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Que jogo horroroso!

Olha, a verdade é que eu não queria escrever aqui sobre Copa do Mundo. Eu adoro futebol, mas acho um saco essa imbecilização e histeria coletiva. Mas eu não vou aguentar mais um jogo medíocre como esse e a cara de Monalisa desse Parreira.

Tá bom, vá lá, a vida de técnico não é nada fácil. Na verdade, o camarada tem que ser um babaca de saída pra querer assumir um posto desses, especialmente no Brasil. Tem que ser muito onipotente porque já se sabe de saída, não importa o que ele faça, que estará indo contra o senso comum e a vontade geral do povo.

Se não, vejamos. A anta do Parreira tem fama de retranqueiro e conservador. Tinha cinco dos melhores meio-campistas e atacantes do mundo – Ronaldo, Ronaldinho, Kaká, Adriano e Robinho – e se recusava a botar mais que três juntos em campo até a Copa das Confederações. Aí, tanto chiaram, tanto a imprensa falou, que até um cérebro entorpecido como o dele se convenceu. Desta forma, nasceu o “quadrado mágico”.

Muito bem. Vamos para a Copa e o imbecil, finalmente em acordo com a vontade geral da nação, põe os quatro em campo. O resultado é medíocre, sabe lá Deus por quê. Eu dormi em Brasil X Croácia e bocejei desesperadamente em Brasil X Austrália. O fato, entretanto, há que se reconhecer, é que ele só fez a vontade do povo. Mas imediatamente, com toda a razão,começamos a detonar o técnico e a exigir mudanças: “como esta besta não vê que com o Juninho Pernambucano e o Robinho vai ser muito melhor!”, “o Ronaldinho, onde está, é um desperdício, não está jogando nada; coloque-se-o na posição em que joga no Barcelona, como legítimo atacante!”.

Já classificado o time, a besta tem uma boa desculpa pra botar uns reservas em campo, apesar do mal humor dos vovôs eternos titulares. O time joga muito bem. E o que faz a múmia no jogo seguinte: tudo como d’antes. Que jogo horroroso. Como um time pode ser tão ruim como Gana a ponto de perder de 3 X 0 pra um arremedo de time como esse do Brasil? Meu Deus, os caras não conseguem nem chutar a gol?!

A verdade, de outro lado, o que não desculpa o Barreira, é que esses vovôs já são um atraso de vida no time, não? Hoje eu lia na Folha de S. Paulo sobre a divisão na seleção entre os “antigos” e os “novos”, e sobre como velhinhos como Cafu e Roberto Carlos ficaram indignados com a saída contra o Japão e saem falando isso aos quatro ventos. E de como o Cafu alardeia que precisa jogar porque tem alguns recordes estúpidos de vovô a bater: tipo jogador mais idoso em um jogo de copa, jogador com mais quilômetros rodados em uma seleção, etc. Haja Viagra.

Aliás, esse Roberto Carlos é um caso à parte. Eu sinceramente não sei de onde tiraram que esse energúmeno é um craque. A única hora em que o cara aparece é quando surge uma falta lá no meio do campo. Aí vem aquele toco de amarrar jegue, toma uma distância de oitenta metros da bola e vem correndo feito uma locomotiva, nariz apontado pro chão, e chuta a bola com toda a força de sua bicuda, rezando pra que ela vá na direção do gol. E, ora, conforme rezam as leis da probabilidade, de cinquenta faltas batidas, 49 voam para fora do estádio e uma vai na direção do gol a 180 km/h e entra. Golaço e o cara é convertido a craque. Tenham santa paciência. Aposentem-no.

Deste jeito, se passarmos das quartas contra, creio eu, a Espanha, será um milagre.

Aliás, eu entrei num bolão da Copa em que apostei numa final entre Brasil e Argentina, com vitória dos hermanos. Não que eu vá torcer, mas, se o Brasil perder, pelo menos eu ganho uma bela bolada.

Aliás número dois, eu me sinto um ET nos jogos da Argentina. Eu sinceramente não consigo entender esta histeria contra nossos vizinhos. Eu já estive algumas vezes naquele maravilhoso país, tenho incríveis amigos argentinos e prefiro setencentas e duas vezes Buenos Aires a Brasília. Meus amigos reclamam bastante desta hostilidade brasileira, vez que os argentinos de modo geral adoram o Brasil e têm enorme admiração pela gente e por nossa cultura. Não que não cultuem a rivalidade futebolística, mas não a extrapolam para outros campos.

Fora nos Brasil X Argentina, ocasiões em que é maravilhoso ganhar, verdade é que torço pela argentina em jogos de futebol.

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6 Comments

  1. Concordo com praticamente tudo o que vc disse, Pedro. Aliás, vc acaba de me poupar o trabalho de escrever algo muito parecido. Só discordo no seguinte: o Roberto Carlos foi muito bom sim. Talvez ainda seja. Mas que está apenas atrapalhando a entrada dum cara melhor, isso está.

    Quanto à Argentina, faltou dizer que o jornalismo esportivo deles também é bastante divertido. Os dois melhores comentários que li a respeito do futebol do Brasil foi feito pelos jornais Clarín e La Nación. Já não me lembro qual fez qual, mas são os seguintes:
    1) O “Quadrado Mágico”do Brasil é, na verdade, o “Quadrado das Bermudas” – dentro dele estão todos perdidos, confusos, atrapalhados;
    2) Contudo, a Argentina deve temer o Brasil por um simples motivo: mesmo quando o Brasil joga mal, ele ganha.

    Foi o que li de melhor até agora. E o que eu ia dizer tem a ver com essa histeria injustificada mesmo, essa coisa ridícula. Eu sou tão caxias que só comemorei o gol do Zé Roberto quando confirmei – pela imagem e não pelo juíz – que ele não estava impedido. Quanto ao do Adriano eu disse na hora: tá impedido. E não vi graça em não ser anulado. Isso ajudou a tirar a moral dos africanos, que não mereciam. Mas nós devemos ser é muito chatos mesmo, a gente não consegue ver que, pra esses histéricos, os fins justificam os meios. Ainda que os meios não sejam senão um jogo chatérrimo… “Ah, o que importa é vencer.” Esse é o tipo de pensamento que tira a graça da Copa.
    {}’s

  2. Putz, tá foda mesmo ver esses caras jogar. Eu até não peço que joguem “bonito”, mas ser bombardeado pelos atacantes de Gana não dá. E um time como o Brasil ter apenas 40% da posse de bola também não dá. VAmos ver no sábado…
    Abs. R.

  3. Vin

    No sábado acaba isso. Podem apostar. Não tem pro Brasil. E, ao contrário de todos, estou torcendo contra essa merda de time. Não quero o Brasil mais anestesiado do que está. Chega da política do pão e circo. Pior: a festa aqui se prolongo até o carnaval, fora as cornetas e os vizinhos malas pulando e gritando no apartamento. Deus me livre. Perca Brasil. Perca!!!

  4. Bruno Costa

    Amigos, ganhar desse jeito é vergonhoso. O Parreira não é apenas burro, é covarde também, infelizmente. Não faz as substituições necessárias não por ignorância, mas por covardia, deve ser um idiota supersticioso como o Gagallo. O Adriano é o pior em campo, apesar das duas cagadas, só faz merda em campo. Cafu está o próprio burocrata, na atuação mais medíocre da sua carreira. É um estorvo! R. Gaúcho ainda não apareceu (e nem vai, pelo visto), não acertou um mísero passe hj! Tenho notado duas coisas gravíssimas na seleção:

    1. O Brasil não joga pelas laterais. Insiste em penetrar sempre pelo meio. Por quê?
    2. Apoia-se exclusivamente no “talento” individual. Não joga em equipe, e hj, contra o timeco de Gana mostrou que não consegue sequer sair de seu próprio campo tocando a bola. PUTA QUE PARIU!

  5. Calm down, mes amies! Estou vendo tudo daqui do fim-do-mundo, com narração divertidíssima de comentaristas ingleses(minimalistas com tiradas dignas do Monty Pyton!Morro de rir!) e comentários absurdos de um kiwi que adora futebol, mas cresceu com rugby como esporte nacional, ou seja, isso é surreal!
    Não que esteja satisfeita com um Emerson meio passado, um R. Carlos raso e um Ronaldo Gordo, mas que dá uma saudadezinha boa de casa, ah, isso dá!!!!!
    Na verdade, queria mesmo era o Cicinho (Titinho pro camarada bretão! Hilário!) e o Juninho em campo, passes bonitos do Ronaldinho e vocês assitindo aos jogos comigo! Ah, isso seria o céu!!! Só não daria pra garantir uma cervejinha… Às 6 da manhã com um frio de -2ºC lá fora ia ser meio indigesto…

  6. Cacete, só se fala em Copa do mundo, em TODO LUGAR! Imagina só se o Brasil tivesse jogando bonito? Haveria uma histeria coletiva ainda mais insuportável! Deveríamos nos precaver; vai que o Parreira deixa de ser um covardão e escala um time de verdade? Acho que o antídoto seria colocar como narradores dos jogos aqueles caras da MTV, ou, talvez, narrar nos moldes da saudosa TV Pirata: “Lá vai, lá vai, lá vai, lá vem, lá vem, lá vem…”.

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