blog do escritor yuri vieira e convidados...

Autor: yuri vieira (SSi) Page 57 of 72

Antes da Conversão

Posso dizer que antes eu era assim. Sim, porque ver coisas que supostamente não existem, além de pegar mal pra nossa imagem, ainda deixa esse mundo muito mais complicado do que já é. Mas agora convenhamos: viver fora da LEI, ignorando o SLTP (Spiritual Life Transfer Protocol), é que realmente dá uma puta paranóia…

Um menino na praia

No site do Quino, o criador da Mafalda, encontrei este cartum que me lembrou minha infância de invernos paulistas e verões cariocas. A pergunta do garoto, em português, é a seguinte: “Mamãe, sinto algo, não sei muito bem onde, que não sei o que é. O que é?”

Persepolis

A crescente opressão exercida pelos fundamentalistas islâmicos sobre certos povos pode ser sentida através da leitura de Persepolis, uma HQ de Marjane Satrapi. Em comparação com a protagonista de Satrapi, podemos dizer que Mafalda era feliz e não sabia…

Messianismo

“O que me eriçou foi escutar, uma vez mais, um colega fazer angelismo e celebrar, com uma lágrima nos olhos, esse grande sentimento de fantasia: esperar um mundo todo açúcar e homens com asas. Nos lares, bem entendido, pensavam que se tratava de um nobre coração. Para mim, tratava-se de um representante de venenos. A literatura dispõe muitas vezes para esta segunda profissão.”

“O messianismo é uma doença cíclica do espírito.”
(Louis Pauwels)

Atmosfera cultural

“E há apenas um meio pelo qual mudar a vida. Não é que nossa vida comum seja galvanizada por um acontecimento. É que nossa vida comum, por meio da consciência espiritual, deixa de ser vivida de um modo comum. (…) Na realidade, nada nos proíbe de alcançar a serenidade e a plenitude no mundo tal como ele é, a não ser a atmosfera cultural.”

“O materialismo se diz científico, tal como o lobo se dizia avó.”

“Eu acredito que a pior poluição é a dos espíritos que deixam de amar o progresso.”

“Deus acha bem que a Natureza seja moldada para fazer homens.”
(Louis Pauwels)

Soljenitsyn:

“‘Mas, diga-me, acredita que uma ordem social ideal seja possível?’
“Vasonofiev olhou Isaac com uma expressão doce. Sim, aquele olhar fixo, inflexível, desligado, também podia encher-se de doçura, tal como sua voz. Falando em voz baixa, com poses, disse: ‘Há algo de mais importante e de mais fundamental do que a ordem social: trata-se da ordem interior. Não existe coisa alguma, mas nada, nada mesmo, que seja mais precioso para o homem do que sua ordem interior. Nem mesmo o bem das gerações futuras.'”

Louis Pauwels e a educação

“Há professores que transmitem por atacado suas idéias, que se surpreendem pelo fato de a juventude ter pouco apetite intelectual. Eu surpreendo-me menos. Se tivesse de fazer meus estudos sob o peso da ideologia dominante, confesso que preferiria a moto ou o fliperama. Não teria grande pressa em apreender, para aprender que não existo.”

Lin Yutang

Estive relendo trechos de um livro imperdível: “A importância de viver”, de Lin Yutang. Embora eu ainda o ache excelente, já não engulo todas as idéias do escritor chinês, principalmente as referentes à religião. (Isso graças à suposta biografia de Lao Tsé, citada anteriormente, cujas idéias me parecem mais verdadeiras.) No entanto, os capítulos que tratam “do senso de humor”, “da dignidade humana”, “da doutrina do indivíduo”, “do sex appeal”, de “envelhecer graciosamente”, ” da arte de estar deitado”, “da arte de sentar nas cadeiras”, “da arte de conversar”, “do chá e da amizade”, “do fumo e do incenso”, “da bebida e dos jogos-de-vinho”, “da curiosidade gratuita”, “do espírito humano”, ” do fato de termos um estômago”, “dos trinta e três momentos felizes de Chin”, “da grandeza”, “das flores e seu arranjo”, de “sair e ver coisas”, da “arte de ler”, da “arte de escrever”, da “volta do senso comum”, etc. e tal são impagáveis. E a tradução é de Mário Quintana.

Mozilla

O Mozilla é realmente o melhor navegador. Claro, acrescentando a barra de ferramentas do Google e alguns plugins e skins fica perfeito. Adeus, banners de propaganda, popups e frescuras do IE!

Estado ladrão

Meu pai veio se lamentar comigo: a municipalidade – tentáculo estatal – não lhe deu ganho de causa. Dizem que ele invadiu, com uma pequena laje diante da porta de entrada de sua casa, um espaço público. Mentira, as fotos anexadas ao processo provam o contrário. Nunca aquele local foi mais público e bem tratado do que agora: mil e um transeuntes fugindo da chuva se abrigam ali naquele nicho. E o muro não avançou um centímetro sequer. Mas é claro que viver numa cidade sob o julgo do PT é assim mesmo: roubo atrás de roubo. (E o IPTU progressivo vem aí!) O pior é que mais tarde, bem mais tarde, essa corja de politiqueiros e funcionários – cheia de má vontade – ainda vai nos dar o maior dos trabalhos: teremos de contribuir para resgatá-la inteirinha do inferno. (Claro, se a ira não me dominar a ponto de acompanhá-la ao suplício.) Essa gente, quando desencarna, pesa feito chumbo…

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