O governo Lula já fez muita bobagem. Algumas pura anedota, outras namorando o monstro totalitário. Mas nada foi tão idiota e perigoso quanto esconder as projeções de inflação feitas pelo IPEA. A estupidez é muito simples de entender. O IPEA é o órgão oficial do Governo para o levantamento de informações que subsidiam as tomadas de decisão dos gestores públicos. Como diz o site do instituto, sua missão é “produzir e articular conhecimento para o planejamento do desenvolvimento brasileiro”. Logo, esconder informação ou mesmo alterar uma metodologia de cálculo sem a devida justificativa pode destruir a reputação do instituto. E ele, por mais importante que seja, cairá na irrelevância. Não se joga algo assim no lixo por motivos ideológicos ou propagandísticos. É como se o Governo estivesse sabotando a inteligência do país para não ter sua imagem arranhada antes da eleição. FHC fez o mesmo e quase jogou a moeda brasileira no lixo. Mais vergonha na cara, por favor!
Um texto muito bom sobre as Farc no blog do Pedro Dória. Vale a pena.
Fui convidado para participar como debatedor neste evento a ocorrer em São Paulo, na Casa Mário de Andrade, entre os dias 22 e 25 de Julho. Além de mim, estarão presentes os escritores Miguel Sanches Neto, Flávio Izhaki, Luis Eduardo Matta, Ivana Arruda Leite, André de Leones, Flávia Rocha, Douglas Diegues, Annita Costa Malufe, Antonio Prata, Fabrício Carpinejar e Elisa Andrade Buzzo. Para mais detalhes, veja a programação no Digestivo Cultural.
Nessas discussões que, inevitavelmente, foram causadas pela tal da Lei Seca (11.705 CTB), andei dizendo que sempre me posicionarei contra a uma atitude estatal arrogante do tipo: “Eu sei o que é melhor para sua vida, imbecil!”. Inevitáveis, também, eram os semblantes de incompreensão voltados a mim. Afinal, a questão mais importante naqueles momentos era como voltar para casa depois de uns tragos e outros.
A discussão política no Brasil chegou a um ponto inevitavelmente cretino. Parte da obrigação, por imposição de uma Lei qualquer, de algo que tem probabilidade de estar certo e uma outra, proporcionalmente igual, de estar errado. O mesmo tipo de raciocínio – e discussão – foi proposto à iluminada probabilidade de cura através de pesquisas com células-tronco embrionárias, quando do outro lado havia a possibilidade de estar executando embriões já com vida. É aquela história de punir todos em benefício de um ou dois que, em probabilidade, poderiam ser poupados num acidente de trânsito ou voltar a andar se ainda estiverem vivos daqui a uns quarenta anos.
É claro que as pessoas devem ser responsabilizadas e punidas por guiarem alcoolizadas, colocando em risco a vida alheia. No entanto, assim já é. Quem quer que se envolva num acidente de trânsito ou é pego ao volante embriagado, sofre punições. Mas o que propõe a nova lei em questão é prevenir um acidente com base em probabilidades dele acontecer. E vai além, pretendendo, pelas mesmas razões probabilísticas, prender provisoriamente um potencial causador de acidente.
Além de partir de um raciocínio idiota, juridicamente é uma Lei que não se sustenta. Porque para atestar que alguém está embriagado é necessário produzir provas. E tais provas só podem ser produzidas com o consentimento do possível embriagado. Como a Constituição assegura o direito de não ser obrigado a produzir provas contra si mesmo, estando realmente embriagado, o melhor que se tem a fazer é negar um assopro no bafômetro e questionar a validade da punição.
Entretanto, a questão que se avoluma em meu despretensioso cérebro é quanto ao teor de burrice e estupidez de quem propõe esse tipo de coisa. Convém lembrar aquele pensamento de Joe McCarthy sobre a estupidez ser justa por errar para os dois lados. Porque quando o erro pende só para um lado o que rege é a esperteza.
Será que uma frase é suficiente para a gente se apaixonar por um autor?
Como todos os jovens eu decidi ser um gênio, mas felizmente o riso interveio.
Vou comprar alguma coisa desse cara imediatamente.
A banda Dire Straits tem essa música — dos meus tempos adolescentes — que se encaixa perfeitamente ao momento atual: So far away (vide letra mais abaixo). Basta trocar a palavra “telephone” por MSN, Google Talk, email, Skype, Second Life, Orkut, FaceBook, etc. e você verá o quão relevante ela é…
(Siga a bolinha luminosa.)
So far away
Here I am again in this mean old town
And youre so far away from me
And where are you when the sun goes down
Youre so far away from meSo far away from me
So far I just cant see
So far away from me
Youre so far away from meIm tired of being in love and being all alone
When youre so far away from me
Im tired of making out on the telephone
And youre so far away from meSo far away from me
So far I just cant see
So far away from me
Youre so far away from meI get so tired when I have to explain
When youre so far away from me
See you been in the sun and Ive been in the rain
And youre so far away from meSo far away from me
So far I just cant see
So far away from me
Youre so far away from me
Uma ótima dica do ex-blog do Cesar Maia: um documentário produzido pelos norte-americanos sobre a cidade de São Paulo.