blog do escritor yuri vieira e convidados...

Autor: yuri vieira (SSi) Page 67 of 72

Vintila Horia

Leia abaixo alguns fragmentos, de autoria do escritor romeno Vintila Horia (1915-1992), extraídos do livro “Viagem aos centros da Terra“:

“Estamos a viver um tempo em que ninguém já morre pela sua , mas em que, pelo contrário, é a fé dos outros que nos está a matar…”

“Há dois mistérios capazes de atrair a morte e de a aniquilar: escrever e amar, experiências originárias e últimas, a morte da morte…”

“Um intelectual maneja conceitos que não lhe pertencem, vive das idéias dos criadores; é o que é o técnico no mundo da ciência. E ele é que domina num mundo em que deviam ser os criadores a dominar.”

Notas sobre Matrix Reloaded

Algo que venho notando na moçada da minha geração — nasci em 1971 — é que ninguém consegue evitar o impulso de ir ao cinema assistir ao filme The Matrix e — uma vez encerrada a sessão — se eximir de meter o pau — porque todos metem o pau, em geral um pau oco, ainda que cheio de sutilezas irônicas. Tudo bem, concordo que a vida em Zion é uma bela porcaria, mas a história é boa. Até o poeta Bruno Tolentino, com quem assisti ao primeiro filme lá na casa da Hilda Hilst, curtiu o dito cujo. Se bem que ele é suspeito: adora filme de Kung fu, diz que é ótimo para relaxar o cérebro…

Já eu, desde 2000, vinha preparando um ensaio a respeito, mas, devido a várias dúvidas quanto às possibilidades de desenvolvimento da trilogia — e à conseqüente modificação da minha interpretação — decidi esperar até o fim. Há apenas uma característica constante até agora: o gnosticismo expresso pelas idéias e ações dos personagens. Sem entrar em detalhes, por enquanto, digamos que a viagem dos figuras é basicamente a mesma de muitas seitas da idade média ditas hereges: o mundo foi criado e é controlado pelo demo (por um demiurgo), e precisamos nos mandar para o “mundo real”. E isto quer dizer: essa piração não é nova. Bom, pretendo desenvolver isso noutra ocasião. Por enquanto, sugiro que leiam o texto MATRIX CONFUSED, do Jovem Nerd, um artigo inteligente, honesto, sem babação de ovo retardada, que não é bem uma crítica de cinema mas uma investigação sobre o que afinal rola nessa história toda. Tenho essa preocupação porque conheço uma pessoa que acreditou ser o primeiro filme da série apenas uma mensagem cifrada para que ela descobrisse sua verdadeira identidade: ela era o Escolhido… Fico imaginando quantas vezes isso já rolou mundo afora. Tem maluco pra tudo. (Boa parte adora cruzar meu caminho.)

Quanto à possibilidade ou não de se realizar “milagres” no mundo real — discussão inevitável após a parte final do Reloaded — afora os evangelhos e meu singelo artigo sobre Li Hongzhi, leiam o livro “A Autobiografia de um Yogue Contemporâneo“, de Paramahansa Yogananda, escrito nos anos 50 do séc. XX. Há “causos” ali de deixar qualquer irmão Wachowski de cabelos em pé. E, claro, com um acréscimo: todos os “homens e mulheres santos” ali retratados sabem que não são senão veículos da vontade de Deus. E é sério: segundo Yogananda, Bábaji (que já tem mais de 300 anos de idade) e Lahiri Mahasaya são tão poderosos quanto Neo. Mas não saem voando por aí, em meio a um desesperado “amor romântico”, destruindo e matando meio mundo apenas para salvar a namoradinha. Aliás, ainda bem que Jesus não se envolveu nem com Rebeca — vide Livro de Urântia — nem com Maria Madalena…

P.S: Eis outra análise bem interessante.

[Ouvindo: Body And Soul – Charles Mingus]

Associação Urântia do Brasil

A Associação Internacional Urântia anunciou a formação da Associação Urântia do Brasil, a qual terá como presidente temporário (seis meses) Caio Mario Caffé. Após esse prazo, será realizada eleição democrática para escolha do órgão diretor.

A data para licenciamento deste novo grupo – já existem vários espalhados pelo mundo – está marcada para domingo, primeiro de Junho, às 11 horas, em São Paulo-SP, no seguinte endereço: Alameda Itu 1437 (andar térreo), entre as ruas Consolação e Bela Cintra.

Que vergonha!

Leio e releio o Livro de Urântia desde 1997. De lá pra cá havia conhecido pessoalmente apenas outros dois leitores do dito cujo. Na web, havia encontrado apenas leitores estrangeiros. Em vão, durante minha estadia na Casa do Sol (1998-2000), residência da escritora Hilda Hilst, busquei por outros que pudessem compartilhar, em português, do meu estado alucinatório. Desencanei, não me preocupei mais com isso. Pois é. Eis que apenas hoje descubro um Grupo de estudos funcionando desde 2001 com 64 membros! Credo, que vergonha a minha! E ainda me acho um bom pesquisador…

Também acrescentei um novo link aí ao lado: já está disponível boa parte da tradução para o português.

Swedenborg e o Livro de Urântia

Coloquei em meu site a conferência de Jorge Luis Borges sobre Emanuel Swedenborg, o cientista e político sueco que, em pleno século XVIII, afirmava ter visitado os “céus” e os “infernos” em projeções astrais, tendo escrito, nos seus últimos vinte e cinco anos de vida, uma série de livros com seus relatos. No mesmo texto o leitor ainda encontrará notas que escrevi, cotejando as experiências de Swedenborg com o conteúdo do Livro de Urântia. Caso alguém prefira, o texto pode ser baixado para leitura no Acrobat Reader.

Governo Mundial

Um dos temas que mais me causam arrepios – quando leio o livro de Urântia – é o tal Governo Mundial. É mais do que óbvio que nosso planeta se encaminha para algo do gênero – taí a ONU que não me deixa mentir. O problema é que, após a leitura do excelente livro O Jardim das Aflições, de Olavo de Carvalho, fica difícil engolir facilmente as boas intenções dessa gente que, pensando em fazer o bem, pode é gerar o mal através de algum tipo de totalitarismo.

A gênese da guerra

Nestes tempos de guerra – no Iraque, na Colômbia, etc. – é sempre bom dar uma relida nas duas primeiras seções do Documento 70 do livro de Urântia: A gênese da guerra e O valor social da guerra (em espanhol ou em inglês).

Kama Loka

Amigos, não deixem de adquirir a revista Lounge – por enquanto distribuída apenas em São Paulo -, na qual está sendo publicada uma página com a HQ “Kama Loka”, de minha autoria, com ilustrações de Artur Garcia. É uma narrativa, digamos, “muderno-onírico-sexy-fantástica”, sacou?

Kama Loka vem do sânscrito e quer dizer: “mundo ou plano dos desejos”…

Deus tem um Plano

Leia este texto extraído do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa – sob o heterônimo Bernardo Soares -, e veja o que ele diz a respeito do mal e da existência mais que lógica de um Plano Divino.

(Tal texto encontra-se na quarta parte do livro: “O sonho tem grandes cinemas”.)

Ah, claro, é preciso levar em consideração a fina ironia de Pessoa quando equipara os homens aos animais: é como se dissesse que a vida do homem ignorante, do bruto, apenas agrega experiências ao Ajustador da Presença Divina, sem guardar nada para si mesma. E mais: o corolário de todo esse texto é, percebemos claramente, a necessidade de uma Revelação para não cairmos na sandice de negar, apenas por estar fora de nosso alcance, aquilo que ainda não conhecemos.

Solidão acompanhada

No site Square Circles encontrei um cartoon de Chick Montgomery – How I found the Book
de 1975 (em PDF) – que é a melhor descrição do que é, a nível pessoal, encontrar o Livro de Urântia e finalmente desfrutar de uma doce e indestrutível solidão acompanhada…

Há um outro, bastante didático, que resume a história do nosso mundo. Claro, segundo o tal Book.

Page 67 of 72

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén