“(…) além da revolta contra a inautenticidade, contra a hipocrisia, a rebelião de Kafka é também uma rebelião contra a relatividade, em busca de um absoluto e, em última análise, uma rebelião contra a heresia que a pouca fé representa e, finalmente, uma rebelião de caráter profundamente religioso em sua essência.”
Cronistas do absurdo, Leo Gilson Ribeiro.
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“Respondendo à pergunta de seu amigo Janouch: ‘Então a literatura conduz à religião?’, Kafka declarou: ‘Não, eu não diria isso, mas certamente conduz à prece…'”
Cronistas do absurdo, Leo Gilson Ribeiro.
“Durante seis anos não paguei imposto de capitação. Por conta disso certa ocasião passei uma noite no xadrez; (…), não pude deixar de ficar chocado com a estupidez daquela instituição que me tratava como se eu fosse apenas de carne e osso e pudesse ser fechado à chave. (…) Não me senti confinado em momento algum, e os muros me pareceram um grande desperdício de pedra e argamassa. (…) Vi que o Estado era um imbecil (…). O Estado nunca se confronta intencionalmente com o sentido moral ou intelectual de um homem, mas apenas com seu corpo, seus sentidos físicos. Não se arma de espírito superior ou de honestidade, mas de força física superior. Não nasci para que me forcem a coisa alguma. Respirarei à minha moda. Vejamos quem é o mais forte. Que força tem a multidão?”
A Desobediência Civil, Henry David Thoreau.
“Aqueles que, ao mesmo tempo que desaprovam o caráter e as medidas de um governo, dão-lhe adesão e apoio são, sem sombra de dúvida, seus mais conscienciosos defensores, e com freqüência os mais sérios obstáculos à reforma.”
A Desobediência Civil, Henry David Thoreau.
“Custa-me bem menos incorrer na penalidade de desobediência ao Estado, do que custaria a obediência, pois neste caso me sentiria diminuído diante de mim mesmo.”
A Desobediência Civil, Henry David Thoreau.
Esse(s) assassino(s) que anda(m) matando “moradores de rua” em São Paulo merecia(m) uma boa prisão perpétua. Não posso deixar de pensar em meu amigo Antônio Ramos, ex-morador de rua e atual secretário do poeta Bruno Tolentino. As histórias da rua não são para os que têm o estômago fraco e a fé vacilante. Espero que nenhum dos que faleceram sejam amigos do Antônio. Ele costumava visitá-los e se “hospedar” com eles…
Estive lendo recentemente “O universo numa casca de noz” e relendo “Uma breve história do tempo“, ambos de Stephen Hawking. Entre outras coisas, eu pretendia verificar se determinados detalhes da cosmologia do Livro de Urântia não estariam equivocados. Sim, porque este livro, mesmo tendo sido publicado pela primeira vez apenas nos anos 50, não se referia nunca aos tais “buracos negros”, o que muito me incomodava. E agora vem à baila Mr. Hawking, atual “proprietário” da cadeira de Newton em Cambridge, para dizer que estava enganado, que os buracos negros não engolem realmente tudo que lhes cai na boca e que não são um “atalho através do espaço-tempo”. Isto quer dizer: mais um ponto para o Livro de Urântia, que, como já disse numa entrada anterior, afirmava a existência de um décimo planeta em nosso sistema solar mais de 50 anos antes da descoberta dos cientistas.
“A história universal se move mediante a anarquia. Em suma: o homem livre é anárquico, o anarquista, não.”
Eumeswil, Ernst Jünger.
“O anarquista é o antagonista do monarca. (…) A contrapartida positiva do anarquista é o anarca. (…) O monarca pretende dominar muitos, ou melhor, todos. O anarca, somente a si mesmo.”
Eumeswil, Ernst Jünger.
“O poder não se transmuta totalmente em política; sempre alguns fatores pessoais se infiltram de forma inevitável. Esta é a fronteira na qual tanto os tiranos quanto os demagogos descambam em déspotas. Surge então a obsessão, que ultrapassa o poder e freqüentemente beira o cômico. Apesar de sua voz fraca, Nero queria também ser o primeiro entre os cantores.”
Eumeswil, Ernst Jünger.