvias e ululantemente evidentes em todos os estágios da pesquisa. Eu sinceramente acho que as pesquisas deviam ser ABOLIDAS. Que grata surpresa não seria! Mas peraí, resta o problema das urnas fraudadas. Acorda, gente, isso aqui nunca foi nem nunca será um estado de direito! Cada um que saiba em quem vai votar ou não e ponto. Qual é mesmo o propósito de sabermos em quem você ‘supostamente’ vai votar? Pesquisa, no Brasil, só serve a um propósito: manipular, mistificar a opinião pública. Duvida? Vc é ingênuo, sinto muito. (Não estou me referindo a vc não, Daniel!)Mas claro, eu posso estar errado, e gostaria de discutir mais sobre isso. Ao contrário do Molóide mandatário, quando me provarem o contrário, eu não vou choramingar “eu não sabia!”

  26. agora é a minha vez: hehehe. 😉

  27. bruno costa

    A tempo: se as urnas ratificarem a pesquisa isso significa necessariamente que a pesquisa estava correta ou pode significar também, entre outras possibilidades, que a pesquisa mesma influenciou o resultado? Pode a pesquisa influenciar o resultado? Como aferir isso? Alguém algum dia terá vontade de aferir isso? E Daniel, eu não estou tão seguro assim de que entrevistar alguém na rua garanta aleatoriedade, só o fato de ser na rua, já é uma determinação. A menos que aleatoriedade signifique entrevistar alguém na rua, no horário comercial. Eu, por exemplo, nunca estou na rua, por causa da natureza do meu trabalho. Serei eu o único freak caseiro de Pindorama? É mais ou menos, guardadas as devidas proporções, como o paradoxo da música dita aleatória, uma das mais estranhas teratologias da música erudita contemporânea (ai que saudades do Ives!). Estamos falando de sacudir num baleiro dadaísta os doze tons da escala temperada? Já vai aí determinação pra dar com pedra! Aleatoriedade sem uma subseqüente organização nunca poderá ter status de arte! É o contrário mesmo da atividade artística que pondera, que molda, que escolhe e organiza. Por que eu estou falando disso mesmo? Agora é tarde.

    Sobre o lixo pós-moderno

    Fico puto com o bando de canalhas pós-modernos que tomaram não a arte, mas o espaço antes dedicado a ela, de assalto. Alguém realmente acha que encher uma jacuzzi de chocolate derretido e ligar os jatos de hidromassagem é ARTE? Dispor um monte de cacarecos andrajosos num canto e dar a isso o título de “Minha mãe menstruada com Pollock” é arte? Santo deus, valei-me! É como eu digo, me dê uma semana e um caminhão de lixo e eu faço uma Bienal de Arte sozinho, ganho prêmio e poso de grande demiurgo pós-qualquer nota. Basta não ter talento nenhum, não saber desenhar, pintar nem esculpir, mas ter um feeling federal para títulos empolados e ridículos. Nenhum artista sério se intitula pós-moderno, a menos que ignorante de história. Pode-se fazer arte com lixo? Claro, desde que acha algum processo inventivo significante, desde que haja algum tipo de organização dos materiais, mesmo que essa organização seja para representar a desorganização. O pós virou muleta de pseudoartistas sem nenhuma habilidade para nada. Ano passado um maldito inglês empilhou um monte de caixas onde se lia ‘jardim’, ‘felicidade’, ‘meu cu’ e ai de quem não entender!!!

  28. Paulo Paiva

    Bruno, seu post “Sobre o Lixo Pós Moderno” está no lugar errado, bitcho! Ele tem que entrar na página principal! Quando é que vc vai deixar de ser tão tímido? Vamo lá, rapaz! Entra de uma vez!

  29. Marcelo

    Bom dia!
    Demorei mas achei algo com bom conteúdo na net, este blog é ótimo. Parabéns.

  30. Vin

    “Estatística é igual biquini, mostra tudo e não mostra nada” disse um Zeca Tatu no auge de sua inteligência!

  31. Alex seu amigo

    Ó dúvida da dúvida

    Particularmente, não posso escolher Jucelino nem as pesquisas! Também não estou dizendo que não acredito neles, entretanto, de um ponto de vista analítico ambos podem ser totalmente falhos.
    Tomando a neutralidade dos lados, podemos evidenciar que mesmo uma decisão que acreditamos ser 100% certa hoje, está sujeita a modificações em nosso ser, no decorrer do tempo (segundos, minutos, dias, semanas, anos, etc)…. Em segundos, podemos modificar totalmente ao oposto uma decisão que antes acreditavamos ser certa ou verdadeira. Podemos mudar de uma decisão para outra, por influências, obstáculos, medos, facilidades, planejamentos e todos critérios deliberados de nossa razão em função do que acreditamos ser correto e que melhor vamos nos adaptar. Todas possibilidades nos levam a diferentes alternativas e essas por consequência, provocam diferentes reações em nossa forma de afirmar e opnar.
    O tempo também ajuda transformar opniões e decisões, pois sendo volátil, é um veículo através do qual temos a oportunidade de medir e argumentar, e desta forma ajustar e formalizar nossos critérios às premissas que melhor vão nos favorecer.

    Tudo está sujeito á transformação de escolha, tudo é possível no impossível !!!

    “Podem enganar algumas pessoas o tempo todo;
    Podem enganar todas pessoas por algum tempo;
    Mas não se pode enganar todas pessoas o tempo todo.”
    Abraão Lincon

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