blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: cinema Page 15 of 31

Legendas do kct

Não sei se vc já assistiu a algum filme, no Telecine (Net), com legendas absurdas e ridículas, tais como se tivessem sido escritas por um hacker de 11 anos de idade ou um aborrescente viciado em Messenger. Mais ou menos assim:

“K-r4mb4 vc p 4ki? Kd su4 n4mor4d4?”

“El4 n4um veiu. Eh q el4 t4h n4qles di4s, s4c4?”

Meu Deus, já vi diálogos escritos assim em três diferentes filmes. Não consegui assisti-los sequer por dois minutos. Será que o responsável pela legendagem dormiu no teclado, deixando o serviço a cargo do filho? Será que o diretor do departamento responsável tem 13 anos de idade e picha paredes nas horas vagas?

Claro, não vejo nada de mal em quem escreve assim ao comunicar-se pela internet, mas… usar semelhante grafia nas legendas de um filme estrangeiro? É o fim da picada. Me dói como se cada letrinha extirpada ou cambiada fosse uma célula dos meus nervos óticos. Imagine então um estrangeiro que apenas recentemente aprendeu o português. Caso se depare com um filme desses – do qual tampouco domine a língua falada – adeus aprendizado do português. Vai ficar perdidinho, babando no controle remoto.

Alguém deveria mandar o autor dessas legendas pra FEBEM o mais rápido possível.

Você vai ficar deprimido

Você vai ficar deprimido, mas veja o documentário “Vocação do Poder”, de Eduardo Escorel.

A gente aprende na escola que a democracia foi uma conquista. O povo passou a escolher seus governantes e legisladores, e com isso as leis ficaram mais justas, mais favoráveis à igualdade. Há maior controle da população sobre os detentores do poder. O sistema de mandatos faz com que a câmara se renove ou se conserve, segundo o desempenho e a aprovação social dos políticos. Tudo muito lindo na teoria. Mas e na prática, como a coisa funciona? É isso que o filme procura mostrar. A equipe acompanhou seis candidatos a vereador na cidade do Rio. O diretor foi muito feliz na montagem, alternando momentos do dia da eleição, quando a adrenalina dos candidatos era máxima, com cenas das campanhas que vinham ocorrendo meses antes. Aos poucos você vai percebendo — quando não percebe logo de cara — que a maioria, mesmo que quisesse, nada poderia fazer pela população que a elegeu, a não ser pequenos favores como doar cadeiras de rodas e caixões. Os candidatos parecem nem saber a diferença entre executivo e legislativo. Acreditam que o vereador possa exercer funções como controle da polícia ou do sistema de saúde. É até difícil de acreditar, mas nenhum dos candidatos revela sequer uma proposta, nem nas reuniões internas dos partidos. Tudo que sabem fazer é recorrer a termos vagos, como “justiça social”, “debate”, “democracia”, que eles mesmos não saberiam definir. Alias, estou fazendo uma injustiça. Um dos candidatos tem uma proposta concreta. A construção de uma grande danceteria com palco para shows e desfiles. E é justamente o candidato do setor mais pobre da população. É claro que ele não fala em saúde e educação, todo mundo sabe que pobre precisa é de sexo e música ruim. Os candidatos de nível social melhor, que poderiam apresentar propostas mais concretas, sabem apenas abordar as pessoas na rua e dizer “Posso contar com você?”, ou coisa pior. E é isso que é mais deprimente: Justamente os mais instruídos, que têm um curso de Direito ou coisa aparecida, que poderiam expor propostas sérias e viáveis, ficam só naquele papo de “a gente precisa de alguém do Leblon lá em cima”. O filme só não deprime mais porque é bem feito. Pelo menos nossos documentaristas são bons.

Acenda o cinismo

poster.jpgÉ bem engraçado. Mais do que eu imaginava. Como os caras são cínicos! Sério, empatam com o Lula no JN, para você sentir o grau da coisa.

O filme chama-se Obrigado por Fumar. É a história de um cara da indústrica cuja função é defender o direito do cidadão decidir se quer fumar ou não. Pelo menos é isso o que ele diz. É um relações-públicas, um lobista (nos EUA, isso é legal).

Os encontros do Esquadrão da Morte — ele, mais os equivalentes na indústria de armas e na de bebidas — são engraçadíssimos. A cena em que disputam qual “produto” é mais letal é hilária. “Que tragédia…”

É uma comédia inteligente como há muito eu não via. Note que, em nenhum momento, o filme mostra alguém fumando.

Cínico, muito, muito cínico. Divertidíssimo.

Frase de cinema — 18

aspas_vermelhas_abre.gif Nellie, you’re a disgrace to depression aspas_vermelhas_fecha.gif

Jack Nicholson para Greg Kinnear, em Melhor Impossível (1997)

Betty Boop

Você já assistiu aos desenhos animados da famigerada Betty Boop? Alguns são excelentes, completamente surreais. Tudo o que aparece na tela pode ganhar vida duma hora pra outra.

Betty Boop in Snow White
Betty Boop: Minnie The Moocher. (Engraçado imaginar que esse desenho foi banido apenas porque os seios da personagem movimentam-se de forma “muito real”. Aliás, o desenho é até moralista.)
Este último, Making Stars (1935), foi banido por ser considerado racista. Será mesmo?

Mississippi em Chamas

Revi o filme Mississippi em Chamas este final de semana, ou seja, dezoito anos após assisti-lo pela primeira vez. Numa palavra: impressionante. Quem acha que a sociedade brasileira é racista – ou que o nosso “racismo sutil” (na verdade, meramente ocasional) – é pior que o americano, deveria assistir a esse filme. Afirmar tal coisa seria o mesmo que dizer que o genocídio sistematizado dos nazistas equivale à morte de civis libaneses durante os ataques israelenses, como se o Hezbollah não utilizasse escudos-humanos e Israel não jogasse antes, sobre as áreas suspeitas, panfletos anunciando o ataque ulterior. Epa, tá cheio de idiota-útil dizendo isso! Melhor arranjar outra analogia…

Que seus olhos sejam atendidos

Lembram-se deste documentário do GNT? Ele foi realizado pelo cineasta Luiz Fernando de Carvalho durante uma viajem ao Líbano, juntamente com Raduan Nassar, cujo objetivo principal era pesquisar o ambiente social para o filme Lavoura Arcaica. Aliás, um belíssimo filme. Não era um documentário político, por isso apenas tangencialmente intrometia-se com Hamas e Hezbollah. Seu objetivo era mostar como viviam, diariamente, os libaneses. Há ali um Líbano que não aparece nas manchetes dos jornais, que não é filiado ao partido de Deus (nenhum deles todos que são um? Alguém entende?); um Líbano de existência milenar.

Ao assistir o documentário, a certa altura, me dei conta de que havia uma perspectiva de vida se formando no Líbano, algo que nunca foi claro para as gerações que nasceram durante os 20 anos de guerra civil aditivada pelo eterno conflito Israel-Palestina (1970 – 1990). Depois de passar a década de 90 inteira reconstruindo seu país, os libaneses – principalmente a juventude – podiam começar a conviver com uma coisa bastante trivial para nós: uma idéia de futuro.

Frase de cinema — 17

aspas_vermelhas_abre.gif Was I snoring? aspas_vermelhas_fecha.gif

Penélope Cruz para Tom Cruise, em Vanilla Sky (2001)

Frase de cinema — 16

aspas_vermelhas_abre.gif All those moments will be lost

in time like tears in rain aspas_vermelhas_fecha.gif

Rutger Hauer para Harrison Ford, em Blade Runner (1982)

A internet é uma maravilha

Entre neste site e ouça esse audiobook em flash (com ilustrações e texto) – It’s a wonderful Internet -, que não é senão uma paródia ao filme A felicidade não se compra (It’s a wonderful life), de Frank Capra, na minha opinião, um dos cinco melhores filmes da história do cinema. Bem, o audiobook é apenas engraçado…

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