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Grandes homens

Um trecho do artigo “Artur Neiva”, de Monteiro Lobato, a respeito do cientista de Manguinhos que pôs em prática suas idéias na chefia sanitária de São Paulo:

Certo dia, na universidade de Leipzig, um estudante japonês abordou o eminente Ostwald com esta pergunta estranha:

– Haverá meios de distingüirmos cedo os homens que um dia se notabilizarão nas ciências?

Esta pergunta, encomendada pelo governo nipônico, embaraçou deveras o grande professor alemão e ficou a verrumar-lhe os miolos por muitos dias. Mas ao cabo de longo matutar ele apreendeu finalmente o traço característico dos futuros grandes homens, o primeiro a revelar-se em anos verdes: horror à escola! Os alunos mais bem dotados nunca se mostram satisfeitos com o que lhes oferece o ensino, conformado sob medida para a mentalidade e o caráter do maior número, isto é, dos medíocres. As criaturas de exceção, essas sofrem a asfixia do ambiente estreito e revoltam-se. Passam a constituir a classe dos maus alunos, dos vadios, dos indisciplinados, e acabam, não raro, expulsos da escola.

Doutora Luciana Magalhães

Vinícius de Oliveira, um leitor, me enviou o conto abaixo dentro do espírito da Tragicomédia Acadêmica. Eis como ele o apresenta: “Li sua tragicomédia acadêmica e devo confessar que nunca ri tanto lendo contos. Estudo também em uma Universidade Federal e sei muito bem o que você ironizava nos seus contos. Aproveito para te apresentar um conto meu também sobre a tragicomédia acadêmica, inspirado numa personagem real da minha instituição”.

Olavo de Carvalho é genial, ponto

Olavo de Carvalho

Graças à gentileza de sua filha Maria Inês e à do próprio Olavo de Carvalho, pude assistir, há cinco anos, a duas e apenas duas de suas aulas para logo concluir: esse cara é o professor que, sem sucesso, busquei anos a fio por todos os cursos universitários em que estive matriculado. Sim. Na universidade, há sempre pós-graduados, mestres e doutores em algo, mas nunca Mestres de fato. E a vida do Olavo de Carvalho se encaixa perfeitamente no conceito de genialidade de Oswald Spengler — “a força fecundante do varão que ilumina toda uma época” — e no de guru dos indianos, onde “gu” é trevas e “ru”, o que dissipa. Olavo é um dissipador de trevas e isto ficou patente após ler oito de seus livros: “O Jardim das Aflições”, “O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras”, “A Nova Era e a Revolução Cultural”, “Fronteiras da Tradição”, “Aristóteles em nova perspectiva”, “Os gêneros literários”, “Astrologia e religião” e “Símbolos e Mitos no Filme ‘O Silêncio dos Inocentes'”. (Conheça todos os livros.) Aliás, fiquei muito espantado quando descobri que ele assina boa parte dos melhores artigos publicados pela revista Planeta dos anos 1970, cuja coleção meu pai ainda mantém. Sem esquecer, é claro, sua tradução do livro “Tabu”, de Alan Watts, que marcou minha primeira juventude.

Por essas e outras, não posso deixar de rir ao me lembrar que, em 2000, na festa de aniversário de 70 anos da escritora Hilda Hilst, um casal de jornalistas da Agência Estado — amigos de um amigo próximo — ficou tentando me convencer de que Olavo é um representante do “mal absoluto”!  (Foi a expressão maniqueísta que eles usaram.) Eu olhava para os dois sem acreditar que alguém pudesse conceber tamanha bobagem, e o pior: sem nunca sequer terem lido um livro dele. E, por fim, vaticinaram: “Esse Olavo é um idiota que irá estragar todo o benefício que o PT prepara para o Brasil”. Ah, pensei, agora entendi tudo. Todos sabemos — e o Olavo já sabia desde meados dos anos 1990 — que benefício era esse.

(A propósito: Olavo é touro com ascendente em aquário, a mesma combinação astrológica da Hilda Hilst, escritora com quem mantive as conversas mais viajantes da minha vida.)

Mais um…

Ampliei meu leque de cursos abandonados. Ano passado, sem ter estudado bulufas, voltei a prestar vestibular na UnB – em Letras-espanhol – passei em primeiro lugar na lista de aprovados e, hoje, um ano depois, por não ter colocado os pés em sala de aula um dia sequer, recebi comunicado de “desligamento por abandono de curso”. Qualquer dia estarei no Guiness, o livro dos recordes, como o cara que passou em mais vestibulares e abandonou mais cursos. Mas talvez eu tenha cumprido minha missão: impedi que o último da fila entrasse na universidade. Já há muita gente incapaz ali dentro.

Universal Conjugator

Esse Logos Universal Conjugator – que não é da Tabajara, mas da Verba.org – é uma mão na roda…

Uma solução para a África

(Ainda sobre a entrevista publicada na Der Spiegel, “Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!“)

Eu conversei em duas ocasiões com o Bruno Tolentino sobre a África – onde ele esteve várias vezes – e tentei empurrar a idéia de que o problema era a educação. Ele então me falou de dois países africanos (não me lembro quais), que receberam ajuda de grupos ligados a Oxford para melhoria de seus colégios e instituições de ensino. Segundo ele, todas as vezes que as tribos se levantavam umas contra as outras, a primeira coisa que, juntas, destruíam eram os tais colégios e instituições. O Bruno me dizia não ver qualquer solução identificável para a África. Já o explorador e escritor inglês Richard Francis Burton dizia que a única coisa capaz de tornar os nativos africanos confiáveis, trabalhadores e dignos de respeito era o islamismo, segundo ele, uma religião mais condizente com a natureza tosca daqueles povos, uma vez que não respeitavam e costumavam deitar e rolar sobre os caridosos cristãos, os quais achavam ingênuos. (Temiam – perceba, temiam e não respeitavam – apenas os cristãos de fachada, aqueles que se impunham pela força, uma “linguagem” comum entre as tribos.) Pois então: islamismo… Já pensou? A solução para a África poderia ser uma ameaça para o Ocidente…

Lei de Gerson acadêmica

“O importante é levar vantagem em tudo, certo?” Errado. E mesmo que a vantagem pareça muito real neste mundo, as conseqüências virão mais cedo ou mais tarde. Eis a origem da tragédia na vida de uma pessoa. Digo isso, não em virtude da imoralidade política atual, mas da imoralidade estudantil, que é onde tudo começa.

Quando vi, em meu site, no Google Adsense, a publicidade dessa SOS Monografia, tive de conferir a tal. É incrível a sem-vergonhice dessa gente. Você paga os caras e eles fazem sua tese de mestrado, sua monografia de graduação, etc., etc. Sim, todos conhecem a existência desse “serviço”, mas… com anúncios na Google?! E os “clientes” ainda dão seu depoimento, enchendo a gangue de elogios.

Revolução moral

Em vista de nosso atual momento político, eis um artigo dos mais relevantes: Nossa meta para o próximo século – uma revolução moral e educacional, do educador Mortimer Jerome Adler.

Dicionário Etimológico

É deprimente não haver um dicionário etimológico online da língua portuguesa. Enquanto isso, vamos nos contentando com o Online Etymology Dictionary. Entre nós, a tal “democratização do conhecimento” é apenas uma figura de linguagem. E o que tem de sanguessuga nas universidades coçando o saco… puts, sem comentários.

Até na Espanha…

A Universidad Politécnica de Valencia, na Espanha, demitiu o professor Jorge Cortell porque ele defendia a possibilidade de se utilizar os programas P2P legalmente. Em suma: seu erro foi emitir uma opinião. Se a moda pega…

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