Eu odeio datas em geral. Dia dos pais, dia das mães, natal, tudo isso é tolice. Não gosto nem do meu aniversário. Mas eu gosto do meu pai, então acabei escrevendo uma coisa para ele.
Olha aí.
Herói Pessoal
Para Lourival Roque
Ele não fez o gol do milênio,
Não inventou o celular,
Não venceu dezoito guerras
Contra dezoito inimigos invencíveis.
Ele acordou cedo, fez a barba e foi trabalhar.
Ele pagou o seguro do carro,
Depois me ensinou a ir soltando a embreagem devagarinho.
Nos dias de sangue e bronquite alérgica,
Ele correu comigo para o médico.
Nos corredores escuros da enfermaria,
Ele reaprendeu a rezar.
Nas madrugadas de sábado,
Quando eu não chegava em casa,
Ele descobria que tinha medo.
No dia seguinte,
Seu medo se traduzia em palavras duras.
Palavras que, no fundo, eram de amor.
Esse amor que também transborda no seu silêncio,
No seu olhar preocupado,
No seu carinho desajeitado de homem.
Pai,
Eu também não fiz o gol do milênio,
Não inventei o celular,
Não venci dezoito guerras,
Contra inimigos intratáveis.
Mas eu quero que meus filhos,
Se lembrem de mim,
Como eu me lembro de você:
Um homem certo e sereno.
Um homem cuja maior vitória
Não se vê estampada na galeria da fama,
Mas no brilho tranqüilo
Do riso sincero
De um filho feliz.
Paulo Paiva
Ronaldo, gostei bastante de seu poema. Um abraço!
Vin
Very Good!
filipe
mo careta!
muito melhor o meu:
Presente
Amavel
Inteligente
brincadeiras a parte, quando tento fazer alguma homenagem ao meu velho, a unica coisa q me vem a cabeça é:
“meu pai nao tinha educaçao
ainda me lembro
era um grande coraçao
ganhava a vida com muito suor
mesmo assim nao podia ser pior
pouco dinheiro pra poder pagar
todas as contas e despesas do lar
mas deus quis vê-lo no chao,
com as maos levantadas pro ceu,
implorando perdao…”
MARVIN