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Pronunciamento do senador Mão Santa

No blog do Vinicius Dorian, Telemetria Mundana: “Aqui não será a Venezuela 2. Nós não vamos deixar”.

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P.S.: A inveja só vem após a percepção de características alheias que se pretende se não superá-las ao menos emulá-las. Mas quem pode competir com a corrupção petista? Não um amador como o tal Mão Santa…

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15 Comments

  1. pedro novaes

    Eu acho a forma de vocês fazerem críticas aos petistas cada vez mais parecida com a deles criticarem os outros. Vale até discurso do Mão Santa, um sátrapa oligarca, ex-aliado do PT e primeiro e único governador cassado do Brasil! Tenha paciência.

  2. Argumentum Ad Hominem

    Argumentum ad hominem literalmente significa “argumento dirigido ao homem”; existem duas variedades.

    A primeira é a forma abusiva. Se você recusa a aceitar uma afirmação, e justifica sua recusa criticando a pessoa que fez a afirmação, então você é culpado de argumentum ad hominem abusivo. Por exemplo:

    “Você clama que Ateus podem ser morais – porém eu descobri que você abandonou sua esposa e crianças.”

    Isso é uma falácia porque a verdade de uma afirmação não depende das virtudes da pessoa afirmando-a. Um argumentum ad hominem menos descarado é rejeitar a proposição baseada no fato que isso também foi afirmado por outra pessoa facilmente criticável. Por exemplo:

    “Portanto nós devemos fechar a igreja? Hitler e Stalin teriam concordado com você.”

    Uma segunda forma de Argumentum ad hominem é tentar persuadir alguém a aceitar uma afirmação que você faz, referindo-se às circunstâncias particulares dessa pessoa. Por exemplo:

    “Portando é perfeitamente aceitável matar animais para comer. Eu espero que você não argumente de outra maneira, dado que você está feliz em usar sapatos de couro.”

    Isso é conhecido como Argumentum ad hominem circunstancial. A falácia pode também ser usada como uma desculpa para rejeitar uma conclusão particular. Por exemplo:

    “Claro que você iria argumentar que discriminação positiva é uma coisa má. Você é branco.”

    Essa forma particular de Argumentum ad Hominem, quando você alega que alguém está racionalizando a conclusão por razões egoístas, é conhecida também como “envenenando o bem”.

    Não é sempre válido referir-se às circunstâncias de um indivíduo que está fazendo uma reclamação. Se alguém é um conhecido perjurador ou mentiroso, o fato irá reduzir sua credibilidade como uma testemunha. Isso não irá, entretanto, provar que seu testemunho é falso nesse caso. Isso também não irá alterar a sensatez de nenhum argumento lógico que ele possa fazer.

    Nada a acrescentar.
    []’s

  3. daniel christino

    Para além do ad hominem, acho que algumas posições têm consequências. Já que o Yuri vai dançar com o diabo, o melhor mesmo é abraçar firme e deixá-lo fungar no cangote. Eu nem leio nem flerto com esse tipo de gente.

  4. Diabo? Ahahaha. Apesar da minha, como dizia a Hilda Hilst, acídia das últimas semanas, terei de replicar a isto. Primeiro quero ser o primeiro a citar, aos desinformados, o que faz do Mão Santa uma Mão Demoníaca:

    O senador Mão Santa (PMDB-PI), médico, destilou seu veneno contra o atual governo que, segundo ele, “não impede a corrupção que se espalha pelo país, como um câncer que deu metástase”. O senador piauiense acusou o presidente Lula de “não estar preparado para exercer o cargo”. Competente mesmo deve ser o doutor Mão Santa, apesar de ter sido cassado do governo do Estado do Piauí, em 2001, por ter burlado a lei eleitoral que proíbe a personalização de propaganda dos governos e, desta forma, ter usado verbas estaduais em campanhas para a sua reeleição. O senador Mão Santa é um político comprometido até a medula com escândalos que envolvem nepotismo e inserção de centenas de pessoas na folha de pagamento do Estado em troca de seus trabalhos como cabos eleitoras a serviço de sua reeleição. Mão Santa considera “um absurdo” que tenham cassado o mandato do deputado federal Antônio José Moraes Souza, seu irmão, somente por que este distribuía amostra grátis de Viagra no interior do Estado, em troca de voto. Como se pode observar, o próprio doutor Mão Santa, atualmente senador pelo Piauí, pode ser considerado uma dessas células cancerosas proveniente da lesão principal. (Fonte)

    Bem, eis o homem. Se não vale nada como político, menos ainda valerá o Lula e sua corja que multiplicaram por cem mil a corrupção (vide Mensalão), o uso de verbas federais para propaganda, a ocupação dos órgãos públicos pelo partido, a concessão de vantagens à família (vide Lulinha e ex-Canal 21), etc., etc., sem falar de coisas estranhas como as mortes de Celso Daniel e testemunhas, as conexões com as FARC, MST, MIR, Hugo Chávez e Fidel Castro através do Foro de São Paulo, e coisas do gênero. Se Mão Santa é o diabo, Lula é Lulúcifer.

    Mas a questão não era essa. Eu não manifestei nenhum apoio ao cara, vcs é que viram isso por si mesmos. Apenas publiquei o link para o pronunciamento. Segundo o critério de vcs, até a TV Senado é pró-Mão Santa e defensora das idéias dele, afinal, tá lá no site o mp3. Besteira. Eu só achei digno de nota o fato de alguém, dentro do Senado, ainda se lembrar e se dar ao trabalho de falar sobre a corrupção e os crimes do governo Lula. Eu achei que todos haviam esquecido. Não sou cabo eleitoral do Mão Santa, nem de ninguém. Nunca andei com estrelinhas do PT, tal como o Pedro e o Paulo em 2002, para meu espanto de então. Não é porque o cara não é um político decente que não está falando a verdade ali. Tudo se dá como se, ao correr pela chuva, vcs dessem de cara com Hitler a lhes dizer “Está chovendo”, e vcs “Mentira! Vc é o Hitler, não está chovendo!” e a chuva caindo… “Tenha paciência”, diz o Daniel. Ahahahaha. Ora, caia fora como o Alex e a Jamila, se quiser. Eu mesmo já tô de saco cheio disso aqui. Prefiro ler o Olavo, o Mainardi e o Reinaldo Azevedo.
    []’s

  5. Vin

    Yuri,

    É como Diogo Mainardi escreveu “considero a ofensa pessoal um instrumento retórico legítimo. Não me queixo. Não me escandalizo”. Assim sendo, independete de ser ou não “argumentum ad hominem”, o pronunciamento do senador Mão Santa, estando ele dentro do PMDB (uns dos motivos para eu linkar no blog), e sendo o PMDB um aliado do governo petista (sui generis), o que ele disse não é mentira. E tem outra: quando o “oligarca” MS foi cassado do posto de Governador, ao menos ele aceitou as “regras do jogo” do Estado Democrático de Direito, coisa que Lula ignora e finge não existir em seu comando (vide as milhares tentativas de impeachment engavetadas pelo seu mui amigo comunista Aldo Rebelo).

    Ah, aliás, gostei pra caramba do seu exemplo – Tudo se dá como se, ao correr pela chuva, vcs dessem de cara com Hitler a lhes dizer “Está chovendo”, e vcs “Mentira! Vc é o Hitler, não está chovendo!” e a chuva caindo… – hahaha, elementar, como sua cristalina inteligência.

    Abraço!

  6. daniel christino

    Acho que tudo se resume a uma questão de elegância e gosto. Podendo citar Paulo Coelho, porque deveria recorrer a Bruno Tolentino? Ao escolhermos quem fala por nós, escolhemos também quem nós somos. Como sei que você nada tem em comum com o Mão Santa (aliás, que nome mais pio não?) me irrita que você queira associar-se a ele. Como disse, é uma questão de gosto.

    Além disso, seu exemplo está errado. O correto seria mais ou menos o seguinte: ao corrermos sobre o asfalto molhado, damos de cara com vc, que nos diz: “estive com Hitler, e ele me disse que acabou de chover”. Então pensamos “o que diabo o Yuri estava fazendo com Hitler?”.

  7. Bom, Daniel, não deixa de ser engraçada sua versão do caso da chuva, embora completamente distorcida. 🙂

    Mas imagine o seguinte: o Paulo Coelho diz algo importante, com base no real, de cuja percepção vc compartilha (a imaginação não tem limites, hehe); por alguma razão qualquer o Bruno está ocupado com outra coisa e não se pronuncia. Logo, vc: ou cita o Paulo Coelho, ou não cita ninguém, ou, para tentar se imantar com a aura alheia, decide mentir e atribui o que o Coelho disse ao Tolentino. E agora, José?

    Tem algum senador que preste metendo o pau no governo Lula com todas as letras? Se vc me passar o discurso dum cara assim, apago este post. (Eu tô com preguiça de ficar por conta disso, não sou investigador.) Porra, Lula federalizou o que o tal Mão Santa fez meramente a nível estadual e de forma amadora, e vcs ficam pentelhando…
    😛

  8. Vin

    O Daniel apelou erísticamente falando…

    Pô, Daniel, não precisa forçar a barra, né. Um pecador, um mendigo, um monstro, um corrupto, um “Paulo Coelho”, enfim, até um burro (como Jesus utilizou-se de um) é capaz de dizer verdades sem que estas se tornem menos eloquentes por se tratar de fulano ou ciclano. Esse seu “gosto” e “elegância” é meio que, digamos, duvidoso, não?

    Não seria isso um “algum delírio megalômano adquirido lá nos confins da infância” ou um “espírito mesquinho e marketeiro da vaidade intelectual”?, como vc escreveu em seu artigo-propaganda “a labuta acadêmica”.

  9. daniel christino

    Bem. O Reinaldo Azevedo vem dizendo a mesma coisa há muito tempo. O Roberto Romano também. Poxa! Tenho mesmo que cumprir todo o rosário?? Acho que não. Não enchi o saco quando você citou o Jefferson Perez, enchi?!

    Não, Vin, meu gosto não é duvidoso. Há referências e há referências. Elas nos dizem de onde viemos, que caminhos percorremos até chegar aqui. Você pode fazer filosofia a partir do Caetano Veloso ou de Nicolau de Cusa. Não podemos igualar o que não é igual. Na hipótese do Yuri, o Bruno Tolentino não se pronuncia, se fosse esse o caso não teria porque discordar. Mas realmente faltam referências críticas sobre a capacidade totalitária ou moral do governo do PT???

    É por isso que mantenho minha analogia (desculpem, não é um exemplo) como a formulei. O que me espanta não é o que diz Hitler, mas porque alguém que nada tem a ver com ele recorre a ele para pontuar um argumento. Ou falta leitura, ou falta gosto.

    Assim: estamos andando pelo asfalto molhado, encontramos o Yuri e perguntamos “o que houve?”, “Choveu.”, “Tem certeza?”, “Tenho. Pode perguntar para o Hitler, ele também viu”, “Mas o que diabos você estava fazendo com Hitler??”, “Não importa, ele viu o que aconteceu assim como eu, uma chuva dos diabos.”, “Tudo bem, mas o que você estava fazendo com Hitler?”. “Nada, Hitler não significa nada pra mim, apenas viu o mesmo que eu”. “Ninguém mais viu, além de vocês??”, “Não que eu saiba, por isso digo que, se vocês estiverem em dúvida, perguntem para ele”. “Ah, tá bom. Mas não tem alguém melhor pra gente perguntar, esse cara é meio escroto”. “Se tem, eu não conheço. Agora me deixem em paz que vou amarrar meu bode”. “…”.

  10. Anonymous

    Prezado Yuri,

    No fim da citação no seu primeiro comentário, é denominado um tipo de falácia Ad Hominem como “envenenando o bem”, o que me parece ser um erro de tradução, pois vejo freqüentemente a expressão “poisoning the well” em blogs americanos, cuja tradução também pode ser “envenenando o poço”, que parece fazer muito mais sentido considerado o contexto.

  11. A tradução é do Leo Vines. Acho que ele se interessará pelo comentário.
    []’s

  12. Vin

    Se seguirmos a lógica do Pedro e do Daniel, então prepararem os argumentos para meter o pau. Reinaldo Azevedo também é cúmplice das maracutaias de Rodolpho Tourinho (PFL-BA) por cita-lo em seu blog. Veja aqui.

    Pra quem não conhece, eis Tourinho:

    Tourinho foi impugnado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que o acusa de atos de improbidade quando o deputado era superintendente da extinta Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). As contas do candidato foram rejeitadas em decisão definitiva do Tribunal de Contas da União (TCU), publicada em setembro de 2004.

    Mais aqui e aqui.

  13. Vin

    Ah, tem mais: não me lembro quando, mas Olavo cita Roberto Jefferson (e seu livro) em um artigo seu. Ele orienta a leitura de “Nervos de Aço, só não encontrei o tal artigo. 🙂

  14. Paulo Paiva

    Essa discussão foi ótima! Principalmente as várias versões do encontro com o Yuri, Hitler e a chuva. 🙂

  15. É muita cara-de-pau querer passar a mão na cabeça do governo Lula atulhado de escândalos dos mais diversos engenhos e ainda se dar ao trabalho de comparar com o governo passado de Mão Santa. Essa gente da esquerda retrógada é mesmo desprezível. O momento que vivemos, talvez seja o mais negro da história político-administrativa desta República insalubre.
    Tenha paciência!

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