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Brasil Surreal: MV Bill na Daslu

Quem insiste em compreender este país por meio da razão corre mesmo severo risco de parar no hospício. Só mesmo o surrealismo e o realismo fantástico dão conta das situações buñuelianas bizarras que teimam em desafiar a racionalidade, o senso comum e a razoabilidade todos os dias aqui nestes trópicos. Pois não é que o MV Bill foi lançar o livro dele no where less que na Daslu!? É muita vontade de perder a moral, falta de senso do ridículo e abstração do risco.

Depois de chocar o país com a crueza do documentário “Falcão – Os Meninos do Tráfico”, produzido através da Central Única das Favelas, ONG que comanda, o rapper parece ter perdido definitivamente qualquer noção da realidade e foi compartilhar canapés com Eliana Tranchesi – a das gravatas de grife importadas através de paraísos fiscais a um dólar cada e vendidas aqui a sei lá quantas centenas de reais. Aquela que curtiu uns dias no xadrez depois da devassa da Polícia Federal.

Aliás, diga-se de passagem, devassa esta impecável, legalíssima e perfeitamente justificada e consubstanciada por evidências fortíssimas de crimes pela Polícia Federal, a despeito do que a imprensa marrom possa ter dito e das críticas feitas por ricos e poderosos (“Meu Deus, invadiram a Daslu? E se essa moda pega?”).

Digo que o MV Bill perdeu a noção porque da Tranchesi e da Daslu eu não espero noção ou bom senso algum. Aliás, tento cultivar pena e compaixão dessa gente escrava do dinheiro e da opinião dos outros sobre a própria calcinha e sutiã da última moda da última grife. Infelizmente, entretanto, ainda não tenho tamanha elevaçãoe espiritual, e me sinto muito puto.

A existência da Daslu é uma vergonha porque se trata do maior exemplo da falta de decência, de noção e de humanidade no Brasil. Que as pessoas achem que é normal o espaço e a evidência que essa quadrilha recebe, e que, pior ainda, todos já se tenham esquecido das provas contundentes de crime fiscal e contra a ordem tributária naquela fábrica de dinheiro. E que seja normal essa gente escrota que frequenta a fortaleza da Daslu nos jardins achar tudo muito normal e se acharem muito por cima da carne seca, enquanto o mundo desaba em volta. E que tenham a cara de pau de meter a mão no dinheiro público, com o qual pagam seus botoxes e roupas milionárias, e seguirem impávidos e arrogantes olhando para o mundo aqui de fora.

E me vem o MV Bill lançar um livro nesse antro? Tenham paciência. E agora a Daslu está cuidando dos pobres? Mas que gente maravilhosa essa. Parece mesmo que é possível a opulência conviver com a miséria sem problema algum. A gente até deixa esses pobretões entrarem aqui.

Só me falta alguém vir dizer que falar mal da Daslu é coisa de esquerdista. Eu não defendo confrontações, não acho que dividir o mundo entre vítimas e culpados resolva nada, acho o MST patético, e apanho porque defendo o diálogo e o entendimento, quando muitos acham que xingamentos e enfrentamentos é que vão resolver as coisas por aqui, mas é preciso ter noção do absurdo e do ridículo. Essa gente me dá nojo.

Bom, mas no final das contas quem sou eu pra falar qualquer coisa? Não nasci em favela, graças a Deus. O MV Bil deve saber o que está fazendo.

Reproduzo abaixo a coluna da Mônica Bergamo com o relato do evento.

Em um debate programado para celebrar uma união de milionários e miseráveis, o rapper MVBill deixou sem resposta o único questionamento dissonante da noite. Era o protesto da socióloga Lúcia Mineiro, que depois contou à coluna que se sentiu “um peixe fora d’água” no lançamento do livro “Falcão – Meninos do Tráfico”, assinado por Bill, no luxuoso Terraço Daslu. Seu discurso:

“Estamos aqui na Daslu, no templo do consumismo! Isso aqui também é responsável pela violência.”

Folha – Por que você se calou diante do protesto?
MV Bill – Na realidade, eu não tinha muito o que falar. Aquilo [a opinião da socióloga] não representa o pensamento da maioria. Lancei o livro na Daslu para ampliar a discussão sobre o tráfico.

Folha – Considera legítima essa parceria com a Daslu?
MV Bill – Olha, ainda que estivessem nos usando para passar uma boa imagem… E daí? Mas eu não sou ingênuo. Sei que o fato de ser famoso me deixa incolor.

Rosana, líder comunitária que defendeu a Daslu ao microfone após o protesto da socióloga, emocionou as clientes da loja presentes ao encontro. A empresária Verane Murad Lemes Soares, dona da Viação Andorinha (blusa preta Glória Coelho, cachecol Reinaldo Lourenço), chorou.

Verane Murad Lemes Soares – O que essa mulher [Lúcia] falou não tem nada a ver! Misturou consumismo com violência! Estamos aqui num evento tão bonito…

Eliana Tranchesi também se chateou com a reclamação. “Ela tem que entender que o consumo é bom! Nós, empresários, geramos empregos, pagamos impostos, gente! Não é rico contra pobre!” Eliana, que é investigada por sonegação fiscal, se sente perseguida. Ficou chateada com um jornal do Acre, que publicou que a Daslu teria presenteado Lu Alckmin com 400 peças de roupa -quem, na verdade, afirma ter dado os presentes é o estilista Rogério Figueiredo. “Mas é que tudo tem que ser culpa da Daslu, né? Não sei por quê! Nós só fazemos coisa boa!” Ela diz que nunca presenteou dona Lu com vestidos. “Ela compra as roupas dela aqui, mas nem compra muito, é comedida no consumo. A Lu é uma pessoa corretíssima e muito discreta”, diz ela.

Ânimos acalmados, segue-se a festa, com mini-pãezinhos, água, refrigerante e prosseco.

Nas primeiras fileiras, clientes da Daslu e moradores da favela Coliseu, vizinha da loja. Ao fundo, dasluzetes como Eduarda Falci, com o namorado, Bernardino Tranchesi, filho de Eliana. “O documentário mostra a dura realidade. É diferente da vida que a gente tem”, diz ele. Wellington Colombo, 31, atendente das Casas Bahia, estava na Daslu pela primeira vez. Morador do Grajaú, ele chegou de ônibus.

Folha – Como foi entrar a pé aqui?
Wellington Colombo – Meio frustrante. Não me senti bem. O segurança me olhou de cima abaixo e falou: “Entra por aquele cantinho ali”. E eu vim com a minha melhor roupa [risos]. Mas, na recepção, me trataram superbem.

O rapper e escritor Toni C., que mora em Carapicuíba, era também um estreante na loja. “Só mesmo o rap pra me trazer aqui!”, comentava. “Me sinto um marciano, mas também acho tudo diferente. Aqui, tenho medo de deixar minha bolsa em qualquer lugar.”

Para Eliana Tranchesi -que vestia um pretinho Daslu e colar de brilhantes- o saldo do evento foi “positivo”. “Como empresária, tenho que acordar as pessoas para a realidade do Brasil.”

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13 Comments

  1. Sinceramente, eu acho que vc está exagerando, Pedro. A Daslu é uma sacoleira de grã-finos, só isso. E se o é, então, em essência, é só mais uma sacoleira que deve – ou deveria – mesmo prestar contas daquilo que importa do exterior. Mas transformar isso numa razão para “luta de classes” é uma besteira. Daslu e MV Bill são expressões do Terceiro Mundo e por isso têm mesmo tudo a ver um com o outro. A Daslu – para quem meu ex-estúdio, na pessoa do Dante, chegou a fotografar o catálogo da Daslu Homem (veja aqui) – não é senão uma empresa que visa lucro e dá empregos como qualquer outra. No Iguatemi, na Faria Lima e nos Jardins há um monte de loja que poderia estar na mesma situação da Daslu: símbolo do “capitalismo do mal”, da “alienação burguesa”, da “fatuidade dos exploradores” e bobagens do gênero. Essa mania de achar que existem pobres porque existem ricos é viagem esquerdista sim senhor. As pessoas tem essa mania de confundir “elite de fato” com “elite da grana”. Elite de fato é quem dita os rumos do país, não quem persegue lucro. Elite mesmo é o Lula, o PT, seus intelectuais e demais membros da corja política. Elite é quem forma e conforma a mentalidade duma nação. A Daslu não faz nada disso. Eu já estive pelo menos umas seis vezes na Daslu – acompanhando o Dante, ou para encontrar uma amiga que trabalhava como vendedora lá. Caramba, é apenas uma loja para o povo fresco, só isso. O MV Bill faz muito bem em não se deixar levar pela língua daqueles que querem ver as classes em luta. Dou todo meu apoio.

  2. Diogo

    A única coisa que assusta nisso tudo, é o depoimento da Eliana Tranchesi, quando fala que paga impostos! Essa sim merece atenção.

  3. Vinicius

    Pedro,

    Você exagerou na dose. Querer enquadrar a Daslu como uma “bandida” a base de palavras chocantes, é demais. Aquilo que se passou lá, nada mais é do que um ato político stricto sensu. O Brasil, em meio a um lamaçal de corrupção, – este, sim, merece exclamação!!!, e sensacionalismo – tentou, mesmo que temporariamente, desviar a atenção do povo (burro) brasileiro. E conseguiu. Agora, querer sumariamente condenar a Daslu por isso? Me diz: qual empresário não sonega no Brasil? É questão de sobrevivência, cara. Desapegue um pouco da versão da TV, Pedro.

    Quanto ao MV Bill, nada a dizer. Quem desenvolve um documentário daquele, de péssima qualidade, não merece nosso destaque. O que ele deseja, em última análise, é ganhar rios de dinheiro para ser como os mediocres do movimento hip hop, isto é, ter carrões, medalhões de ouro, mulheres, cocaína e roupas de grife. E, pelo que parece, ele está conseguindo.

    É impressionante o poder da globo. Ela transforma lixo em ouro. E viva a audiência…

  4. Paulo Paiva

    Pedro,

    Acho a ostentação tão fútil como vc, mas não sou contra a riqueza. Eu acho que o pessoal da Daslu deveria abrir uma fundação para incentivar o desenvolvimento econômico entre os moradores da favela, mas talvez seja por esse tipo de pensamento que eu não sou rico. Não sendo assim, bem que eles poderiam pagar os seus impostos (e esse é o verdadeiro problema).

  5. Depois eu falo que vcs gostam é de barraco e ninguém me dá atenção. O sujeito propõe uma discussão séria, ninguém nem liga; faz um post histérico que nem esse e todo o mundo corre pra ver o barraco. Reitero tudo o que disse.

  6. Paulo Paiva

    Quanto à fundação, eu quis fazer uma gracinha. É claro que não há incompatibilidade. Este assunto me fez lembrar de uma coisa que ando matutando: o capitalismo não é mau ou bom em si, ele é simplesmente um processo evolutivo das formas mais adequadas para lidar com a complexidade das relações humanas, visando a produção de riqueza. O que se faz com essa riqueza (seja de que tamanho for) é uma questão individual que revela a natureza moral de cada um! O capitalismo é onde a natureza humana se revela. O outro sistema (estatal, concentrado, coletivo) a sufoca. Aí vem A Discussão: é melhor sufocá-la? O Daniel acha que sim, eu acho que não, pois, afinal, todo mundo tem mãe (pelo menos por enquanto).

  7. daniel christino

    Pelo menos você não disse que o indivíduo é uma ficção. Eu já fui pro index há muito tempo.

    Em certo sentido dinheiro é como água. Pode até cair do céu, mas tem limite. Respondam o seguinte: não seria melhor se a Daslu guardasse 15 por cento do seu lucro para garantir igualdade de oportunidades para as pessoas da favela atrás (ou do lado) da loja?

    Eu não digo que as elites brasileiras (aquelas vinculadas ao poder econômico e não apenas ao político, distinção feita em respeito à sanidade conceitual do Yuri) sejam malvadas, são apenas omissas. Do contrário, estaríamos melhor.

    Não acho errado um grupo de pessoas ter mais dinheiro do que outro, mas eles deveriam também ter mais responsabilidades. Deveriam, por exemplo, parar de financiar políticos como os do PT na intenção de fazer lobby e manter as reservas de mercado, como na área de informática. Não é apenas o Governo, são os grupos de pressão sobre o governo. Não é o governo, mas o lobby das universidades privadas que pretende baixar a exigência de titulação em cursos de graduação de 30 para 25% de mestres e doutores. Governo, poder, é meio e não fim. Quem dirige o poder não é o político simplesmente, são grupos sociais com interesses específicos.

    E eu tô cagando e andando pra Daslu.

  8. Isso é engraçado, Daniel: sua opinião sobre o lucro é exatamente a mesma do Livro de Urântia.

    A MOTIVAÇÃO DO LUCRO

    A economia atual, motivada pelos lucros, está condenada, a menos que a motivação do lucro possa ser acrescida da motivação de servir. A competição impiedosa, baseada em interesses egoístas e de horizontes estreitos, é terminantemente destrutiva, até mesmo daquelas coisas que busca manter. A motivação exclusiva do lucro individualista é incompatível com os ideais cristãos – e mais incompatível ainda com os ensinamentos de Jesus.

    Na economia, a motivação do lucro está para a motivação do serviço, como o medo está para o amor, na religião. Mas a motivação do lucro não deve ser destruída, nem removida, subitamente; ela mantém muitos mortais no trabalho duro, os quais, de outro modo, ficariam indolentes. Não é necessário, contudo, que esse estimulador das energias sociais, para sempre, tenha objetivos puramente egoístas.

    O motivo do lucro nas atividades econômicas é de todo vil e totalmente indigno de uma ordem avançada de sociedade; contudo, é um fator indispensável no decorrer das primeiras fases da civilização. A motivação do lucro não deve ser afastada dos homens, até que eles estejam imbuídos de tipos superiores de motivações não lucrativas, para os seus esforços econômicos e para os seus serviços sociais – os anseios transcendentes de uma sabedoria superlativa, de uma fraternidade fascinante, e da excelência, na realização espiritual.

    Que irônico ver que vc concorda mais com esse livro do que eu mesmo, que sou considerado quase um fundamentalista urantiano. Aliás, um artigo que mostra exatamente a mesmíssima opinião do Livro de Urântia sobre a questão da economia como atual centro da nossa existência é este aqui. (Favor não ser preconceituoso e ler até o fim, é um artigo que esclarece de vez com esse problema.) O Livro de Urântia, enfim, defende a transformação progressiva do lucro em serviço, isto é, do lucro como fim no lucro como meio, o que é bem diferente da visão socialista, que acha o lucro um mal. Mas isto deve se dar através do próprio arbítrio daqueles que lucraram, não por imposição do Estado patrão.

    Mas o problema aqui no Brasil é: o governo já come booooa parte dos lucros através de impostos, usa mal o dinheiro, a pobreza continua e o ônus recai novamente sobre a classe produtora. Por isso acredito na redução do Estado. Cada empresário é que deveria decidir, tendo em vista sua comunidade, para onde deveria ir seu auxílio financeiro. O Estado apenas fiscalizaria o processo, impedindo desequilíbrios. Dinheiro, na mão do Estado, não é vendaval, é vento, some mesmo.

    Em suma, é exatamente pelo fato de o Estado ser um “meio” que deveria ser reduzido: menos malandros teriam um “meio” de se dar bem em cima do seu próximo.
    {}’s

  9. daniel christino

    Nossa. Tenho que ler novamente Weber, Bobbio, Habermas, Marx, Isaiah Berlim, Maquiavel, Locke porque, uma vez sabendo que o livro de Urântia tem a mesma opinião deles, começo a suspeitar que tais autores foram divinamente inspirados a construir uma teoria do Estado e do Poder como meio. Eles nada mais seriam do que profetas urantianos.

    Ou deveria eu agora, diante de tal “evidência”, convencer-me de que o LU é verdadeiro e que eu, em minha estupidez erudita, não o aceito por pura birra.

    Sim…Oh…Yuri, começo agora a ver a luz…

  10. Tá, Daniel, muda de assunto, como se minha intenção tivesse sido esta, te convencer da validade do LU. (Não sou idiota pra perder meu tempo com isso. Não é através de aspectos mundanos que se prova uma possível revelação.) E leia direito, quem fala aí de “Estado como meio” é vc, o texto que coloquei está falando da motivação pelo lucro, o “lucro como fim”. Qdo citei “Estado como meio” citava vc. Não adianta nada vc estudar todos esses autores se não consegue apreender o que lê. Realmente, se não a luz da razão, muito menos a espiritual vc conseguirá ver.
    Abrazo!

  11. Vinicius

    Pô, a galera tá xiita demais…

    Veja!

  12. daniel christino

    Desculpa aí, velhinho. O texto do Olavo de Carvalho falando do mercado como uma…como direi…necessidade ontológica eu já havia lido e não me impressionou muito mais do que um texto qualquer do Emir Sader, mesmo porque não “esclarece de vez com esse problema”. Doutrina básica da filosofia política: há três tipos de poder – político (Estado), econômico e ideológico. Poder é meio. Quando torna-se fim, descamba para o terror. Mas delicioso mesmo é o trecho do LU. O lucro não é discutido a partir de nenhuma teoria econômica – pra que isso né? – mas porque “ela mantém muitos mortais no trabalho duro, os quais, de outro modo, ficariam indolentes”. Sim, o lucro deve ser tolerado porque motiva os indolentes até que “algo” (deixa eu advinhar… o Djisus do próprio LU?) apareça para substituí-lo como motivação.
    Da próxima vez me deixe criticá-lo sem ler tudo, na ignorância mesmo. Porque ultimamente ando te admirando na medida exata em que não te entendo. É mesmo um caos de idéias claras.

  13. bruno costa

    …eu não consigo sonegar imposto, apesar de desejar do fundo do meu coração. Se alguém souber como fazê-lo de forma mais ou menos segura, é favor postar abaixo… pelo menos uma dica. Agora, pra Daslu, é fácil. Pagar multa, fiancinha, algumas horinhas na PF é sopa quando já se limpou o prato. Não desejo tampouco cadeia pra ninguém, não sou arrivista, e meu ideal de cadeia é penitenciária agrícola com biblioteca, mas pera lá! Ou bem pagamos todos, ou ninguém paga. “Imposto no cu dos outros é refresco”, já dizia minha camarada de armas Jamila.
    MV Bill vacilão, péla-saco do caralho, e a Daslu que se foda, com toda a pompa e circunstância, mas pague, ou que a lei nos desobrigue de pagar. Vou pagar imposto sozinho, malandragem? Tem um post real-life do Yuri, em algum lugar lá em cima, sobre os fiscaizinhos enfezados que ficam extorquindo quem trabalha e paga imposto por conta de uma irregularidade às vezes até mesmo forjada: conheço muito casos.
    Cansei de ser comido pelo Leão, e a parte do Leão, que como vcs sabem, é sempre o melhor naco, vai para um Estado de merda, repleto de indivíduos fictícios prontos para cancelar seu CNPJ, sobretaxá-lo e, com a maior pachorra do mundo, lhe dizer que vc não se enquadra mais no SIMPLES, não senhor, esse negócio de livrinho dá dinheiro pacas, “pague imposto como um homem, seu maricão”. Enquanto isso, na Liga da Justiça, o Zé Dirceu planeja comprar uma Harley Davidson às minhas expensas. Supergêmeos, ativar! Forma de um microempresário sueco… Pedro, você tem razão, e é por isso que o surrealismo nunca foi uma corrente literária forte no Brasil, a gente vive isso todo dia.

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