blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Arte Page 29 of 112

Polêmicas expressas

Eu ainda não me meti na tal polêmica dos escritores bancados para se inspirar mundo afora – Projeto Amores Expressos – porque acho que seria melhor fazê-lo através duma ficção. Se calhar, escreverei um conto. Por enquanto, para quem não sabe do que se trata, vale a leitura do artigo do Janer Cristaldo – Corrupção no mundo das letras – e a resposta do Joca Reiners Terron, futuro turista literário no Cairo: Queridos Filhos-da-Puta. Aliás, cá entre nós, eu tenho um canal para viajar até outro planeta de carona com o Karran, ministro de Klermer, o planeta Semente. Será que serve? Ele não cobraria nada.

Ó Paí Ó

Cartaz

O melhor musical já feito no Brasil. Belíssimo filme.

“Ó Paí, Ó” é divertidíssimo, tecnicamente perfeito e recheado de grandes interpretações, especialmente Lázaro Ramos e Wagner Moura. Baseado numa peça originalmente encenada pelo Bando de Teatro Olodum, o roteiro, apesar dos múltiplos personagens que acompanha, é muito bem amarrado.

E não me venham com mau humor sobre estereótipos sociais e sobre glamourização da pobreza. É um filme, conforme me disse essa manhã o João Paulo Carvalho, montador, quando liguei para lhe dar os parabéns, “para virar uma espécie de ‘A Ratoeira’ de Salvador”, em referência à peça de Agatha Christie em cartaz a décadas em Londres porque se tornou uma atração turística. “Ó Paí, Ó” merece uma sala permanente no Pelourinho.

Mesmo quem não gosta de Carnaval e Axé tem que ser muito chato pra não se deixar contagiar.

Tudo Verdade?

Amanhã, em São Paulo, a grande atração do É tudo Verdade, um dos mais conceituados festivais internacionais de documentários, é o filme “Fabricando Polêmica”, dos cineastas Rick Caine e Debbie Melnyk – ele, canadense, ela, americana.

O filme é uma crítica pesada a Michael Moore e à sua maneira de fazer documentários. O que o torna ainda mais interessante é o fato de que os dois diretores se definem como sendo de esquerda. Abaixo, a íntegra da matéria de hoje da Folha sobre o filme:

TIROS EM MICHAEL MOORE

“Fabricando Polêmica”, que passa amanhã em SP, aponta manipulações nos filmes do diretor americano

LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Porta-voz dos sindicalistas em “Roger e Eu”, pacifista em “Tiros de Columbine” e democrata de carteirinha em “Fahrenheit 11/9”, Michael Moore seria também ficcionista diletante? É essa a pergunta que levanta o casal de cineastas Rick Caine e Debbie Melnyk (ele, americano; ela, canadense; ambos de esquerda, o que dá um sabor especial à tentativa de desmontar o “mito” Moore) no documentário “Fabricando Polêmica”. Ali, questionam os métodos do cineasta e elencam distorções e “aproximações da verdade” de que ele se vale para fundamentar teses inflamadas.
Programado para amanhã, às 19h, no Cinesesc, em São Paulo, e exibido hoje no Rio (18h, CCBB), dentro do cardápio do festival É Tudo Verdade, o filme foi concebido como um tributo ao polêmico diretor. “Éramos fãs dele. Achávamos os seus filmes ótimos”, disse Caine à Folha, em entrevista por telefone. “E somos gratos a ele, por fazer com que as pessoas fossem ver documentários”, observou Melnyk.

Iluminado e fofo

Alguém aí já assistiu a essa “comédia” fofa?


Luz, Câmera

chokurei

taichichuan

foto1: Símbolo do Reiki (Cho Ku Rei) desenhado com luz (lanterna).
foto2: Rastro deixado por luz (lanterna) durante a execução dos primeiros movimentos do Tai Chi Chuan.

Made in China

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Bebê gambá que veio grátis com home theater.
Tinha o mesmo rosnado do Stitch, do desenho animado “Lilo & Stitch”.

Casa de bicho I

casulo

casa de marimbondo

casa de joão de barro

casa de cupim

Da esquerda para a direita: casulo de lagarta feito com gravetos de roseira; casa de marimbondo; casa de joão de barro; casa abandonada de abelha chupé.

O tio e os sobrinhos

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Esta é a fotomontagem que ganhei da minha irmã e dos meus sobrinhos: eu sou o lindão de charuto. Foi feita online no Pikipimp.com, um site para passar uns bons minutos rindo. (Principalmente em companhia de crianças.) A imagem me lembra algo ocorrido dois anos atrás, na escola do meu sobrinho. Segundo minha irmã, Dimitri, então com quatro anos, discorria com os colegas a respeito das profissões de seus pais, mães, tios, etc. “Meu pai é médico”, dizia um. “O meu é piloto”, dizia outro. “Minha mãe também é médica”, acrescentava um terceiro, orgulhoso. Outros permaneciam em silêncio, o olhar perdido de quem procura dados na memória, provavelmente por não terem a menor idéia sobre a profissão dos pais ou, quem sabe, por jamais terem imaginado que seus progenitores tinham outra ocupação além da própria paternidade. Meu sobrinho então se pronunciou, cheio de si, arrancando expressões de admiração de todos: “Meu tio é lobisomem!” Ganhou, obviamente. (Médico? Piloto? Dentista? Bobagens.) Todos o olharam com uma mistura de espanto e interesse, uma pitada de inveja também, que criança não é de ferro. Afinal de contas era o garoto cujo tio (eu, claro) tinha a mais fantástica e curiosa das ocupações – se é que virar lobo uma vez por mês tem algo a ver com trabalho. “Pois é”, concluiu minha irmã, “melhor você parar de dizer essas coisas a eles”. E eu, quieto, o olhar fixo no passado, roxo de inveja do meu sobrinho: sempre quis ter um tio lobisomem. Ao menos me resta um consolo: por algum tempo acreditei que meu pai fosse um agente secreto. (Ah, quer saber? Imaginar é flutuar. Às vezes sobre nuvens branquinhas e fofas, às vezes sobre abismos…)

A Praga

Rubem Alves, na Folha de hoje, sobre a “praga do segundo casamento”:

A PRAGA

Rubem Alves

Permitir o divórcio equivale a dizer: o sacramento é uma balela. Donde, a Igreja Católica é uma balela…

É BOM atentar para o que o papa diz. Porta-voz de Deus na Terra, ele só pensa pensamentos divinos. Nós, homens tolos, gastamos o tempo pensando sobre coisas sem importância tais como o efeito estufa e a possibilidade do fim do mundo. O papa vai direto ao que é essencial: “O segundo casamento é uma praga!”
Está certo. O casamento não pertence à ordem abençoada do paraíso. No paraíso não havia casamento. Na Bíblia não há indicação de que as relações amorosas entre Adão e Eva tenham sido precedidas pelo cerimonial a que hoje se dá o nome de casamento: o Criador, celebrante, Adão e Eva nus, de pé, diante de uma assembléia de animais, tudo terminando com as palavras sacramentais: “E eu, Jeová, vos declaro marido e mulher. Aquilo que eu ajuntei os homens não podem separar…”
Os casamentos, o primeiro, o segundo, o terceiro, pertencem à ordem maldita, caída, praguejada, pós-paraíso. Nessa ordem não se pode confiar no amor. Por isso se inventou o casamento, esse contrato de prestação de serviços entre marido e mulher, testemunhado por padrinhos, cuja função é, no caso de algum dos cônjuges não cumprir o contrato, obrigá-lo a cumpri-lo.
Foi um padre que me ensinou isso. Ele celebrava o casamento. E foi isso que ele disse aos noivos: “O que vos une não é o amor. O que vos une é o contrato”. Aprendi então que o casamento não é uma celebração do amor. É o estabelecimento de direitos e deveres. Até as relações sexuais são obrigações a ser cumpridas.

O vício

Para mim, esta é a melhor imagem a expressar a essência do vício: é algo que te macula e não te deixa ascender. Trata-se duma estátua à entrada dum castelo funesto, dentro do qual há uma morgue onde se pode transar com cadáveres. Ou, mais exatamente, com pessoas cujos avatares fingem ser cadáveres. Este local, na minha humilde opinião, ganhou no quesito “Horror dos horrores”. Coisas do Second Life. Ou do mundo, sei lá. (É por essas e outras que criei o grupo Urantia Book Readers of SL.) O mais louco é que, em toda a área, havia além de mim apenas mais uma pessoa. Eu a segui pelo minimapa, que é uma espécie de radar, e quando fiquei bem próximo usei o sistema de câmera para ver, através da parede, de quem se tratava: um avatar demoníaco com pernas de bode, pele rubra, chifres, rabo e um pentagrama enorme tatuado nas costas. Que tipo de pessoa fica sozinha num lugar desses e com esse visual? Olhei o perfil dele: um programador norte-americano fã do Aleister Crowley. Ahahaha. Só podia.

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