Nada como a mistura entre televisão ao vivo e Internet. Foi o Fiume quem mandou este espetacular vídeo do Fernando Vanucci, na Rede TV, trocando as pernas e falando nada com nada ao comentar a final da Copa do Mundo. Hilário. Pelo que consta, ele teve primeiro seu áudio cortado e, em seguida, o programa deu lugar a um longuíssimo intervalo comercial. Na volta, os ex-goleiros Zetti e Ronaldo, constrangidos convidados, assumiram a apresentação do programa para, depois, serem substituídos por um dos âncoras jornalísticos da Rede TV.
Autor: pedro novaes Page 18 of 33
Cláudio Weber Abramo filosofa sobre a expulsão de Zidane na final da Copa:
Chifrada na lei
A expulsão de campo do futebolista francês Zidane por conta de cabeçada que desferiu no zagueiro italiano Materazzi durante a disputa do título mundial, no último domingo, dá origem a especulações interessantes sobre o primado da lei.
Começou a desejar muito tornar-se amigo do tempo.
Antes, tinha atrás o passado, que mirava com nostalgia, e adiante o futuro, incerto oceano de ansiedade e risco. No romance retrospectivo, cada passo adiante fora uma perda. De acúmulo, só o descarte, o que não tinha, as bifurcações abandonadas. Nas mãos, um imenso vazio. O presente se convertera em um buraco sem beira nem fundo que terra nenhuma poderia preencher. O futuro, um infinito monte de terra sem buraco à vista.
Mas depois entendeu que o tempo, o tempo mesmo, é só o presente, o aqui e o agora.
Entendeu que o tempo podia ser amigo, ou antes, que o tempo era ele mesmo – ponte, salto, curto-circuito, fagulha, arremesso, passe, marioneteiro, equilibrista equilibrando dois pratos sobre as varetas.
Ficou mais calmo.
Hoje, na coluna da Mônica Bergamo, na Folha:
CONTAS ABERTAS
Já teve gente do PT escarafunchando as prestações de contas de Fernando Henrique Cardoso para ver a evolução patrimonial do ex-presidente no primeiro mandato [FHC tornou públicas suas declarações de bens de 1994 e 1998, anos em que se candidatou à Presidência]. Deu errado: em 94, ele tinha um patrimônio de U$ 900 mil; em 98, de U$ 1.056 milhão -uma evolução de 17%. O patrimônio de Lula dobrou em quatro anos na Presidência.
Ando tentando surpreender a mudança, mas a mudança não se deixa surpreender.
Resting my case em relação ao Roberto Carlos exposto em outro post, aqui vai a sequência de imagens mostrando sua dedicação e garra no lance do gol da França:
Clique nas imagens para ampliá-las.
Nunca deixa de me espantar, por mais comum e generalizada que seja, a passividade das pessoas, que se deixam gratuitamente enrabar sem esboçar a mínima reação. A única explicação possível é a de que não se importam ou, mais provável, de que até gostem disso.
Ontem, superatrasados, fomos eu e Juliana finalmente assistir a X-Man 3. A projeção começa e os trailers são exibidos com um foco errático: a imagem ganhava e perdia nitidez todo o tempo. Paciência. Quem sabe, com o início do filme, a coisa se consertasse. Vem a atração principal e o problema persiste. Contrariada, Juliana se levanta e pacientemente vai do lado de fora da sala e chama a atenção de um funcionário. O foco de corrige, mas se sustenta por apenas alguns minutos, logo retornando ao padrão errático anterior. Como se não bastasse, com mais algum tempo, o som Dolby desaparece e somos obrigados a nos contentar com apenas as inaudíveis caixas de trás da tela. Tudo isso, fora o estado lamentável da cópia, absolutamente arranhada e repleta de problemas, resultado do tratamento porco dado por projecionistas porcos que não respeitam a sagrada matéria de seu trabalho: a película cinematográfica.
Desta vez, vou eu em busca de socorro. O problema no áudio não se corrige. Finalmente, com princípio de dor de cabeça, desistimos e pedimos nosso dinheiro de volta.
Me agride obviamente que alguém preste com a maior naturalidade e cara lavada um serviço tão porco, especialmente nessa arte que é também meu ofício e à qual me devoto com máxima delicadeza. Mas o que mais me espanta é que ninguém além de nós tenha esboçado qualquer reação a essa agressão e assalto às nossas carteiras. Fomos embora e outras 10 pessoas continuaram lá passivamente se deixando enrabar.
Por essas e outras, nutro pouquíssima esperança na espécie humana.
Olha, a verdade é que eu não queria escrever aqui sobre Copa do Mundo. Eu adoro futebol, mas acho um saco essa imbecilização e histeria coletiva. Mas eu não vou aguentar mais um jogo medíocre como esse e a cara de Monalisa desse Parreira.
Tá bom, vá lá, a vida de técnico não é nada fácil. Na verdade, o camarada tem que ser um babaca de saída pra querer assumir um posto desses, especialmente no Brasil. Tem que ser muito onipotente porque já se sabe de saída, não importa o que ele faça, que estará indo contra o senso comum e a vontade geral do povo.
Se não, vejamos. A anta do Parreira tem fama de retranqueiro e conservador. Tinha cinco dos melhores meio-campistas e atacantes do mundo – Ronaldo, Ronaldinho, Kaká, Adriano e Robinho – e se recusava a botar mais que três juntos em campo até a Copa das Confederações. Aí, tanto chiaram, tanto a imprensa falou, que até um cérebro entorpecido como o dele se convenceu. Desta forma, nasceu o “quadrado mágico”.
Cláudio Weber Abramo, em seu blog, inspirado ao estilo do pai:
O jornalista Claudio Abramo, meu pai, às vezes permitia que seu pessimismo arraigado transparecesse em seus escritos. Lembro-me de uma coluna em que declarava seu cansaço com a política brasileira, que considerava tediosa, carente de imaginação, indigente e deprimente.
Creio que seria difícil discordar disso, em especial à vista do que se observa por aí hoje em dia.
Vejamos. Aí vai uma tentativa de caracterização dos nossos valorosos partidos:
Artigo de Cláudio Weber Abramo e Eduardo Ribeiro Capobianco na Folha de S. Paulo de hoje:
Um país de mentira
EDUARDO RIBEIRO CAPOBIANCO e CLAUDIO WEBER ABRAMO
REALIZA-SE HOJE o lançamento do Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção, liderado pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Muitos perguntam por que a Transparência Brasil, organização que se dedica ao combate à corrupção, não aderiu à iniciativa.
Consideramos que o instrumento deve ser saudado, mas ponderamos que o melhor combate à corrupção faz-se pelo ataque às condições objetivas que a propiciam. A corrupção não acontece porque existem pessoas desonestas no mundo, mas porque o ambiente em que ocorre a interação entre os agentes públicos e privados dá oportunidades para conluios entre uns e outros.