blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: escritores Page 15 of 31

Polzonoff entrevista Ferreira Gullar

Muito boa a entrevista que Ferreira Gullar concedeu a Paulo Polzonoff Jr. Vale a visita.

Uma crônica da Hilda Hilst

Tenho até hoje, em meu HD, diversos arquivos com os livros de poesia, crônicas e teatro da Hilda Hilst, afinal, fiz as vezes de secretário dela por dois anos lá na Casa do Sol. Se nunca falo sobre eles é porque há os tais direitos autorais, cujo herdeiro, Daniel Mora Fuentes, é filho dum amigo. (Em geral, eu respeito direitos autorais.) Aliás, tenho alguns livros do Bruno Tolentino também, cujos originais eu mesmo enviei ao editor dele, via email, lá da Casa do Sol. Infelizmente o Bruno é o cara mais escorregadio que eu já conheci – nunca fica muito tempo no mesmo lugar – e, por isso, não voltei a encontrá-lo para solicitar autorização de divulgar o que quer que seja. (Na verdade, eu queria mesmo é participar, com ele, de mais um preparo de feijoada, daqueles em que, enquanto cortávamos a couve, falávamos de C.S.Lewis e T.S.Eliot. Mas isso é outra história…)

Bom, encontrei a crônica abaixo – Bizarra, não?, da Hilda – num desses arquivos. Fala da relação da escritora com seus leitores e amigos. Salvo engano, faz parte do segundo volume da coletânea de crônicas Cascos e Carícias, originalmente publicadas no Correio Popular de Campinas-SP.

A tragédia do estudante…

Do artigo A tragédia do estudante sério no Brasil, do Olavo:

A inteligência, ao contrário do dinheiro ou da saúde, tem esta peculiaridade: quanto mais você a perde, menos dá pela falta dela.

Para quem optar por tornar-se um autodidata…

O processo é trabalhoso, mas simples: cumprir as tarefas tradicionais do estudo acadêmico, dominar o trivium , aprender a escrever lendo e imitando os clássicos de três idiomas pelo menos, estudar muito Aristóteles, muito Platão, muito Tomás de Aquino, muito Leibniz, Schelling e Husserl, absorver o quanto possível o legado da universidade alemã e austríaca da primeira metade do século XX, conhecer muito bem a história comparada de duas ou três civilizações, absorver os clássicos da teologia e da mística de pelo menos três religiões, e então, só então, ler Marx, Nietzsche, Foucault. Se depois desse regime você ainda se impressionar com esses três, é porque é burro mesmo e eu nada posso fazer por você.

Sobre Homens e Montanhas

Sobre homens e montanhas.jpgÉ preciso fazer propaganda em benefício próprio. Eu traduzi “Sobre Homens e Montanhas” (em inglês “Eiger Dreams”), juntamente com Rosita Belinky e Cláudio Sussekind. Na verdade, eu e Rosita havíamos sido contratados pela Companhia das Letras como revisores técnicos, mas o Cláudio abriu mão do trabalho após alguns capítulos exatamente por causa do onipresente jargão montanhístico.

O Krakauer, mais conhecido por seu polêmico “No Ar Rarefeito”, em que relatou de forma muito criticada a tragédia de 1996 no Everest, é um jornalista, escritor e escalador de mão cheia. Seus artigos são escritos num ritmo muito divertido e conseguem, ao mesmo tempo, ser engraçados e captar com profundidade o lado humano e as motivações por trás da escalada.

Literatura não é rock

Henry Miller

Esse aí é o Henry Miller. É mais ou menos com essa idade que os escritores começam a ser abordados pelas fãs. Tarde demais…

O Cueca Apertada

Escreveu Lin Yutang, em 1938, n’A Importância de Viver:

“A minha idéia de um bom magazine é esta: uma reunião quinzenal de bons conversadores, para deixá-los falar uns com os outros, por uma ou duas horas. Os “leitores” escutariam essas conversas. Depois disto, iria o leitor para a cama e, na manhã seguinte, ao acordar para os seus deveres cotidianos, sentiria, ainda persistente junto às suas faces, o sabor da conversa da noite passada”.

E esses meus amigos teimando em não realizar nosso podcast com debates, isto é, um… “cueca apertada”.

LavourArcaica

Neste final de semana que passou, revi o filme LavourArcaica, de Luiz Fernando Carvalho. Chego à conclusão de que se trata de um dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos.

Em primeiro lugar, importante ressaltar, é um raríssimo exemplo de roteiro adaptado de peça literária em que o filme está à altura do livro que o originou. E de que altura estamos falando! Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar é, sem dúvida, um dos maiores livros brasileiros de todos os tempos. A ousadia de adaptá-lo demonstra a coragem do cineasta. O mestre Hitchcock, por exemplo, que não era bobo nem nada, disse a François Truffaut que era uma loucura tentar trazer para a tela grandes romances. “Essas histórias já encontraram sua melhor forma na literatura. O filme estará sempre abaixo”, diz ele. (Truffaut achava que Alfred deveria filmar Crime e Castigo por considerá-lo uma típica trama hitchockiana).

A literatura no umbral

Escreveu Claudinei Vieira, do Desconcertos:

Alguém precisa ir lá bater na porta da literatura européia. Mexer no colchão, trocar a cadeira, dar uma chacoalhada, assobiar. Para que acorde. E não continue a nos fazer dormir. Parece que se perdeu alguma coisa de verve, de fogo, de urgência. De beleza, talvez. Formalmente bem construída sem dúvida; não se nega que saibam escrever, são séculos de cultura constituída. O problema é que se há de tomar cuidado em que não esteja fossilizada.

Creio que os caras, isto é, os escritores ocidentais em geral, e os europeus em particular, ainda demorarão muito para engolir aquilo que foi prenunciado – cada qual a seu modo – por Vico, Spengler e Harold Bloom: a “nova” Literatura só existirá quando os escritores passarem a respirar ao compasso da “nova” Era Teocrática em cujo umbral ora estamos…

A Brave New World 2

Meu primeiro texto foi inserido aqui pelo Yuri na sexta de madrugada e no fim de semana como não tive tempo pra acessar a página também não obtive a oportunidade de me apresentar e agradecer, o que aproveito pra fazer agora. Enfim, saudações a todos que aqui escrevem e lêem e espero compartilhar idéias e aprendizados com todos.

Essa continuação de meu primeiro texto é uma compilação de emails que troquei com meus amigos do curso de Ciências Sociais da USP – onde estudamos juntos e onde conheci o Yuri – e acho que explica um pouco melhor de onde tirei essas idéias, já que responde a algumas dúvidas e críticas quanto ao game ser uma ferramenta de transformação, em especial aos MMRPG´s (Massively Multiplayer Role Playing Game). Estou há anos estudando este tema por conta de meu trabalho, mas uma de minhas paixões também é a ficção científica e me baseei muito no Livro “A Cidade e as estrelas“, de Arthur C. Clark, que acredito ter influenciado o roteiro de Matrix mais do que qualquer outra fonte, porém também creio que a tecnologia seja apenas uma ferramenta poderosa, um meio, e não uma solução. Neste livro a tecnologia que contém todo o conhecimento do universo é usada para dar aos homens diversos tipos de experiências de vida através das “sagas”, mas Alvin, o protagonista, eleito como “Neo”, deixa de livre-arbítrio “Diaspar” em busca de conhecimento verdadeiro. Aproveito para postar também uma poesia de Carlos Drummond chamado “O homem; as viagens“, a qual apresenta como único destino do homem o retorno para dentro de si, e talvez neste caso a tecnologia apresse ou retarde essa busca. De qualquer maneira ela está aí…

Tecnologia e literatura

Eis uma declaração do escritor Kurt Vonnegut, citado por Pierre Assouline, no blog La république des livres, que certamente agradará ao Paulo Paiva, um fã declarado de ficção científica:

“Un roman qui exclut la technologie déforme la vie aussi affreusement que les Victoriens la dénaturaient en excluant le sexe.”
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“Um romance que exclui a tecnologia deforma a vida tão terrivelmente quanto os vitorianos a adulteravam ao excluir o sexo.”

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