“Pensando bem, barulho à sós ainda é pior que baralho à quatro”
(Lavra pessoal)
Difícil explicar tantos mistérios sobre a criação. Para uns, ela nada mais é que uma diarréia emotiva que se manifesta em meros jatos de verbo, perplexidez e, às vezes, um pouco de tinta. Já, para outros, mais ortodoxos, não. Trata-se do viscoso processo cerebralista em que, possuído, o artista se dilui a olhos vistos, deixando-se simplesmente escorrer pelos ralos da mídia escolhida. Contudo, para mim, isso tudo é indiferente, ou seja, reles bobagens. Embora não perguntado a respeito, vejo essa coisa com tanta naturalidade que me seria difícil defini-la, a não ser — lógico — arreganhando as portas da mente e — sem um querer desastrado qualquer — deixar que as baratas entrem.
Assim, bico de siri sobre tal tabu. Ainda que pressionado a me explicar, silêncio mortal e total acerca do niente criativo e tais picuinhas que não interessariam a ninguém, a não ser aos voyeurs do espírito, para os quais sempre existe um SUS recorrente, ainda que, às vezes, meio suspeito.
Portanto, nada melhor que me afastar dessas pseudo e inúteis catarses, arregaçar as mangas e macular a tela com algo que — sinto —, já me vem vindo aqui, aos borbotões…