Meu amigo Daniel Chistino, que colabora neste blog, tem toda a razão: eu também sou um herege. Mas já que, além de ser herege, também sou presunçoso posso dizer: sou herege apenas para quem ainda não aceitou o novo upgrade da Revelação Divina, o que evidentemente é muito diferente da heresia de perverter a Tradição por não tê-la compreendido. Porque, engulam ou não engulam os ateus e agnósticos, e menos ainda as diversas espécies de crentes de não importa quais doutrinas tradicionais, Deus não pode se revelar por inteiro, duma só vez, a nós paupérrimos terráqueos. “Não atire pérolas aos porcos”, já dizia nosso Mestre e Senhor deste Universo. Por isso, a Revelação, isto é, o download de informações, ideais, valores e conceitos divinos, só vai sendo feita na Terra aos poucos, de acordo com a capacidade de processamento médio das mentes mortais. O Corão já criticava, desde o século VII, aqueles que, ao ouvirem novas revelações, ousam dizer: “fábulas dos tempos antigos” (Corão 6:25). E olha que o Corão não passa de um patch de segurança para mentalidades tribais que ainda se encontram muito abaixo da visão de mundo judáica…
Bem, tudo isso é para dizer que, à luz do Livro de Urântia, nada mais ridículo, estúpido, canhestro e insensato que toda essa preocupação e balbúrdia em torno de O Código Da Vinci, de Dan Brown. Protestar contra esse livro? Exigir sua proibição? Ou ainda pior: dar-lhe um crédito para além da categoria entretenimento?

Dia 13 de Maio, nosso bróder e colaborador Pedro Novaes se casará com nossa bela sister Juliana. Sim, mais dois a obedecer o “crescei e multiplicai-vos”. Monteiro Lobato, em cartas a seu amigo Rangel, costumava fazer críticas ao casamento e ao conseqüente fim da liberdade que só o solteiro supostamente tem. Claro, ele tinha apenas vinte e poucos anos de idade e não sabia de quase nada. Porque, depois que se casou com Purezinha (“linda e mais inteligente do que eu”), descobriu que os solteiros é que vivem escravizados à idéia de encontrar “a escolhida” ou, o que é pior, escravizados à perene necessidade de arranjar outra, mais outra e ainda outra provisória cara metade. Tal é o grilhão que prende o ego à concepção de que a experiência se ganha com quantidade e não com qualidade de relações. Quem está casado, descobriu ele, se abre ao mundo inteiro e ao além; quem está solteiro só pensa no sexo oposto, pensamento este que ofusca todos os demais…
