blog do escritor yuri vieira e convidados...

Mensaleiros da mídia

“(…)segundo Leonardo Attuch, autor do livro A CPI que Abalou o Brasil, Mino Carta recebeu R$ 2,5 milhões do Mensalão para sua revista Carta Capital , cujo petismo fiel e intransigente fica assim explicado. O dinheiro saiu por ordem direta de Luiz Gushiken. Attuch informa que uma lista extensiva de jornalistas ‘amiguinhos do governo’ está para vazar a qualquer momento. Que acontecerá a esses mensaleiros da mídia? O mesmo que aconteceu a seus oitocentos colegas subsidiados pela CUT em 1993. Nada. Continuarão posando de fiscais impolutos da moralidade alheia.”

Fonte: OdeC.

Anteriores

Lula e sua turma

Próximo

Nau

14 Comments

  1. Jamila

    E quanto será que o PSDB e o PFL estão pagando para a Veja? O FBI certamente anda investindo também. Na Veja e nos outros veículos de direita, que são, em última análise, bem pior em termos jornalísticos, do que a excelente cobertura da Carta Capital, independente da posição política.

    Ah, peraí…o Mino Carta é italiano…ah sim, vai ver que o PT também está envolvido com a máfia italiana. Juntou tudo: Fidel Castro, FMI (andaram dizendo que o Lula pagou a dívida e embolsou os juros…) e a máfia italiana!!!!

    Nossa, mas o Lula é poderoso mesmo!!!!

  2. Então tá, Jamila. Acho interessante esse tipo de defesa: “sou escroto, mas o fulano tb é!”. A maleabilidade moral da esquerda é impressionante… Argumenta-se como se não fosse escroto que a VEJA recebesse dinheiro de nosso outro grande partido de esquerda brasileiro, o PSDB, pois afinal, a Carta Capital recebe tb, né não? Outra coisa: vc precisa ver o último artigo da Lya Luft, malhando a invasão na fazenda da Aracruz. Agora eu entendi porque a inteligentzia a tem acusado de “intelectual menor”. Hehehehe.

  3. Jamila

    O PSDB é de esquerda????? Kakakakakkaakk…. e eu sou a Madre Tereza de Caucutá.

  4. Pô, Jamila, depois nós é que não sacamos de política. Mesmo nosso amigo Daniel, professor de filosofia, que é de esquerda, pode confirmar pra vc que o PSDB não é senão a “direita da esquerda”. Não existe direita no Brasil. ACM, Garotinho e quejandos são uns bocós oportunistas. O Enéias é fascista. Todo o espectro da nossa cena política é de esquerda. Por isso falamos (ao menos eu e o Paulo) do jeito que falamos aqui: porque quem vê as coisas mais ou menos como as vemos está acuado neste país. O PSDB faz parte do Fóro de São Paulo e é filiado à Internacional Socialista, la Organización mundial de partidos socialdemócratas, socialistas y laboristas. Vc não sabe disso, menina? Não há a menor sombra de valores conservadores no papo dos caras. Opus Dei? A Opus Dei é uma veleidade do Alckmin. Aliás, ninguém no Brasil sabe o que é conservadorismo. Uma democracia necessita ter esses dois pólos antagônicos representados: conservadores e progressistas. Mas por aqui achamos que ser conservador é ser careta, reacionário, fascista, machista, explorador, torturador, etc., todas essas mentiras, e que uma “verdadeira democracia” deve expurgar essa gente. O que se quer aqui é o “centralismo democrático”, a democracia dos esquerdistas, que não passa de fachada. Ser conservador é defender o que há de bom em nossas tradições religiosas e culturais, é valorizar a liberdade do indivíduo, os diferentes graus de soberania (individual, familiar, nacional), a propriedade privada, sem a qual não há um link do espírito com o mundo material e, finalmente, ser conservador é saber que o poder estatal deve ter limites. Há algum partido que defenda esses princípios? Dizem que o Partido Federalista, mas alguém já ouviu falar dele? Eu não sei quem são.
    Enfim, é isso, minha cara Madre Teresa (com “s”) de Calcutá.
    Besos!

  5. Jamila

    Bom, Yuri, so nós formos entrar na questão do que é esquerda e direita, em particular o que é esquerda e direita no Brasil a coisa vai ficar um pouco mais complexa. ALém das derivações dos termos citados, que sofrem uma espécie de brasileirismo, é preciso avaliar também o que é liberalismo, conservadorismo, socialismo, tanto em um contexto global quanto local.

    Quanto ao PSDB ser de esquerda, uma coisa é a teoria partidária, outra coisa é a prática. E o PT é o maior exemplo disso -faça o que eu digo mas não faça o que eu faço.

    Se você considerar que a ideologia de “esquerda” inclui o fortalecimento do Estado, um Estado intervencionista, bem, aí o PSDB não pode ser considerado de esquerda. Se levarmos em conta o processo de sucateamento do Estado (na sentido de extinção de orgãos públicos, toda a máquina do Poder Público) promovido pelo FHC, principalmente no que se refere à privatização da Telebrás, Vale do Rio Doce, etc, de socialista o PSDB só tem nome.

  6. Jamila
    O PSDB é para socialistas sutis, espertos, coisa de gente fina. Eles sabem que o Estado é um empresário ruim, que funcionários públicos são improdutivos. Preferem passar essa bola pra iniciativa privada, porque esta é mais eficiente, traz mais rendimentos. Que depois serão engolidos na forma de impostos, afinal, os social-democratas são assistencialistas. Não nego que seja necessário um pinguinho de “assistencialismo”, para casos de emergência. O problema é que eles ainda acham que o Estado é, se não o melhor produtor de riquezas, é ao menos o melhor árbitro para solucionar as misérias da sociedade, não apenas “distribuindo renda”, mas dizendo qual é a melhor educação, a melhor religião, a melhor arte e assim por diante. Achar que estatismo só rima com “empresas públicas” é um engano. Veja a China. Por lá finalmente se tocaram que o melhor modo de manter a ditadura é ficar com o controle político nas mãos deixando a produção para os capitalistas oportunistas. Nosso mundo é complicado, amiga, infelizmente.
    Besos!

  7. Concordo com o Yuri no que diz respeito à classificação política do PSDB. É esquerda social-democrata. Aprofundar mais do que isso requer um tratado de ciência política. Mas discordo do Yuri sobre não haver conservadorismo no Brasil. Parece-me uma tentativa de “desrealizar” a história.
    É um expediente retórico muito, muito confortável. Se nunca houve direita verdadeira no país, então posso criticar o que “está aí” a partir de valores, puramente, e não de fatos, ou situar os fatos num outro contexto (tipo, conservadorismo é o que existe nos EUA). O Yuri que me desculpe se os “conservadores” brasileiros nunca foram dignos. Problema dos partidos e da corrente conservadora. Eles precisam se reinventar, rápido. Mas sem esse papo mistificador de que o conservadorismo político é uma utopia do bem a ser construída. Nã, nã, ni, nã não…violão, disso eu já to cheio até a tampa.

  8. Pois é, concordo contigo Daniel. Mas é nessa horas que acho que a confusão desses rótulos (direits, esquerda, conservador, liberal) mais atrapalha. Porque quando falamos que o projeto tem que ser conservador ou progressista ou selenita, para usar outro termo em voga nesse blog, já chovem pedradas de todos os lados, mas ficamos sem saber direito o que a pessoa quer dizer. Cada um supõe, por esses rótulos, uma série de conteúdos, mas eles podem não ser necessariamente o que a pessoa quer dizer. Por isso, acho que temos que ir ao conteúdo das coisas, e depois concluímos se é isso ou aquilo.

  9. Daniel
    Fique atento. Se vc lesse bem o que escrevi, não perderia seu precioso tempo de professor apenas porque discordar de mim é um dos seus esportes prediletos. Em momento algum eu disse que não há conservadorismo no Brasil. Claro que há. No mínimo 70% da população brasileira é conservadora, a começar por nossos próprios pais e pelos pais de nossos amigos. O que eu disse é que não há nenhum partido com coragem para assumir: “somos um partido conservador!”. Todos acham que isso é queimar o filme, enquanto o que vai realmente se queimando é o filme dos políticos autóctones. Os supostos partidos conservadores são duma fraqueza moral sem fim, enfiam o rabo entre as pernas cada vez que se deparam com alguém como um Lula, isto é, com um idiota nefelibata que tenha carisma. Se realmente defendessem valores que não fossem aqueles que podem carregar nos bolsos, não teriam medo de parecer reacionários.
    Abração!

  10. Discordar do Yuri é melhor do que rafting. Mas impagável mesmo é o tom da resposta. Dá até para mentalizar o Yuri encolhendo os dedinhos do pé dentro do sapato, com raiva por não conseguir não responder a uma provocação.

    Bom, à carga.
    Eu li com atenção sim, Yuri. Veja lá que não estou falando do povo brasileiro, esse conceito insípido que aceita qualquer tempero, mas do conservadorismo político. A pergunta que faço a qualquer conservador é a seguinte: no Brasil, conservar o quê?

    Sua resposta: “tradições religiosas e culturais, a liberdade do indivíduo, os diferentes graus de soberania (individual, familiar, nacional), a propriedade privada”.
    Pois é, quem, historicamente, defende isso são partidos como o PFL e distintos senhores como Paulo Maluf, Antonio Carlos Magalhães, Hildebrando Pascoal (e sua motossera dos valores individuais, desde que “por partes”), Jorge Bornhauser e alguns outros. Cujos nêmesis, no jogo de soma negativa dos viéses políticos, são José Dirceu, José Genoíno, Ricardo Berzoini, Lula.

    O que você propõe é um progressismo conservador (olha só!! criei mais uma denominação política para aumentar a confusão). Você quer conservar, mas, ao mesmo tempo, quer reformar o que se entender por conservadorismo na história política brasileira. Acho que os conservadores deveriam assumir os filhos históricos das suas idéias, assim como os esquerdistas devem abandonar as perigosas utopias totalitárias do socialismo, suas filhas legítimas.

  11. Poxa, Daniel, onde é que vc viu uma suposta irritação minha ou seja lá o que signifique esse “encolher os dedinhos dos pés”? Eu tenho andado tão de bom humor. Volte lá e leia meu texto com um tom amigável. Foi assim que escrevi.

    Vou até citar o Julio Daio Borges, do Digestivo Cultural, que por sua vez cita Stephen Leahy, que, ufa, não está senão citando a Nicholas Epley, da Wired:

    “People often think the tone or emotion in their messages is obvious because they ‘hear’ the tone they intend in their head as they write (…)”

    Isto foi apenas um ato falho seu, Daniel, que está louco para me ver perdendo as estribeiras: leu o texto com o tom que vc desejava ver na minha boca. Mas agora, como além de eDitador sou também Ombundasman, não farei isso. (Dá próxima vez vou escrever sem achar que meu tom é óbvio para os demais.)

    Quanto ao assunto em pauta, finco pé no seguinte: os partidos de esquerda fazem todos o que é da sua natureza (isto é, mentir para ampliar o poder do Estado) e os supostos partidos da direita fazem o que é da sua (ao menos aqui no Brasil): mentem dizendo defender valores conservadores, quando só querem conservar suas regalias.
    Abração!

    P.S.: Deixa eu botar um sorrisinho pra vc não ficar assustado, acreditando que estou brabo:
    😆

  12. Vinicius

    O que mais chama minha atenção neste blog (e creio que para os outros também), é riqueza intelectual com que os debates são promovidos. Além de ricos, são engraçados. Os termos usados como “encolher os dedinhos” me fazem rolar de rir do lado de cá. É possível passar uma tarde inteira lendo e pesquisando tudo que, aqui, é debatido. As vezes me pego – na rua, na faculdade, na cozinha, etc – pensando nesses detalhes.

    Tenho a mesma linha de pensamento do Yuri. Talvez por nós termos uma formação mais á là Mises, Hayek e tal. Não desmerecendo os demais, mas acredito que focam a atenção no que escrevem e deixam de verificar a consistência do argumento alheio. São (somos – também me considero) amigos pessoais, mas inimigos mortais em ideologia, em intelectualidade. O mundo tá repleto dessa dissociação. Mais que normal em meio a escravização mental á là Gramsci.

    Se existe UM direitista no poder, este é Onyx Lorenzoni. Todavia, com o andar da carruagem, aposto que ele já esteja contaminado pelo H5N1 socialista.

    Inté!

  13. Jamila

    Eu não gosto dessas generalizações, “o Estado é mau administrador”. Qual Estado? O brasileiro? E o resto do mundo, em particular, o Velho Mundo? Ou a incompetência é um vírus, uma epidemia que ataca todos os servidores públicos do mundo? Nos Estados Unidos, eu pude comprovar, enquanto vivi lá, que a máquina estatal funciona indefectivelmente.

    Eu não entendi a lógica de que o setor privado desempenha melhor as tarefas que são intrinsecamente do Estado, questão de soberania nacional. Sim, a iniciativa privada é mais rentável porque essa é a sua razão de existir! Trabalha pelo lucro, na lógica capitalista. A lógica do setor privado não pode ser aplicada no setor estatal/ público. O Poder Público tem que assumir as tarefas que lhe cabem, e se não tem competência para isso, então que se melhore esse desempenho, ao invés de passar a bola para empresas, que à priori , precisam se preocupar com questões de rentabilidade.

    Um bom exemplo disso é a educação universitária. As faculdades particulares são muito bem equipas, são uma máquina de fazer dinheiro, mas resolvem a questão de exclusão educacional? As mensalidades são altíssimas, e somente a classe média alta pode desfrutar das maravilhas da educação particular.

    Esse exemplo se aplica a todas as esferas das responsabilidades do Estado. Não vamos subverter as coisas: se o Estado desempenha mal o seu papel, a solução é corrigir as falhas, e não simplesmente retirar do Estado suas obrigações frente a sociedade.

    Existem garantias constitucionais que o Estado precisa cumprir. Se no Brasil o Estado não dá conta, então, UFAAAA!!! Chegamos ao ponto crucial, é preciso reverter esse vício estatal, de incopetência, coronealismo, nepotismos e outros ismos herdados do período colonial. Agora, não quer dizer que eu quero engessar a iniciativa privada. Mas ela não pode ocupar o papel do Estado, ela faz parte da sociedade, mas não tem como servir a ela.

    E uma Nação só se fortalece quando é atendida minimanente pelo Estado. O resto, é lucro.

  14. Vinicius

    Lá vem ela…
    Oba, lá vem ela…

    Jamila,

    O problema é o ESTADO, e não a solução.

    Cansei do seu discurso “papagaio de pirata”. É Estado, Estado, Estado… que não acaba mais. Deixe os sintomas de lado e passe a analisar, em profundidade, a doença. Se não ficaremos, ad infinitum, nesse “melhoral” infantil…

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén