blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Cotidiano Page 28 of 58

A esquerda e o crime

Do artigo Banditismo e Revolução, do Olavo:

(…) Há ainda outro aspecto que deve ser levado em conta. Ao longo de trinta anos ou mais, a esquerda fez tudo o que podia para favorecer a ascensão do banditismo: ensinou técnicas de guerrilha urbana aos delinqüentes presos na Ilha Grande, integrou quadrilhas de criminosos no esquema do Foro de São Paulo; cultivou com devoção fiel a fantasia ideológica que desculpa o criminoso e inculpa a sociedade; promoveu líderes do narcotráfico à condição de “líderes comunitários” e “intelectuais populares”; glamurizou as drogas como meio de “libertação psicológica”; promoveu o massacre moral da polícia através da mídia, do show business e das escolas, ao ponto de tornar os policiais uma classe inibida e atemorizada, persuadida de que o cumprimento fiel das suas funções legais só lhe trará novas perseguições e punições; debilitou o senso moral dos formadores de opinião por meio de engodos acadêmicos como o multiculturalismo, o relativismo, a maliciosa exploração psicológica das frustrações raciais e sexuais das minorias; garantiu a impunidade para os delinqüentes menores de idade; promoveu por todos os meios a desmoralização do direito de propriedade; e por fim diminuiu as penas para os crimes hediondos. Sua ação no sentido de fortalecer o crime e debilitar a sociedade foi tão coerente, tão contínua e tão abrangente que ela basta para explicar a desordem e a violência atuais, para as quais ela própria fabrica, ex post facto, pretextos diversionistas destinados a agravar ainda mais o estado de coisas. O resultado desse esforço sistemático e perverso está hoje ante os olhos de todos, e ele é a maior prova de que o esquerdismo é criminoso em si, por essência e vocação.

Alcançado esse resultado, só restam ao esquema esquerdista dominante duas alternativas: ou governar em aliança com a bandidagem, tentando organizá-la como força armada paralegal e subjugando a ela o que resta do aparato policial e militar do Estado; ou dar a volta por cima, usando como pretexto a atmosfera geral de pavor, criando um Estado repressivo com a ajuda das forças militares, aparecendo como salvador da pátria e angariando o apoio maciço de uma população amedrontada, desmoralizada, disposta a aceitar todas as exigências ditatoriais em troca de uma promessa de alívio.

É cedo ainda para a liderança esquerdista optar por uma dessas vias. Por enquanto, ela pode prosseguir no entretenimento dialético de acirrar as contradições, apostando nos dois cavalos ao mesmo tempo e esperando para ver qual das alternativas será a mais vantajosa no instante temível da mutação revolucionária. (…)

O louco da Coréia do Norte

O anti-americanismo é realmente uma atitude prodigiosa: a professora Eva Paulino Bueno chega a dizer que Kim Jong-Il, o líder norte-coreano, é admirável apenas porque é capaz de se fazer ouvir pelos EUA. (!) E para ela pouco importa se, para tanto, ele tenha de ser implacável com os opositores do regime, matar sua população de fome e ameaçar o Japão com uma bomba atômica. Agora raciocine. Quando você vê um vizinho esbravejando com um rifle nas mãos, é claro que você não irá discutir com ele de forma agressiva, afinal, o cara está fora de si. Você vai é ouvi-lo, responder-lhe melifluamente, enquanto por trás se prepara para dar o bote. Até parece que o Kim Jong-Il é realmente um “gênio” que cala o poderio americano. E, ao contrário do que a professora diz, não é por falta de petróleo que ele está seguro. As potências do Eixo não foram derrotadas por petróleo. Aliás, o problema do Kim Jong-Il é a solidão, ele é “so ronry”, “so ronery”, coitado. Fica tanto tempo sem receber afeto que acaba se achando um solitário no cume intocável da sabedoria e da iluminação. Como prova do que digo, eis este vídeo gravado pela CIA:

A propósito: o esqueleto boiando no aquário é do emissário da ONU e a estátua ao pé da escadaria é na verdade um ator real. Para ver mais, assista Team America: World Police, de Trey Parker (South Park). Um filme muito engraçado com ótimas canções. Aliás, algum filme possui uma cena de sexo melhor do que esta?

PT e PCC… de novo

Agora é a vez do José Serra apontar as conexões entre o PCC e o PT. Claro que ele não se referirá à ligação através das FARC e do Foro de São Paulo, uma vez que, neste caso, também o PSDB tem o rabo preso. En sudamérica estamos de hecho todos jodidos...

Pegadinhas japonesas

Outro dia escrevi sobre a diferença gritante entre as sacanagens com câmeras escondidas feitas em países onde a Justiça é uma fera – sacanagens tão singelas! – e aquelas feitas no… Brasil, onde a Injustiça é que é uma fera e as pegadinhas podem chegar a ser as mais absurdas e desproporcionais. (Que o diga o João Kléber.) O que eu não me lembrava é que o Japão é um país de Primeiro Mundo à parte, isto é, provavelmente com uma Justiça eficiente mas com um povo de costumes muito… hummm… japoneses. Veja por exemplo as três pegadinhas abaixo. Nos EUA, as vítimas certamente ficariam milionárias com as indenizações.

PCC, PT, Alckmin

Este blog já foi citado por um site chinês exatamente por se referir à relação promíscua entre PCC e PT e à conseqüente tentativa de desestabilizar a campanha do Alckmin. Dentro do mesmo assunto, há esse excelente comentário do Reinaldo Azevedo:

PCC usa tática da Al Qaeda na Espanha

Internautas me perguntam se, afinal, sou favorável ou contrário a que o governo de São Paulo aceite a “ajuda” do governo federal. Que ajuda? Quero que o governo federal devolva ao Estado o dinheiro que lhe foi cassado do Fundo Nacional de Segurança e do Fundo Penitenciário. E que faça o mea culpa. A PM do Estado tem 95 mil homens. O Márcio Thomaz Bastos quer mandar mais 2 mil ou 3 mil homens treinados no Amazonas, no Acre, em Pernambuco, em Goiás ou no Rio Grande do Sul para fazer na periferia de São Paulo exatamente o quê? A pergunta está errada. A boa pergunta é outra: o governo do Estado deve ou não fazer acordo com o crime organizado? Essa é a questão relevante. Eu acho que não deve. Na coletiva de há pouco das autoridades da segurança do Estado, os jornalistas todos estavam cobrando “a ajuda”. Nem sabem o que é tal Força Nacional de Segurança de Bastos. Trata-se de um ajuntamento aleatório de 5 mil homens, formados por policiais militares de vários Estados, que se reúnem, quando necessário, para tarefas ad hoc. Não têm treinamento especial nem qualquer programa organizado para intervir nesse tipo de coisa. Então a resposta vai seca: é claro que Lembo NÃO deve aceitar a ajuda porque, se Marcola não quiser, de nada vai adiantar. O que a gente precisa saber é outra coisa: estaria Marcola querendo que Lembro aceite a ajuda de Bastos? Ponham uma coisa na cabeça: o crime organizado está tentando interferir nas eleições de São Paulo e do Brasil. Se Alckmin subir mais uns seis pontos na pesquisa, corre o risco haver um recrudescimento dos ataques. Não vê quem não quer. É a tática que a Al Qaeda usou nas eleições na Espanha. Lá deu certo.

Aniversariantes de hoje

Hoje é aniversário do poeta Stefan George que, graças a um poema de sua autoria sobre o anticristo, convenceu ao Conde von Stauffenberg, ao irmão deste e a outros oficiais nazistas de que o dito cujo carcará sanguinolento não era outro senão seu próprio líder, Adolf Hitler. Daí para a idéia de assassinato e para o ato de colocar uma bomba no bunker em que o ditador participaria de uma reunião foi um pulinho. A explosão matou um oficial, mas a grossa mesa de madeira protegeu Hitler, que sofreu apenas algumas escoriações. Todos os conspiradores foram executados.

Também é aniversário do irmão Henry David Thoreau, escritor americano, autor de Walden e do ensaio sobre a Desobediência Civil. Foi um ferrenho defensor do libertarianismo, do individualismo sadio e, certa feita, após ser preso por não pagar impostos atrasados – o cara tinha uma birra enorme com o Estado – riu-se por achar ridícula a crença dos burocratas de que aquelas grades o privariam de sua liberdade interior. (Isso me lembra um caso que li no De Gustibus sobre um velhinha americana que preferiu ser presa a pagar um imposto territorial urbano que não era usado para melhorar de forma alguma sua própria rua. Deve ser descendente do Thoreau.) Thoreau é citado no filme Sociedade dos Poetas Mortos. Aliás, sempre achei incrível o fato de que estudantes universitários prefiram o alienado do Karl Marx a esse figura genial.

Espreita

Ando tentando surpreender a mudança, mas a mudança não se deixa surpreender.

O enigma da passividade

Nunca deixa de me espantar, por mais comum e generalizada que seja, a passividade das pessoas, que se deixam gratuitamente enrabar sem esboçar a mínima reação. A única explicação possível é a de que não se importam ou, mais provável, de que até gostem disso.

Ontem, superatrasados, fomos eu e Juliana finalmente assistir a X-Man 3. A projeção começa e os trailers são exibidos com um foco errático: a imagem ganhava e perdia nitidez todo o tempo. Paciência. Quem sabe, com o início do filme, a coisa se consertasse. Vem a atração principal e o problema persiste. Contrariada, Juliana se levanta e pacientemente vai do lado de fora da sala e chama a atenção de um funcionário. O foco de corrige, mas se sustenta por apenas alguns minutos, logo retornando ao padrão errático anterior. Como se não bastasse, com mais algum tempo, o som Dolby desaparece e somos obrigados a nos contentar com apenas as inaudíveis caixas de trás da tela. Tudo isso, fora o estado lamentável da cópia, absolutamente arranhada e repleta de problemas, resultado do tratamento porco dado por projecionistas porcos que não respeitam a sagrada matéria de seu trabalho: a película cinematográfica.

Desta vez, vou eu em busca de socorro. O problema no áudio não se corrige. Finalmente, com princípio de dor de cabeça, desistimos e pedimos nosso dinheiro de volta.

Me agride obviamente que alguém preste com a maior naturalidade e cara lavada um serviço tão porco, especialmente nessa arte que é também meu ofício e à qual me devoto com máxima delicadeza. Mas o que mais me espanta é que ninguém além de nós tenha esboçado qualquer reação a essa agressão e assalto às nossas carteiras. Fomos embora e outras 10 pessoas continuaram lá passivamente se deixando enrabar.

Por essas e outras, nutro pouquíssima esperança na espécie humana.

Lulice

aspas_vermelhas_abre.gif Quando as pessoas vêm para o hospital e morrem na mão do Jatene [Adib Jatene, cirurgião, ex-ministro da Saúde], mesmo que ele tenha feito um erro, todo mundo morre satisfeito, morreu na mão do melhor. Isso é como o Zico perder um pênalti, ninguém vai dizer que ele é grosso, ele errou aspas_vermelhas_fecha.gif

Lula, na presença do Jatene, ontem

O nano e eu

Este post faz parte daquela série Confissões…

nano.jpgEntrei no mundo do MP3, finalmente, no 12 de junho. Tenho agora um iPod Nano 4G. É bem bacana mesmo; estou curtindo.

Meu problema em relação a estas maravilhosas geringonças é que eu sou meio — talvez inteiro — atrapalhado. Levo séculos para entendê-las e nunca, nunca mesmo, consigo usufruí-las totalmente. Fico só no básico.

Com o iPod não tem sido diferente. Primeiro, demorei uns bons minutos para entender o processo de carregamento da bateria — não tem de pôr na tomada; é feito via porta USB, algo que eu nunca tinha visto. Aí demorei mais um pouquinho (eu minto às vezes, ok?) para passar alguns CDs do Jobim para o bichinho. Até agora, só sei ouvir. E ainda apanho na hora de recarregar a bateria, porque aparece na telinha uma mensagem: “Não desligar”.

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