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O Rabino Kaduri e o nome do Messias

Fiquei de cara ao ler a tradução do artigo Rabbi Reveals Name of the Messiah, do jornal Israel Today, no blog Saindo da Matrix. (Aliás, o Acid, dono do blog, é uma boa antena para esses assuntos.) Não sei se as pessoas ainda se lembram do rabino Yitzhak Kaduri, o mesmo que se negou a receber a “cabalística” Madonna:

“Ma o quê? Nunca ouvi falar.”

“Ela é cantora, rabi.”

“É judia?”

“Não.”

“Então não recebo.”

O cara atravessou todo o século XX, tornou-se um dos rabinos mais respeitados de Israel e faleceu, em Fevereiro de 2006, aos 108 anos de idade. (Esse teve muito tempo pra usar a cabeça.) Seu funeral atraiu cerca de 300.000 pessoas, a maioria de judeus ortodoxos. Enfim. A questão é que o cara deixou uma carta, que só deveria ser aberta um ano após sua morte, o que foi feito, na qual se encontra uma frase cujas primeiras letras de cada palavra formam o nome do Messias: “Yeshua”, ou seja, “Jesus”.

A tradução do hebráico ao inglês – que obviamente multiplica o número de palavras – é a seguinte: “Concerning the letter abbreviation of the Messiah’s name, He will lift the people and prove that his word and law are valid. This I have signed in the month of mercy.” (No tocante à carta com a abreviação do nome do Messias, Ele erguerá o povo e provará que sua palavra e lei são válidas. Isto eu subscrevi no Mês de Elul.) Isto, para os judeus, deveria ser um verdadeiro escândalo, isto é, um novo dado passível de abalar sua fé. Ao menos num certo aspecto, bastante importante por sinal: “era verdade, o Messias já veio e não o reconhecemos!!” Mas, por incrível que pareça, a notícia não repercutiu o suficiente.

Fico imaginando a cabeça desse rabino que, por anos e anos, deve ter estudado os textos religiosos de trás pra frente, e de frente pra trás, um milhão de vezes, pesando todos os fatos, todos os documentos, analisando suas visões (ele tinha visões, principalmente ligadas ao Messias) e adiando sua conclusão final para… seu próprio final. Deve ter se sentido uma ovelha negra, um José de Arimatéia, que também era rabino e um dos únicos membros do sinédrio a defender a posição de que Jesus era sim o Messias. José de Arimatéia ficou chocado com a teimosia dos judeus de seu tempo e com o apego destes a certos conceitos arraigados, tal como o de um Messias que é ao mesmo tempo um líder político nacional, um guerreiro e um homem santo. Para eles, de pouco adiantou Jesus ter seguido o roteiro definido pelos antigos profetas. Mas… e os cristãos?

Bem, os cristãos não irão ficar lá tão entusiasmados assim. Afinal, o rabino afirma que o Messias já se encontra em Israel, em carne e osso, e que, assim que falecer o ex-primeiro ministro Ariel Sharon (ele está em coma há mais de um ano), aquele se dará a conhecer. Em suma, o cara assumiu que Jesus é mesmo O Cara, mas continua com a mania judáica de esperar um líder nacional em forma divina e, ao mesmo tempo, material. Bom, cá entre nós, se o cara é Deus, ora, ele pode aparecer do jeito que quiser, né. Contanto que não se chame Inri Cristo, tudo bem.

Para mais informações, World Net Daily.

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3 Comments

  1. filipe

    yuri,
    tua citaçao no final sobre o inri me fez lembrar duma vez em q o convidaram prum programa de tv junto com o toninho do diabo e o padre quevedo (se nao me engano, era o programa do ratinho).

    rapaz, foi memoravel. o toninho do diabo levantou acusaçoes sobre a moralidade sexual do inri (q andava rodeado por mulheres ao inves de apostolos) e de suas seguidoras (ou prostitutas, segundo o toninho). a plateia instigava horrores. o padre quevedo ria.

    o inri, com toda sua classe, no papel do messias q viria salvar a todos, num ato de divina iluminaçao, retrucou pro toninho:
    – É sua mae…q é puta!

    um remake atualizado das famosas passagens biblicas do messias.

    pra fechar (sobre teu post), q mania essa de ficar esperando a vinda dum messias.
    avi…

    abraçao

  2. Vinícius de Oliveira

    Já ia ficando impressionado com a idéia de que o mundo judeu iria ficar abalado pela revelação do rebino quando nos últimos parágrafos você diz que a idéia que ele fazia do messias não mudara. Esse rabino tem algo em comum com o muçulmano Ahmadinejad
    que acredita na existência do ímã oculto, um sujeito místico e oculto que vive desde o século X se não me engano para o qual ele prepara o caminho e cujo reinado preparará o caminho para Jesus Cristo que trará o juízo final.

  3. Toninho do Diabo?! Nossa, nunca ouvi falar. Preciso ver quem é. (Esse programa aí parece ter sido bem divertido.)

    Quanto ao messianismo, já dizia Louis Pauwels: “O messianismo é uma doença cíclica do espírito”.

    Já o imã esperado pelo Ahmadinejad se chama imã Madjid. E a forma de “preparar o caminho” para ele seria iniciar o Armageddon, já que esse imã está destinado a surgir assim que meio mundo estiver dizimado.
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