Junto com votos de um feliz 2008 a todos os leitores e amigos, sugiro fortemente a leitura do artigo “Nossos Bantustões”, escrito por Fábio Olmos, em O Eco, de longe o melhor sítio de notícias sobre meio ambiente na Internet.
O texto desce merecidamente o cacete na reforma agrária clandestina que o governo Lula vem promovendo desde a mudança na regulamentação dos procedimentos de reconhecimento de remanescentes de quilombos no país. Como muitos devem saber, agora basta que uma comunidade se autodeclare “quilombola” para ter direito a território próprio. Não precisa ser gênio para imaginar os prejuízos e desrespeitos que vêm ocorrendo a áreas de proteção ambiental e aos direitos de proprietários.
Em tempo, eu não necessariamente concordo com os pontos de vista dele especificamente sobre o tema da relação entre populações locais e conservação da natureza. Meu documentário “Quando a Ecologia Chegou” trata do tema. Mas isso é outra discussão.
Esta história dos quilombos, como coloca o Fábio, seria mais uma enorme piada na comédia nacional, não fosse trágica de dois pontos de vista: o da conservação da natureza e o do acirramento do racismo e do etnicismo, promovido pelas políticas deste tal ministério da igualdade racial que acredita que racismo de negro com branco vale.
Sobre Reforma Agrária e meio ambiente, sugiro ainda a leitura do meu post “O Dia em que a democracia derrotou o MST”, contando os absurdos cometidos pelo MST no Litoral Norte do Paraná.
Para quem gostar do texto do Fábio, o Paulo já publicou aqui um outro artigo dele sobre as polêmicas e recém-leiloadas hidrelétricas do Rio Madeira.