blog do escritor yuri vieira e convidados...

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J. Toledo is here

Não sei se a galera já percebeu, mas temos um novo colaborador no Garganta: o escritor, jornalista, artista plástico e fotógrafo paulistano J. Toledo, cronista do jornal Correio Popular de Campinas-SP. Toledo é autor da biografia Flávio de Carvalho – o comedor de emoções; do Dicionário de Suicidas Ilustres (para o qual eu e a Hilda Hilst contribuímos com o verbete sobre Mishima); das coletâneas de crônicas A Divina com mídia – crônicas bizantinas, Espiões da cidade e, publicado este ano pela Record, Dois uísques em Cafarnaum. O Toledo também assina a foto da Hilda com o dedo médio em riste na primeira página do site oficial dela. Enfim, o cara é excelente, ótimo papo e super gaiato. Eu e a Hilda costumávamos ler suas crônicas e telefonar para ele quase toda manhã. Juntamente com o Mora Fuentes, o Toledo era o Prozac dela.

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Seja bem-vindo, Toledo.

Eu e o sem-fim

Cinco

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Ouviu a música com espanto, à espera de sua fonte. Aguardou, quieto, ainda afastado, e ouviu o seu fim. Veio o silêncio, a expectativa. Do portal, em vez da melodia, partiam batidas ritmadas, secas. Uma a uma, mais e mais rápidas, mais e mais próximas, uma para cada vida de seu peito. Uma a uma, passo a passo, foram se aproximando até por fim pararem.

Olhos fixos à frente, o peito vivo a tornar-se tenso, viu grossos dedos tocarem o portal e em seguida os olhos brilhantes. Yuri olhou para baixo e viu as batidas.

Estréia de “A Obscena Senhora D”

Minha amiga Catarina Accioly e o diretor William Ferreira convidam para a estréia da peça “A Obscena Senhora D”, adaptação do livro homônimo de Hilda Hilst. Será dia 21 de Abril – aniversário de nascimento da Hilda – às 21:15h, no Teatro Goldoni, Casa D’Itália (Brasília, 208/209 sul). As apresentações subseqüentes ocorrerão de quinta a domingo, sempre às 21:15, até o dia 07 de Maio. Vale a pena!

Mais fontes

Por insistência da Jamila, decidi ir atrás de novas fontes de informação e, graças também a ela, comecei pela revista Veja, que, fora os trechos citados no Primeira Leitura, eu não lia havia mais de dez anos. Obrigado, Jamila, a Veja tem publicado ótimas matérias mesmo, embora você não consiga perceber. Esta sobre o Lula e seus 40 ladrões diz o que todo mundo precisa ouvir.

Eu e o sem-fim

Quatro

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Os olhos suspensos não piscaram depois que o reflexo opaco tremeu. Pescoço e tronco levantaram-se, enquanto braços permaneciam inertes.

Esperou e viu novamente o reflexo tremer mais forte e a porta transparente iniciar um movimento voluntário. Pouco a pouco, ela descolou-se, correu para a frente, tomou devagar a direção do lado, tornando-se por um instante um filete e depois, aos poucos, outro retângulo. Deixara para trás o portal. A transparência abrira-se.

Yuri permaneceu em pé à espera. Inclinou-se, contorceu-se, mas nada viu por entre o portal. Afastado, esperou.

Não soube ao certo o que era. Um som suave e distante. Notou a melodia saindo do portal. Pouco a pouco, tornava-se mais e mais próxima, até poder ser totalmente percebida. Um som alegre e agradável, de um só instrumento.

Eu e o sem-fim

Três

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Yuri sentou-se no chão inexistente, como faz um adolescente. Tornozelos cruzados, o tronco curvado, mãos juntas sobre os pés, antebraços escorados nas coxas. Olhava a porta a distância, a cabeça apontando para baixo, os olhos na direção do reflexo. Olhos outrora cerrados com vigor, agora abertos com descrença. O peito ainda vivo esperava o inesperado.

Não havia tempo na escuridão. Só pensamentos. Refez o caminho do cérebro, contou como pôde quantos deles conseguiu lembrar-se e constatou um tempo imaginário: passaram-se muitos pensamentos.

Os olhos suspensos não piscaram depois que o reflexo opaco tremeu.

O eDitador também colabora

Para que vocês, colaboradores amigos, não pensem que só estou experimentando o lado eDitador da blogosfera coletiva, devo dizer que agora também sou colaborador d’O Expressionista. (Eu sempre acho que minha participação só pode mesmo é queimar o filme de quem decide me editar, mas… fazer o quê? os caras são bacanas e me fizeram o convite. Valeu, Diogo!)

Eu e o sem-fim

Dois

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Virou-se por todos os lados, procurou, moveu-se, mas nada pôde ver. Olhou os braços, tocou o peito vivo e viu a si. Onde estava o som dentro do sem-fim? Onde está o som, onde está?

Parou de pé sobre o nada, os braços soltos, o olhar à frente. Fechou devagar os olhos e concentrou-se. Sentiu o peito apressado e tornou-o lento. Esperou. Sentiu vagamente o ruído distante, que se tornou mais próximo, mas não abriu os olhos. Ouviu o som atrás de si, o material mexendo, o abrir-se, o fechar-se. Abriu então os olhos e, devagar, virou-se.

Yuri viu o reflexo solitário no nada, a transparência, o retângulo vertical, suspenso. Aproximou-se hesitante, um passo pequeno, outro, mais outro. Viu seu reflexo opaco aproximar-se. Esticou a mão e tocou com os dedos a transparência. Pôs toda a palma nela. Espalmou as duas mãos, percorrendo-a, tocando todas as partes, no meio, em cima, de lado. Atravessou uma das mãos pelo lado e tocou a parte de trás, simultaneamente. Percorreu com os dedos toda a lateral. Passou as mãos sob o retângulo. Não havia maçaneta na porta transparente.

Artigo imperdível da Míriam Leitão

A infiltração petista é tão profunda neste país que até este blog já foi invadido. Agora nós temos alguém para fazer elogios à gurua do PT, Marilena Chauí! Cruzes!! Depois eu é que sou o nefelibata, o selenita. Ossos da fraternidade. Na verdade, minha maior loucura é aceitar colaboradores baseado tão somente na amizade, mesmo quando certos amigos têm cobras e lagartos sob o cocuruto. (Não vou nem linkar o texto.) Mas deixa pra lá. Só queria postar este artigo que uma outra amiga, Carol, a Gata-Lôca, me mandou lá do Rio:

Inaceitável

Miriam Leitão, O Globo (24/03/06)

Políticos e jornalistas perguntaram ao ministro Antonio Palocci se ele processaria o seu ex-assessor Rogério Buratti. Sua resposta foi que jamais processaria alguém enquanto fosse ministro, porque não usaria o poder do cargo que ocupa contra um cidadão ou um jornalista. No caso Francenildo, o governo Lula faz muito pior: está usando todo o poder do Estado contra o cidadão. Isso é inadmissível na democracia, mas previsível no governo Lula.

Seus barraqueiros

Eu já entendi tudo. Concluí meu experimento científico. A galera que frequenta este boteco gosta mesmo é de se xingar e de ser xingado. Discussão civilizada a *@#!#*&!! Neguinho (e neguinha) gosta mesmo é de discussão inflamada, né? Haja vista o post do Daniel, perguntando honestamente quem paga a conta do liberalismo. E nada. Ninguém respondeu (nem eu, mas é diferente porque eu fiquei de pensar e estou pensando até hoje). Depois, um tema polêmico desses como privatização da água e ninguém nem tchuns. Tá certo. O negócio é afirmar e sustentar pontos de vista até derreter o fígado do adversário, nada mais. Ninguém quer entender de verdade porra nenhuma. Pensamento crítico é coisa pra mariquinhas. (Vou fazer que nem o Yuri e botar um sorrisinho aqui no final pra vocês não virem pegar no meu pé). 😎

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