blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Arte Page 42 of 112

Cum mi-am petrecut sfarsitul lumii

getimg.jpgHoje [ontem, ok? ainda não dormi…], aproveitei o feriado em homenagem ao aniversário do Yuri e, bem no meio da tarde, assisti a um filme da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Escolhi um que, muito provavelmente, não poderia ver nem no circuito nem em DVD — afinal, a Mostra é para isso, não?, para ver filmes impossíveis de ver. É claro que a escolha é um chute. A minha foi o romeno Como Eu Festejei o Fim do Mundo. É a indicação da Romênia para ser candidato ao Oscar.

É bom filme, talvez mais para o regular, por ser um pouco convencional demais. O bacana foi poder ter contato com uma cultura distante e recente, no caso a da Romênia de 1989, que seria o último ano de uma longa ditadura.

A história é sobre uma adolescente (a atriz parece a brasileira Maria Flor), que começa a sentir algo errado no ar do país, e seu irmão pequeno e bem engraçado, de uns 6 ou 7 anos. Ela se chama Eva. Ele, Lalalilu.

André Abujamra fala do incentivo à cultura

Em entrevista a mim, para a Cora Filmes e o Icuman – durante o Sexto Goiânia Mostra Curtas -, André Abujamra, após falar da importância da trajetória do artista, dá o seu recado aos eternos dependentes do apoio estatal. Mais tarde coloco o vídeo no You Tube.

    [audio:http://www.archive.org/download/Andre_Abujamra_incentivo_cultura/abujamra.mp3]

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André Abujamra é músico, ator, produtor e diretor de cinema. Formou a dupla Os Mulheres Negras em 1985, tocou na banda Vexame e integrou a banda Karnak, que durou 10 anos. Dirigiu alguns vídeo clips, entre eles os de João Suplicy, Charles Brown Jr. e alguns do próprio Karnak. Foi ator e diretor do Grupo Boi Voador, tendo atuado nos filmes “Sábado” e “Boleiros”, de Hugo Giorgeti, “Quando dois corações se encontram”, de Torero e “Durval Discos”, de Ana Muylaert. Em televisão compôs trilhas e vinhetas para diversos programas como o “Provocações”, de Antônio Abujamra, “Telecurso 2000”, “Programa Multishow” e “Castelo Ratimbum”. Compôs mais de 50 trilhas para teatro e cinema, como para os filmes “De passagem”, “O Caminho das Nuvens”, “Bicho de 7 Cabeças”, “1,99”, “Cafundó”, “Carlota Joaquina”, “Carandiru”, “Domésticas” e “Durval Discos”. É produtor musical nos Estúdios Voz do Brasil e atualmente realiza um trabalho solo de música pop, intitulado “O Infinito de Pé”.

Olavo de Carvalho no You Tube

Para ajudar a divulgar o bate-papo com o filósofo Olavo de Carvalho, subi as duas gravações para o You Tube. Os links são os seguintes:

http://www.youtube.com/watch?v=ZOL81avfyxw
http://www.youtube.com/watch?v=e6zWUyzfCLA

E vc pode ouvi-las novamente logo abaixo (na imagem, Olavo está sentado na cara da estátua do Lênin):

E abaixo o segundo bate-papo:

Um bate-papo com Olavo de Carvalho – II

Este podcast foi gravado logo após o debate entre Alckmin e Lula na Band. (Visite o site do Olavo.) Demorei a publicá-lo por pura falta de tempo, uma vez que passei quase duas semanas dirigindo o making of de um festival de cinema, o Goiânia Mostra Curtas. Peço que desculpem minha mudez ainda maior neste segundo bate-papo, afinal, além de achar muito melhor ouvir o que o Olavo tem a dizer, eu ainda estava morrendo de sono, já que eu acordara às quatro da manhã. (A gravação foi feita após as onze da noite.) Já o Olavo estava ainda mais desperto neste podcast do que no anterior

    [audio:http://www.archive.org/download/Bate_papo_com_Olavo_de_Carvalho/Olavo_debate_band_64kb.mp3]
Caso queira baixar o arquivo em diferentes formatos, clique aqui.

Nova Infância

Aqui onde é a sala, era o meu quarto. As bonecas disputavam espaço com os ursos, e sempre ganhavam. Mas perdiam para mim quando eu queria dançar. Mamãe reclamava da música alta, mas não da bagunça, porque eu já era organizada. Diferente da Táti, que não sabia guardar nem o seu riso destrambelhado. Mas as outras meninas moravam longe, e eu brincava com a Táti mesmo. Eu era sempre a princesa, porque era mais bonita. Em troca, ela puxava meu cabelo, e eu chorava, chorava, chorava até a hora de a gente brincar de novo. O rancor não cabia no meu coração de seis anos.

Aos domingos mamãe me levava ao culto. Eu ainda não sabia cantar os salmos, mas adorava dar a “paz de Cristo”. Não gostava era dos meninos, que vinham me mostrar besouros e percevejos. Mas mamãe me protegia, e me dava pipoca doce pr’eu não chorar. Mais tarde meu corpo se arredondou, e os meninos continuaram a me incomodar, mas agora queriam me mostrar carros e músculos. Dei meu primeiro beijo, rasguei minha primeira foto, e fiquei muito triste, porque a vida não estava parecendo as estórias bonitas que minha mãe me contara. Mas minhas amigas também rasgavam algumas fotos, e isso me dava certo alívio. Juntas nós ríamos das lágrimas que chorávamos sozinhas.

Standby pós-festival

Amigos
Tenho recebido alguns emails indagando a respeito do segundo bate-papo com o Olavo de Carvalho, que já está gravado e que prometi para o final da semana passada. A questão é que trabalhei toda a semana, dirigindo o making of do 6º Goiânia Mostra Curtas e, por isso, não me sobrou tempo. A coisa foi pauleira. (Meu segundo trabalho junto à Cora Filmes. Valeu, Pedro!) Integravam nossa equipe o Paulo Paiva e a Cássia Queiroz, como produtores, e o Eduardo Castro, como cinegrafista, que, aliás, é um diretor premiado. Seu documentário “A Resistência do Vinil” é excelente e um outro sobre a guerrilha do Araguaia (117 horas gravadas) será uma verdadeira bomba. Neste festival, gravamos entrevistas com Paulo César Pereio (vulgo, o Neusa), André Abujamra (que irá gravar um podcast conosco), Luis Carlos Lacerda (o Bigode), Joel Pizzini, José Eduardo Belmonte, Christian Saghaard, Edgar Navarro, Ava Gaítan Rocha (filha do Glauber e também ela diretora), Di Moretti, Jomard Muniz de Britto, Sung Sfai, etc., etc. Terei de editar mais de 16 horas de gravação… ai ai.

Enfim, esta semana terei mais tempo e assim que possível publicarei o segundo bate-papo e também um vídeo que gravei há quase cinco anos: Minha amiga extraterrestre, uma entrevista de outro mundo. Aguardem.

Leia os clássicos

De vez em quando releio alguns clássicos da crítica literária brasileira. Coisa fina. É obrigação moral de qualquer escritor desencorajado tornar-se o melhor leitor que conseguir. Sem ressentimentos ou protestos às musas. Se não deu, não deu. Acostume-se, mas nunca abandone a Arte. Há escritores por aí sedentos por leitores acima da média, capazes de estabelecer um diálogo inteligente e honesto. Portanto leia os clássicos, meu amigo. Não sou o Jucelino, mas prevejo – com 10% de margem de erro – interpretações canhestras e desvios hermenêuticos graves no seu futuro, caso ignore o aviso. Eis uma palhinha do Alfredo Bosi em “Dialética da Colonização” para você sentir o drama (humm…):

As Luzes não se apagaram pelo fato de as terem refletido criticamente o pensamento hegeliano-marxista, a sociologia do conhecimento e uma certa fenomenologia avessa ao racionalismo clássico. E, se me for permitida uma comparação como o que aconteceu com o idealismo neoplatônico no seu encontro com o cristianismo, diria que, assim como o Logos precisou “fazer-se carne” e “habitar entre nós” para manifestar-se de modo pleno aos homens, também a razão contemporânea saiu à procura da encarnação e da socialização no desejo de superar o já velho projeto ilustrado, salvando-o do risco de involuir para aquela “filosofia estática da Razão”, de que se queixava o insuspeito Mannheim, ou de pôr-se irresponsavelmente a serviço do capitalismo e da máquina burocrática. A inteligência dos povos ex-coloniais tem motivos de sobra e experiência acumulada para desconfiar de uma linguagem ostensivamente neo-ilustrada que se reproduz complacente em meio às mazelas e aos escombros deixados por uma pseudomodernidade racional sem outro horizonte além dos próprios lucros.

Depois volto com um pouco de José Guilherme Merquior.

Um bate-papo com Olavo de Carvalho (podcast)

Conforme prometi, eis meu primeiro podcast gravado em conjunto com o jornalista, escritor e filósofo Olavo de Carvalho. Vale lembrar que certos trechos mais apimentados e recheados com “insultos não fundamentados em fatos” foram excluídos, a pedido dele, em respeito ao ouvinte. Até o final da semana, publicarei outro bate-papo gravado logo após o debate entre Lula e Alckmin. Ah, vale lembrar: este arquivo tem uma duração aproximada de 46 minutos. (O arquivo também pode ser baixado através deste site.)

    [audio:http://www.archive.org/download/Bate_papo_com_Olavo_de_Carvalho/Olavo_09-10-06_64kb.mp3]

Fedor e Fluoxetina

A fluoxetina começou a fazer efeito. A raiva passou, a ejaculação deixou de ser precoce. E ele quis um poema assim, fácil como a fluoxetina; fácil como mentir para os pais. Algo que ele pudesse ler em voz alta, num almoço de domingo. Ligou o computador, escreveu sobre as flores, o riso das crianças, as curvas deliciosas das mulheres. Mas o diabo lhe apareceu e disse: “Não te precipites, rapaz. Ainda não é a tua vez.” E, súbito, ele lembrou que sua mãe fedia. Bastou pensar na mulher para o poema nascer, fácil como uma ansiolítico, mas agora fétido como uma mãe mesquinha. Obviamente não mostrou os versos aos pais. Mostrou aos amigos, e todos se perguntaram: “Meu Deus, será que ela fede mesmo?” Era verdade, a mulher fedia, e nem toda a fluoxetina do mundo podia esconder aquele fedor.

Detetives no Second Life

As pessoas levam tão a sério seus relacionamentos no Second Life – e ficam tão paranóicas devido ao excesso de liberdade reinante ali dentro – que há inclusive detetives particulares (private investigators) passíveis de serem contratados nessa realidade virtual. Em troca de alguns Linden Dollars, você pode, por exemplo, contratar os detetives Loki Fool e Princess Pierterson, da agência de investigadores Millennium, e descobrir onde afinal anda sua (ou seu) namorada(o) ou esposa(o) virtual. As brigas podem ser homéricas, afinal, as pessoas por trás dos avatares são gente de carne e osso. Aliás, desde criança eu sempre quis ser um detetive. Cheguei a criar a comunidade Manual do Detetive no Orkut. E também a do Manual do Espião. Ambas em homenagem a esses dois livros da editora Abril que eu tanto curti na infância. Bem, no SL eu já sou espião. Tenho tantos avatares… Esse mundinho digital está cada dia mais interessante…

P.S.: Já estou há tanto tempo no SL que minha barba até cresceu…

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