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O Festival de Literatura do Second Life

No Primeiro Festival Literário do Second Life, entre outras pessoas, conheci Jeremy Neumann, avatar de Jeremy Ettinghausen, editor da afamada Penguin Books, de Londres, a primeira editora a criar seu QG virtual no SL. Para meu azar, escrevo apenas neste, como dizia a Hilda Hilst, código secreto que é a bela (sem ironia, é bela mesmo) língua portuguesa. (Mas que é secreta, ah, isso é.) Enfim, encontrei o figura, que me pediu uma cópia do meu livro, e eu, sem nenhuma tradução d’A Tragicomédia Acadêmica para lhe apresentar… Se eu conseguisse falar com o Bruno Tolentino, que foi professor de literatura em Essex, e que gostou desse meu primeiro livro, talvez… ah, deixa pra lá.

Olha aí (acima) a foto do Jeremy feita logo após a palestra do Will Fresse, avatar de Will Francis, agente literário que trabalhou junto à Random House e atualmente está na Greene & Heaton. (Ótima palestra por sinal.) A todos eles, incluindo aí o Fleet Goldenberg, o Erik Gordon Bainbridge e a Dee Dwi – falarei deles em outra oportunidade -, presenteei com a camiseta que fiz usando a imagem de um Dostoiévski apaixonado, isso na frente, e o endereço Karaloka.net, nas costas. (Não é por falta de marketing que eu não me dou bem. É por pura indisciplina e, principalmente, por interferência negativa dos Illuminati, hehehe.) Infelizmente não pude assistir à palestra da Coelacanth Seurat, a respeito de bibliofilia, e do Atrus Blackthorne, sobre o trabalho de escritor freelancer, pois foram simultâneas a outras palestras. (Leia sobre a programação do Festival aqui.)

Veja mais algumas fotos do Primeiro Festival de Literatura do Second Life:

Primeiro Festival Literário no Second Life

Hoje irá rolar um festival de literatura no Second Life. Haverá oficinas, debates e palestras. Veja abaixo a circular do grupo de que participo. (Não irei traduzir, afinal, será tudo em inglês mesmo. Quanto à camiseta da foto abaixo, eu mesmo a fiz. Trata-se de Dostoiévski abraçado a uma gata.)

SL Literary Festival
Saturday, December 16

Schedule of workshops, classes and speakers

Classes generally run one hour each and will be located on the South Lawn.

3:00 PM

PUBLISHING
INDUSTRY/AGENTING

William Fresse
, real life literary agent Will Francis at Greene & Heaton Literary Agency in London, will speak about the publishing industry, what agents do and the process of taking a book from typescript to publication. Question and answer period afterward.

Will Francis
joined Greene & Heaton, a London-based literary agency, in 2003 after working at Random House and PFD, and is actively building a list of his own clients. He is interested in literary fiction, crime, science fiction and fantasy, as well as a wide range of non-fiction, including history, biography, politics, philosophy, popular science, popular culture, art and literary criticism. His clients include Jonathan Jones, Tim Radford and Jordan Goodman.

Book Collecting & Care
An introduction to book collecting and the care of books: different styles of collecting, how to chooses the best books, where to find them, how to get the best value for money and how to care for your collection so it stays looking its best! Will include a handout with information and resources.

Coelacanth Seurat in RL is a professional editor/writer and collects and sells rare books. In SL, she runs an experimental bookstore, Coelacanth Books, in Changmi (98, 252, 95) and writes for several in-world publications.

4:00 PM

FREELANCE WRITING
AND EDITING FOR RENT MONEY

A imitação do Amanhecer

Depois da via crucis do Pedro com o Banco do Brasil, vamos a algo mais inspirador. Comprei “A imitação do amanhecer” do Bruno Tolentino. Entre uma e outra leitura teórica, é um bálsamo voltar à erudição sem pedantismos do Bruno. Poesia é um negócio doido. Tematicamente, o livro fala de Alexandria – aliás, a capa é muito bonita, desenhada a partir de uma gravura de Johann Bernhard Fischer von Erlach, toda em tons de cinza levemente azulado, com o nome do autor, em violeta, e o nome do livro, em preto, alinhados ao topo e à direita da página, margeados pelo imponente e mítico farol; obra da designer Paula Astiz. Mas do que fala mesmo a poesia???

Olavo de Carvalho fala sobre Religião/B

Neste sexto podcast, “lado B“, Olavo discorre sobre os seguintes tópicos: pensamento epidérmico e pensamento profundo; diferença entre Deus e Alá; fraternidade; a conversão acentuadamente “civil” islâmica e a conversão estritamente espiritual cristã; o Verbo Divino; Fé e confiança; a conversão não é instantânea; a Salvação; o pensamento de Jacques Derrida como testemunho da perdição da alma; a Imortalidade; o Livro de Urântia (Urantia Book); a Bíblia e a literatura; a Bíblia como chave para interpretação da vida pessoal; alma fechada e alma aberta; a diferença entre o poeta e o louco; “Deus não é objeto para o pensamento”; “o desconstrucionismo, o marxismo e a psicanálise defendem-se da crítica tal como o faz o homossexualismo”; unidade planetária e globalização; abismos culturais; George Soros; “os quatro graus de credibilidade”; maturidade intelectual; uma dica de filme; o lançamento de sua rádio online.

    [audio:http://www.archive.org/download/Bate_papo_com_Olavo_de_Carvalho/olavo6ladoB_64kb.mp3]
Para baixar este arquivo, e os anteriores, visite o Archive.org.

Sobre o livro “O Jardim das Aflições”

Eu sei que esta semana anda muito “olaviana”, mas eu não esperava outra coisa como conseqüência dos podcasts gravados com o Olavo de Carvalho. Com relação a eles, tenho recebido muitos emails, como já disse, ou muito positivos ou muito agressivos. Dentre estes últimos, a maior parte tenta ironizar a qualificação de filósofo que uso, na introdução, ao me referir ao Olavo. Mas quantos de seus autores leram ao menos um livro dele? Nenhum, obviamente. Logo, faço pouco caso desse gênero de manifestação. O que me chateia mesmo é quando muita gente inteligente (com ou sem aspas) aparece para acusar o cara de teórico da conspiração. É para finalizar com esse debate bobo, esse que tenta equiparar a visão de mundo dele a uma simples “Teoria Conspiratória”, que publico agora o artigo de José Maria e Silva (do jornal Opção, de Goiânia), a respeito do excelente livro “O Jardim das Aflições: De Epicuro à Ressurreição de César. Ensaio sobre o Materialismo e a Religião Civil“. Como disse no comentário ao post do Daniel, foi o Bruno Tolentino quem, na casa da Hilda Hilst, me emprestou esse livro dizendo: “Essa obra é imprescindível, é fundamental para entender o mundo de hoje”. Se você, leitor, ainda não consegue discernir o fundo sobre o qual o Olavo organiza suas figuras retiradas da realidade, saiba que está nesse livro a chave de tal compreensão. Se você é preguiçoso ou preconceituoso, azar o seu. Será – sim, vou repetir – mais uma “mulher do padre”, mais um a chegar por último. Se você ler esta ótima e muito bem escrita resenha do José Maria – e ainda assim não se interessar pelo livro – é porque você certamente é do tipo que se une a “outras” de sua espécie para reclamar: “Você viu? Esse aí está a dizer que nossos maridos são padres!”

O Império e a Globalização

(Texto sobre o Livro “O Jardim das Aflições”)

A metalinguagem do colonialismo

Deslumbrados com o conceito de “Império” que acabam de importar dos Estados Unidos, intelectuais brasileiros desconhecem – ou fingem desconhecer – que o filósofo Olavo de Carvalho já o criara no Brasil há cinco anos.

por José Maria e Silva
silvajm@uol.com.br

Opção (Goiânia), 1° de outubro de 2000

Como os índios e escravos do período colonial, que por força da sobrevivência batizavam seus deuses com nomes de santos, os intelectuais brasileiros rendem-se ao imperialismo com um despudor de espantar.

Coleção Bactéria

Título estranho, não? Peço licença ao Yuri para falar sobre o pessoal da Praça Roosevelt, dica do meu bróder Randall Neto – ele mesmo um escritor em vias de fato, se é que me entendem. Muito bem! Quem é o pessoal da praça roosevelt??? Um grupo de escritores que moram ou ciruclam na Vila Madalena e acabaram tornando a praça (e seus arredores) um ponto de encontro. Quase todos têm blogs e já produziram edições “mimeografadas” dos seus livros – eu mesmo tenho um do Randall que é muito bom. Mas o que motivou este post é uma poesia despretensiosa do Marcelo Montenegro que vai abaixo. Quem quiser saber mais pesquise na revista cultural online Cronópios. Vamos ao poemeto:

“Agora mesmo algum maluco
deve estar postando qualquer treco
genial na internet,
alguém deve estar pensando
em como melhorar aquele
texto enquanto lota o especial
de vinagrete, perseguindo
obstinadamente um acorde
voltando da padaria
Agora mesmo alguém
pode estar pensando
que guardamos só pra gente
o lado ruim das coisas lindas –
assim, trancafiado a sete chaves de carinho – alguém
pode estar sentindo tudo ao mesmo tempo
sozinho, assim brutamente
sentimental, feito coubesse toda a dignidade humana
num abraço tímido.
Agora mesmo alguém deve estar limpando
cuidadosamente o CD com a camisa,
pulando a ponta do pão pullman,
sentindo o baque da privada gelada,
perguntando quanto tá o metro
daquela corda de nylon, trepando
no carro, empurrando o filho
no balanço com uma mão
e na outra equilibrando
a lata e o cigarro, agora mesmo
alguém deve estar voltando,
alguém deve estar indo,
alguém deve estar gritando feito um louco
para um outro alguém
que não deve estar ouvindo.
Agora mesmo alguém
pode estar encontrando
sem querer o que há muito
já nem era procurado, alguém no quinto sono
deve estar virando pro outro lado,
alguém, agora mesmo, no café da manhã
deve estar pensando em outras coisas
enquanto a vista displicentemente lê
os ingredientes do Toddy”.
(Marcelo Montenegro)

Leia os clássicos

De vez em quando releio alguns clássicos da crítica literária brasileira. Coisa fina. É obrigação moral de qualquer escritor desencorajado tornar-se o melhor leitor que conseguir. Sem ressentimentos ou protestos às musas. Se não deu, não deu. Acostume-se, mas nunca abandone a Arte. Há escritores por aí sedentos por leitores acima da média, capazes de estabelecer um diálogo inteligente e honesto. Portanto leia os clássicos, meu amigo. Não sou o Jucelino, mas prevejo – com 10% de margem de erro – interpretações canhestras e desvios hermenêuticos graves no seu futuro, caso ignore o aviso. Eis uma palhinha do Alfredo Bosi em “Dialética da Colonização” para você sentir o drama (humm…):

As Luzes não se apagaram pelo fato de as terem refletido criticamente o pensamento hegeliano-marxista, a sociologia do conhecimento e uma certa fenomenologia avessa ao racionalismo clássico. E, se me for permitida uma comparação como o que aconteceu com o idealismo neoplatônico no seu encontro com o cristianismo, diria que, assim como o Logos precisou “fazer-se carne” e “habitar entre nós” para manifestar-se de modo pleno aos homens, também a razão contemporânea saiu à procura da encarnação e da socialização no desejo de superar o já velho projeto ilustrado, salvando-o do risco de involuir para aquela “filosofia estática da Razão”, de que se queixava o insuspeito Mannheim, ou de pôr-se irresponsavelmente a serviço do capitalismo e da máquina burocrática. A inteligência dos povos ex-coloniais tem motivos de sobra e experiência acumulada para desconfiar de uma linguagem ostensivamente neo-ilustrada que se reproduz complacente em meio às mazelas e aos escombros deixados por uma pseudomodernidade racional sem outro horizonte além dos próprios lucros.

Depois volto com um pouco de José Guilherme Merquior.

Detetives no Second Life

As pessoas levam tão a sério seus relacionamentos no Second Life – e ficam tão paranóicas devido ao excesso de liberdade reinante ali dentro – que há inclusive detetives particulares (private investigators) passíveis de serem contratados nessa realidade virtual. Em troca de alguns Linden Dollars, você pode, por exemplo, contratar os detetives Loki Fool e Princess Pierterson, da agência de investigadores Millennium, e descobrir onde afinal anda sua (ou seu) namorada(o) ou esposa(o) virtual. As brigas podem ser homéricas, afinal, as pessoas por trás dos avatares são gente de carne e osso. Aliás, desde criança eu sempre quis ser um detetive. Cheguei a criar a comunidade Manual do Detetive no Orkut. E também a do Manual do Espião. Ambas em homenagem a esses dois livros da editora Abril que eu tanto curti na infância. Bem, no SL eu já sou espião. Tenho tantos avatares… Esse mundinho digital está cada dia mais interessante…

P.S.: Já estou há tanto tempo no SL que minha barba até cresceu…

Logo após Shakespeare

A Tatiana Ribeiro, uma amiga de Brasília, me enviou esse link da página de eBooks do site Universia, “uma rede de 985 universidades”. Aproveite e aprenda a organizar sua biblioteca em ordem alfabética: meu livro vem logo após Shakespeare. (Hehehe.)

Aliás, caso queira baixar meu eBook (PDF), sugiro que o faça de meu próprio site, já que ali se encontra em sua última revisão e com nova capa e ilustrações feitas por Sérvio Túlio Caetano.

Oriana Fallaci (1929-2006)

No dia 15 de Setembro, a jornalista italiana Oriana Fallaci encerrou sua missão: partiu desta pra melhor. Bom, melhor em termos, vá lá saber o que é o pós-vida de uma atéia honesta e corajosa, talvez ela preferisse ter deixado de existir, sei lá, mas… enfim, a mulher trabalhou muito por aqui entrevistando, conforme diz a revista Época citando a própria, “os filhos da puta estúpidos que mandam em nossas vidas”. (Faltou entrevistar o Chávez e o Lula, provavelmente.) Eu a li pela primeira vez ainda garoto graças à coleção de revistas Playboy que meu pai mantinha. Sempre que rolava uma entrevista com algum ditador, terrorista, líder revolucionário, aiatolá e assim por diante, lá estava a assinatura dela: Oriana Fallaci. Uma mulher de fibra que, ainda pré-adolescente, participou da resistência florentina contra os alemães na Segunda Guerra. Indignada com a violência e com os ataques à liberdade, tornou-se correspondente de guerra e, por fim, uma entrevistadora que parecia jogar pimenta na cara dos entrevistados. Há uma entrevista com ela, na revista Época, concedida ao jornalista dinamarquês Flemming Rose, o editor do Jyllands-Posten, o mesmo que lançou o concurso de caricaturas de Maomé. Sim, porque seus últimos três livros são alertas contra a islamização da Europa que, conforme me disse o Olavo de Carvalho outro dia, foi prevista por Frithjof Shuon, discípulo de René Guénon, ainda no início do século XX. (Citei alguns dos artigos da Oriana sobre o mesmo tema, por ocasião dum comentário do jornalista Janer Cristaldo.) Bom, leia este trecho da entrevista publicada pela revista Época:

Rose – Você se encontrou com o Papa Bento XVI no ano passado. Sobre o que vocês conversaram?

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