O Garganta de Fogo

blog do escritor yuri vieira e convidados...

Calma…

Ball-cat

Ainda o Orkut

Essa confa entre o Orkut e o Ministério Público brasileiro está causando discussões enormes lá fora. Veja aqui, aqui e aqui.

Entre outros, gostei deste comentário:

For those playing at home: we just learned why Google is hesitant to build data centers in countries that have weaker protection for freedomes than does the US.

Valeu, gente!

Já trabalhei em zona eleitoral, quando eu morava em Belo Horizonte. Trabalhava com prazer, primeiro porque ser útil dá prazer, e depois porque eu estava ajudando a viabilizar uma idéia que me agrada muito: a democracia. Já que um país precisa de governantes, é bom que possamos ter alguma influência sobre eles. E a democracia não depende apenas de jornalistas que escrevem artigos falando bem dela. Não depende apenas de professores que nos explicam como ela foi criada, e, por último, não depende apenas dos franceses que a conceberam e a colocaram no papel. Nenhuma idéia subsiste sem que trabalhemos por ela. As idéias nascem no cérebro (ou no coração) mas só se tornam coisas por meio de mãos humanas. Por isso a democracia depende radicalmente daqueles que hoje não estão tomando sorvete, não estão no zoológico com os filhos, não estão fazendo um trabalho da faculdade, não estão almoçando na casa da sogra — estão nas zonas eleitorais, prestando informações, anotando números em cadernos, pedindo nossas assinaturas. É divertido pensar que se todos eles resolvessem faltar ao trabalho hoje, simplesmente não haveria eleição.

Por isso, quando fui votar, fiz um pequeno happening. Apertei a mão do sujeito que me atendeu, e disse: “Obrigado por trabalhar pela democracia”. Ele riu meio sem graça. Talvez ele ainda não tivesse se dado conta de que a democracia precisa do trabalho dele. Talvez ele trabalhe apenas porque não pode mudar uma lei. Mas hoje ele vai pensar sobre isso, e talvez na próxima eleição ele trabalhe com mais prazer, sabendo que ajuda a viabilizar uma idéia fundamental para todos nós. É graças a pessoas como ele que podemos escolher nossos governantes, mesmo que seja para depois nos arrependermos. Por isso, vou pedir licença ao Yuri para fazer no saite dele uma coisa meio ridícula, como se isso aqui fosse o Domingão do Faustão:

Quero agradecer às pessoas que trabalham em zonas eleitorais. Gosto muito do meu direito de escolher meus governantes e legisladores, e, sem elas, isso não seria possível.

Valeu, gente!

E não fiquem reclamando. O almoço da sogra não vai fazer tanta falta assim.

2º Turno (ufa!!)

Vamos ao segundo turno. Com 97,80% dos votos apurados, Lula caiu para 48,79 e Alckmin subiu para 41,43. Não tem mais jeito de Lula tirar a vantagem. O que nos salvou foi São Paulo, a capital, porque no Estado quem venceu foi Lula. Segundo a lógica, a transferência de votos, se houver, deve indicar que o eleitor de HH vai de Lula, e o de Cristovam pode (veja bem, pode!) ir para Alckmin. Em tese todos são esquerda (num espectro que vai do mais moderado ao mais revolucionário).

Em todo caso repito a análise anterior: a campanha só fará sentido para Alckmin se houver corrosão da imagem de Lula. Logo, a ordem é bater pesado, principalmente no aspecto moral. Do lado do PT algumas estratégias deverão ser repensadas. A jogada do dossiê – supondo que a disputa presidencial estava ganha – foi arriscada e explodiu na cara dos petistas. Lula está, oficialmente, na defensiva. Novamente as pesquisas devem dar o tom da estratégia. As primeiras devem ser divulgadas lá pelo meio da semana. Aos poucos “gargantuas” que acompanharam por aqui, obrigado e um abraço.

Vantagem diminui

O segundo turno está praticamente garantido. Lula não consegue se distanciar de Alckmin à velocidade necessária para garantir-lhe vitória e, agora, perdeu votos preciosos por conta da cidade de São Paulo. Haverá gente do PT pedindo recontagem a fim de espremer uns 0,75% de votos. Não vai dar. Com o segundo turno ganha-se tempo para desgastar Lula mais ainda. Contudo será muito difícil. Essencialmente porque não se estabeleceu uma vigorosa tendência de queda do petista. Seria muito mais devastador para Lula se este segundo turno se originasse numa ascenção de Alckmin. O eleitorado só vê Alckmin se houver desgaste do presidente. Outra coisa seria a possibilidade do escândalo do dossiê comprado perder força, ou seja, mostrar-se um mero balão de ensaio. Mas talvez a grande chance de Alckmin seja o próximo debate, no qual o petista não poderá não ir e deverá ser atacado, principalmente, no aspecto moral.

O Estado mais petista e o menos

De acordo com apuração do TSE, o Estado mais petista desta eleição é o Amazonas. Lula, lá, conseguiu 77,89% dos votos válidos. O Estado menos petista é o Rio Grande do Sul. Lá, Lula conseguiu apenas 32,97% dos votos. Informação adicional interessante: para governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (aquele do bigodão) pode não conseguir chegar ao segundo turno, a diferença entre ele e Germano Rigotto, do PMDB, é de menos de 1%. Mudem para o RS galera, em peso.

Recontagem ou golpe?

Podem se preparar, qualquer que seja o resultado (segundo turno ou não) haverá quizumba. Digo isso porque a vitória – se acontecer – do PT será por muito, muito pouco. Na parcial de agora, com 74,04% dos votos válidos apurados, Lula lidera com 49,31%. Faltando apurar cerca de 25%, a tendência é que Lula vença no primeiro turno. A inferência se baseia em dois fatores: a peformance de Lula no Sudeste; e a grande vantagem do mesmo Lula no Nordeste. Em termos absolutos o Nordeste siginifica 34.133.740 e o Sudeste 54.944.898. Se Lula traçar metade do eleitorado do Sudeste e manter a vantagem de mais de 65% no Nordeste a matemática está do lado do petista. Se houver variação maior para Alckmin no Sudeste a ponto de neutralizar a vantagem de Lula no Nordeste, teremos segundo turno. Pensava-se que a performance de Lula não seria tão boa no Sudeste. Torce aí, mano!!

Até agora dá 2º turno

Até agora dá segundo turno, mas a vantagem é frágil. Alckmin ganha nas regiões Sul e Centro-Oeste (viva nóis, uai!?!), mas perde de lavada no Norte e Nordeste. Em São Paulo ligeira vantagem de Lula, mas o correto seria considerar empatado. Eis os números:

REGIÃO NORTE
Lula – 57,65%
Alckmin – 34,03%

REGIÃO NORDESTE

Lula – 66,52%
Alckmin – 26,05%

REGIÃO CENTRO-OESTE

Alckmin – 51,39%
Lula – 38,27%

REGIÃO SUL

Alckmin – 55,01%
Lula – 34,77%

REGIÃO SUDESTE

Lula – 44,87%
Alckmin – 43,45%

E Goiás?

Em Goiás há um fantasma no meio do caminho do PMDB. Explico: em 1998, Iris Rezende perdeu uma eleição histórica para Maconi Perilo (PSDB), um candidato até então pouco expressivo, nutrido pelo leite gordo da escola de política do próprio PMDB, mas desgarrado. O então candidato Iris Rezende começou a disputa com uma vantagem gigantesca, algo em torno de 70% das intenções de voto. Com o desenrolar da campanha, repetidos erros estratégicos jogaram a vantagem no lixo, e o segundo turno iniciou com ambos empatados. O que está em jogo aqui é um processo nebuloso chamado transferência de voto em massa. Pode estar acontecendo novamente, agora com o candidato Maguito Vilela. Com o segundo turno confirmado – no último boletim do TSE, Alcides Rodrigues (herdeiro não muito entusiasmado de Marconi) tinha 48% e Maguito (no início da campanha com mais de 60% das intenções) amarga preocupantes 40% – a coisa parece estar indo pelo ralo….outra vez.

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