blog do escritor yuri vieira e convidados...

Paranóia paulista

Apenas os muito insensíveis nunca perceberam que São Paulo vive à beira do caos. Já falei sobre isso em diversos textos. Aliás, nessa cidade, já fui assaltado três vezes (a primeira em 1985, a última em 2000), espancado uma (quebraram meu nariz no final de 2005), assisti a várias perseguições da polícia, vi crianças brincando com um corpo num terreno baldio do Campo Limpo, fui parado pela polícia e tratado como bandido em duas ocasiões, impedi através de diplomacia que um mano furasse o olho de um dos meus ex-sócios fotógrafos, tudo isso sem falar na minha imensa paranóia durante o Grande Apagão de 1999. Amo minha cidade natal, mas ela ya me tiene podrido. Deus queira que essa zorra do PCC não volte a se repetir. Também, quem mandou os presos comunistas, durante os anos 70, ensinarem táticas de guerrilha aos presos comuns? Até nisso essa patota que cerca o Lula tem culpa.

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10 Comments

  1. Bruno Costa

    Hahahaha! Tens toda razão, Yuri, comunista é uma merda mesmo! Agora, esse Marcola e o PCC são um bando de MARIQUINHAS, né! Não passou pela cabecinha hidrofóbica deles atacar o Congresso, raptar um senador, jogar uma pedrinha que fosse no Palácio do Planalto? Não, senhor, foram incendiar ônibus que só trabalhador fudido e a mamãezinha deles usa, atacar universidade, metralhar viatura cheia de mané que sem outra opção na vida prestou concurso para ser policial. Ai, ai, ontem mal deu para trabalhar, ouvi tiros, helicóptero sobrevoando a cidade o tempo todo, barra pesada. Êta paisinho que não vale uma galinha morta no asfalto!

  2. cyro sabino

    O PCC mostrou o quanto o Estado é fragil. Não é o trabalhador fudido que toma onibus e sim o trabalador assalariado, que não ganha propina e só tem sua mão de obra para vender, e com isso recebe este salario de merda que mal dá para tomar o onibus. Enquanto isso nossos governates vão fazendo acordos sujos e nos traindo. Essa historia de cadeia é mentira porque todo mundo sabe que aqui no Brasil cadeia é para o pobre e o negro.

  3. Os comunistas ensinaram táticas de guerrilha aos marginais? E precisava? Eles já não aprendiam tudo com o serviço militar obrigatório? A não ser, é claro, que houvesse contrabando de armas para a prática de tiro nas prisões militares. Você desmonta uma 12 e coloca as partes na bunda para passar pelos guardas; depois, entre uma pausa e outra no “pau-de-arara”, expelia o bagulho para o “cumpanheiros” montarem e praticarem.

  4. Ah, Daniel, quanta vontade de não aceitar os fatos. No exército, por exemplo, não se ensinam táticas para se assaltar um banco. Quem “expropriava” dinheiro de bancos eram os “o-que-é-isso-companheiros” da vida, não o exército. Assim, em Ilha Grande, os bandidos comuns – que na cabeça idealista idiota dos comunistas eram pobres excluídos e explorados que ajudariam a fazer a revolução – esses bandidos aprenderam exatamente o que vc demonstrou não saber: que um banco não se assalta apenas com armas de fogo e boa pontaria. Lá, eles aprenderam que é necessário preparar um local estratégico, próximo ao alvo, apenas para receber feridos; que é preciso trocar de carros várias vezes na fuga; que é preciso ter o apoio de muitos cúmplices que, telefonando de locais diferentes, pedirão a ajuda da polícia de todas as delegacias próximas ao banco para que socorram pessoas fictícias em situações de mentira, bem longe do banco, tudo isso apenas como tática diversionista; ficando o banco às moscas um assalto ocorreria sem incidentes e com muito “lucro”. Isto é apenas um dos muitos exemplos daquilo que manuais de guerrilha urbana, elaborados por revolucionários comunistas(como o do Carlos Marighella), trazem de útil e educativo. Não fosse essa gente, não existiria PCC, Comando Vermelho e semelhantes. Foram os Josés Genoínos da vida que ajudaram essa turma a se organizar. E, hoje, com os celulares, nem a prisão é capaz de isolar os “comandantes”.
    abração!

  5. Daniel

    Se assim é, Yuri, eles estão jogando dinheiro fora republicando o livrinho maldito do Maringhell na escolinha da favela. Basta promover uma sessão de “Um Crime Perfeito” do Spike Lee. Já está lá tudo isso. Contudo, tendo o treinamento correto – você fez serviço militar, Yuri? – não é difícil juntar 2 + 2. Eu sei, por exemplo, que o pessoal tem curso de sobrevivência. Neguino vive algumas semanas sem comida ou água no mato só por ter feito o serviço militar. Lembre-se de que ministrei aulas na Polícia Militar e tive algum tempo para papear com os cara sobre o treinamento deles. Tudo isso contribui. E tem mais, os caras não querem revolução, filho, querem grana e poder. Algo que TODO mundo, não só os comunitas, estão a fim de conseguir. O livrinho do Maringhella não serve nem para limpar a bundinha do Marcola. Como disse o Pedro, o buraco é mais embaixo.

  6. O buraco é tão mais embaixo que vcs dois não conseguem vê-lo, bróder. Nós falávamos de Ilha Grande, Daniel, ditadura militar, anos 60. Foi lá que os prisioneiros políticos começaram a tentar ganhar os presos comuns e os iniciaram nos mistérios da estratégia e da tática de guerrilha e ação urbana. Comprar livrinho hoje? Tá tudo na internet. Na época, os caras saíram de Ilha Grande e iniciaram o que hoje se chama Comando Vermelho e semelhantes. Sim. já estão muito além desses manuais, é verdade. Mas foi o beabá deles. E eu não disse que o PCC e o CV estão interessados em revolução, é óbvio que não. Os comunistas foram muito burros por acreditar que o pobre é um ser naturalmente iluminado. Querem é grana. Mas a grana deles vem do narcotráfico, que vem das FARC (para quem vendem armas) e dos cocaleiros, que, por sua vez, tem acordos com o PT no Foro de São Paulo. (Os comunistas são burros, mas jamais deixarão de ser maquiavélicos.) Por fim, toda essa gente – partidos de esquerda, movimentos sociais, ONGs mundialistas, etc. – é apoiada por mil ONGs e Fundações riquíssimas que querem tornar o mundo um paraíso terrestre, bastando, para tanto, fazer experiências em países retardados como o nosso, isto é, conosco, com quem eles pouco se importam. É só o prenúncio da Nova Ordem Mundial, uma idéia de governo mundial central de caractarísticas estatizantes, anti-espirituais, humanistas, etc., etc.
    E o buraco ainda está mais embaixo, é um buraco luciferino…
    Abração!

  7. daniel christino

    Pelo amor de Deus, Yuri. Você nem considera a possibilidade do serviço militar obrigatório ter influenciado os caras??? Ter preparado, no mínimo, o baixo escalão da marginalidade? Quer dizer, aprender a atirar, a montar e desmontar um fuzil, a matar o inimigo. Ilha Grande, Yuri!! Veja lá se o período também não coincide com o descontrole no gerenciamento das cidades. Quem deixou São Paulo e Rio crescerem desordenadamente como cresceram?? Sabe o que tá acontecendo com o pensamento de vocês (seu e do Paulo)? Tá ficando mais “nítido”, mas está perdendo elegância e profundidade. Tá ficando rasteiro. Cuidado meu.

  8. Paulo Paiva

    Peraí Daniel. Eu entendo que vc tá puto, afinal de contas vc está tentando mostrar o “outro lado”, tentando ser ponderado e tal, dizendo que o exército deve ter ensinado alguma coisa pros caras… Mas e DAÍ se ensinaram? Isso não diminui a gravidade dos atos promíscuos entre guerrilheiros (FARC, MST, PCC) e os “movimentos revolucionários” da América Latina! (Mais um exemplo pra vc de um pensamento pouco elegante e profundo). {}

  9. daniel christino

    Ok então. Vamo olhar sob o prisma dos grupos paramilitares de direita financiados pela luta anti-comunista na América do Sul. Vamos discutir os treinamentos realizados por oficiais do exército brasileiro com a CIA e sua influência nestas ditaduras…mais do que isso, a falta de caráter dos EUA em negociar com essa gente. Numa edição da Newsweek de Novembro de 1980, a secretária para assuntos diplomáticos na América do Sul, Jeane J. Kirkpatrick diz o seguinte sobre o regime autoritário do General Luiz Garcia Meza. “I would not make conformity to democratic pratice a condition of our continued relations with Bolivia”. Tradução macarrônica: “eu não farei da conformidade com as práticas democráticas uma condição para o reconhecimento do governo da Bolívia”. Ninguém é santo nesta história. Como diz o Pedro, o buraco é mais embaixo.

  10. Paulo Paiva

    Daniel, de novo? Se “ninguém é santo” é tudo igual então? A uniformidade das coisas é um erro conceitual básico! Mas deixa eu ver se entendi: a atuação da CIA na época da ditadura militar e a declaração de uma secretária americana a 26 anos atrás “nivela” tudo, e, em sendo assim, o maoísmo pode ser disseminado no Brasil? Qual é o sentido por trás destas suas “ponderações” niveladoras? O que vc quer justificar?

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