Eca(sorrindo): “E não é o final dos tempos? O que é o Apocalipse? Não é o Livro da Revelação? As coisas hoje estão se revelando para quem quiser ver — revelando-se em sua inconsistência e mediocridade. Nada mais é feito para durar além do tempo que dura um modismo. Você vê por exemplo essa idéia de editar clássicos da literatura em papéis higiênicos… Nada mais significativo.”

Gazeta Uenebense
: “Mas se não fosse essa idéia eu jamais teria lido Joyce e Maupassant.”

Austris: “E também jamais teria cagado na obra de ambos.”

As declarações acima foram emitidas por Roberto Eca e Mauro Austris — personagens do meu conto “Paralíticos e Desintegrados” — em 1997, ano em que foi escrita A Tragicomédia Acadêmica. Tal como outras previsões malucas encontradas nos contos do mesmo livro, segue-se mais esta, anunciada como grande novidade pelo próprio Jornal Nacional. (Veja no G1.) Se eu cobrasse royalties por invenções desse tipo, estaria bem de vida. (Sim, William Bonner, eu já tinha inventado isso 11 anos atrás.)