blog do escritor yuri vieira e convidados...

Autor: yuri vieira Page 53 of 107

Banheiro ou elevador?

Geraldinho, o contador de causos

Na cidade natal de minha mãe, Bela Vista de Goiás, havia um contador de “causos” chamado Geraldinho Nogueira (1918-1993). Para quem tem interesse em narrativa oral, o cara é um prato cheio. E muito engraçado. Eu o ouvi pela primeira vez em São Paulo, na casa de minha amiga Maria Clara. Quase morremos de rir, ficamos umas duas horas, como se diz, rachando o bico. Suas figuras de linguagem são impagáveis. (“Recursinho de minguar a toada”, por exemplo, é o nome que ele dá ao freio da bicicleta.) Bem, não sei se quem nunca teve um contato mínimo com a linguagem do interior consegue entender e ver graça nas histórias que ele conta. Guimarães Rosa certamente conseguiria. Aliás, quase me arrependi por levar um CD à Casa do Sol: Hilda Hilst, que o ouvia enquanto tomava vinho do Porto, teve um ataque de riso fulminante, engasgou e quase morre asfixiada na minha frente. Recuperou-se, mas manchou de vinho o livro que estava sobre a mesa. Quem já leu os contos e crônicas da Hilda sabe que ela tinha familiaridade com a linguagem caipira do interior. E Geraldinho é um ótimo narrador, cheio de recursos.

Enfim, eu ia fazer um podcast com alguns dos causos, mas encontrei os melhores já disponíveis no YouTube (alguns com imagens, outros apenas com áudio):

O Causo da Bicicleta (Com Lima Duarte)

O Causo do Marimbondo

Evo Morales e seus cometas

Deu problema no plugin de flash. Então clique aqui e veja noutra janela.

From New York to Paulo Francis

Já faz mais de um mês que o cineasta João Rocha – sobrinho do Glauber Rocha – e o pesquisador Lécio Augusto Ramos me enviaram cópias duma carta que xeroquei ainda na UnB, mas que perdi anos atrás: From New York to Paulo Francis, uma carta onde Glauber demonstra sua verve inconfundível e tece comentários impagáveis sobre a capital do mundo, seus artistas, personalidades e a relativa bobagem que é, para o artista criador, a necessidade de viajar geograficamente. Eu pretendia transcrevê-la por inteiro, mas como ainda não me organizei o suficiente para tanto, seguem as imagens da revista (Status, 1968) em que foi publicada.


Glauber Rocha
Glauber Rocha
Glauber Rocha

(Clique nas imagens da esquerda para a direita.)

Conheça o site Tempo Glauber, administrado por João Rocha.

ETA, MST e PCC

Do Alerta Total:

A onda de terror sobre São Paulo não foi concebida por presos rebelados. Confirma-se a tese de que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital não foi mesmo a articuladora principal dos atos terroristas que amedrontaram e paralisaram São Paulo desde a madrugada de sexta-feira. A advogada criminal da ONG Nova Ordem, Iracema Vasciano, que visitou os líderes do PCC isolados no presídio de Presidente Bernardes, revelou que os detentos lhe indagaram por que haviam sido transferidos para a cadeia de segurança máxima, se o sistema carcerário estava calmo – segundo informações dos presos.

Os serviços de inteligência das Forças Armadas descobriram que a bem organizada ação de guerrilha urbana foi montada por “forças subterrâneas” treinadas e coordenadas por especialistas em terrorismo do grupo separatista basco ETA. O mesmo grupo, secretamente, vem dando treinamento de guerrilha, há dois anos, a membros do Movimento dos Sem Terra e à Via Campesina (que invadiu, em março, a Aracruz Celulose no Rio Grande do Sul). O objetivo de tais ações de terror é travar uma guerra psicológica para desmoralizar as autoridades de segurança e enfraquecer, politicamente, os governos estaduais, como teste para futuras ações revolucionárias.

Google go home?!

Bom, agora a culpa de haver imbecis e criminosos nesse país é da Google, que criou um sistema de relacionamentos gratuito – o Orkut – cujo bom funcionamento depende da liberdade e do bom senso dos usuários. E como também existem brasileiros que não conseguem se comportar – pedófilos, traficantes, etc. – o Estado brasileiro pretende pedir a “desconstituição da pessoa jurídica” da Google no Brasil. Que lindo! Daqui a pouco expulsam também o mecanismo de buscas – porque é possível usá-lo para encontrar coisas do mal (tipo sites contra o governo) – e iremos voltar mesmo não apenas à idade da pedra mental, mas à de fato. Ou quem sabe a algo mais, hummm… chinês.

Cada dia é mais forte a minha impressão de que chegaremos ao famoso “éramos felizes (ou pelo menos livres) e não sabíamos…”

A propósito: já imaginou que maravilha se o Estado brasileiro consegue quebrar o sigilo de todos os usuários do Gmail? Toda nossa correspondência devassada… que poético!

Chávez: una amenaza real

Hugo Chávez – aquele cara que agora manda no Lula – já se cansou de dizer a que veio, mas, como tudo o que ele planeja não é senão uma “conspiração”, e portanto uma “fantasia”, ninguém precisa preocupar-se com ele. Só os que tiverem alguma massa cinzenta…

Eis um documentário, em cinco partes, que deve ser assistido.

Os demais também são curtos:

Ainda sobre o terror em São Paulo

Três textos que, caso se queira entender o que se passou em São Paulo, não podem deixar de ser lidos: Os autores do espetáculo, A eloqüência dos fatos e Não é a Bolívia, estúpido!. Sim, todos do Olavo.

E aos amigos que estão no exterior – Paola (Espanha), Sérvio (França), Rosa (Nova Zelândia), etc. – eis alguns videos tratando do caos que rolou na maior cidade da América do Sul (no primeiro aparece, por alguns segundos, o grande culpado por esse estado de coisas):

Sound Travels – Myrna

    Mais um pouco de nujazz:

    [audio:http://www.archive.org/download/myrnaSoundTravels011006_0/011006.mp3]

Fonte: Myrna.

Uma entrevista em espanhol

Em 13 de Julho de 2002, fui entrevistado pelo jornalista nicaragüense Ezequiel D’León Masís, para o caderno literário do jornal La Prensa. Como este jornal sofreu várias modificações, e por isso não estou mais encontrando o link para a dita cuja, coloquei a cópia da entrevista em meu próprio site, inclusive mantendo o antigo visual del periódico. A foto foi feita na varanda da casa da Hilda Hilst, em Campinas-SP.

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