Primeira parte:
Segunda parte:
Do escritor Luis Fernando Verissimo, hoje no Estadão:
O escritor Luis Fernando Verissimo relembra o pai, Erico. “Uma vez, após um enfarte, meu pai foi convidado a se candidatar à ABL e respondeu: “Mas eu já sou quase uma vaga!? Quando o amigo Vianna Moog insistiu, disse: ‘Está bem, Moog. Vou me candidatar para a tua vaga’. Moog nunca mais tocou no assunto. Meu pai era contra qualquer tipo de formalidade”. Verissimo, o filho, vai na mesma linha: “Eu não me candidato porque não tenho obra literária que mereça a honra nem o físico para o fardão, ainda mais depois que o (Moacyr) Scliar me contou que a gente não fica com a espada. Mas também tenho amigos lá dentro e respeito a instituição”.
Nunca fui fã do Paulo Francis. Mas tenho que admitir que o texto abaixo é muito bom.
O marxismo foi, por certo, uma revelação, só comparável ao valor sacrossanto que o cristianismo descobriu na pessoa humana. Mas Marx é o que Merleau-Ponty disse: um clássico. Suas verdades e erros fazem parte de um todo, onde o aplicável e o inaplicável não alteram ou destróem a grandeza geral, mas devem ser vistos à distância, com um detachment brechtiano, e jamais como uma camisa-de-força da nossa realidade, inclusive da ampliação de conhecimento da natureza humana que adquirimos a partir de 1914.
Paulo Francis. Certezas da dúvida. Paz e Terra, 1970. Graças ao Leon Rabelo.
Fui convidado para participar como debatedor neste evento a ocorrer em São Paulo, na Casa Mário de Andrade, entre os dias 22 e 25 de Julho. Além de mim, estarão presentes os escritores Miguel Sanches Neto, Flávio Izhaki, Luis Eduardo Matta, Ivana Arruda Leite, André de Leones, Flávia Rocha, Douglas Diegues, Annita Costa Malufe, Antonio Prata, Fabrício Carpinejar e Elisa Andrade Buzzo. Para mais detalhes, veja a programação no Digestivo Cultural.
Será que uma frase é suficiente para a gente se apaixonar por um autor?
Como todos os jovens eu decidi ser um gênio, mas felizmente o riso interveio.
Vou comprar alguma coisa desse cara imediatamente.
O Instituto Hilda Hilst lançou, neste mês em que a Hilda completaria 78 anos de idade, o novo site oficial da escritora. José Luis Mora Fuentes e Daniel Bilenky, que já vinham fazendo um ótimo trabalho na Casa do Sol, sede do Instituto, estão de parabéns por mais esse projeto. Desejo todo sucesso neste e em futuros empreendimentos. O sonho da Hilda começa a tornar-se realidade…
O site que fiz em 1999 continuará online apenas por razões históricas, uma vez que foi o primeiro site oficial da Senhora H.
Quem perdeu ontem, ainda tem a chance de pegar as reprises hoje. Comemorando seus 15 anos, o Manhattan Connection exibiu quase uma hora de opiniões, chistes, bravatas e xingamentos de Paulo Francis. Lindo. Deu muita saudade dele. O homem faz muita falta em tempos de petismo. Hoje, o programa é reexibido às 14h00 e às 22h30, no GNT.
É claro que dá também pra se divertir bastante com o que há no You Tube.
Sempre gostei dos livros e do estilo de escrita de Jon Krakauer. Foi em 1999, logo depois de traduzir seu “Sobre Homens e Montanhas” para a Companhia das Letras, que li “Na Natureza Selvagem”, seu relato sobre a história de Chris Mccandless, o jovem que abandonou sua família na Virgínia por uma vida na estrada e de aventuras ao estilo dos personagens de Jack London e inspirado por Thoreau e John Muir.
Ontem, fuçando nas minhas coisas, encontrei um artigo que à época escrevi para o jornal “O Popular”. Seu título é “Selvagem é o Concreto”. Tem um tom nostálgico e meio melodramático que dá uma certa vergonha. Infelizmente, só o tenho em papel, mas se tiver saco vou redigitá-lo para algumas reflexões. Pensar se ainda acredito no que dizia há quase dez anos – afinal, em outros campos, mudei radicalmente. Afinal, todo o mundo se encantou e ainda se encanta com as idéias de Thoreau e com uma certa visão romântica da vida liberta na estrada e junto à natureza.
Outro dia, meu amigo Nelson me ligou no meio da tarde. Saía da sessão de “Na Natureza Selvagem”, o filme de Sean Penn baseado na novela de Krakauer (trailer aqui). Quase fora atropelado na Paulista de tão atordoado. Dizia que saíra do cinema pensando em mim. Vá saber por quê.
O livro me causou forte impacto em 1999, e ontem, na expectativa da estréia do filme aqui no sertão, comecei a relê-lo e já não o consigo largar. As perguntas são sempre as mesmas e seguem essenciais, penso: o que realmente vale à pena? Vale trocar as montanhas pela segurança do cotidiano? Em tempo, eu não considero que tenha abandonado as montanhas, mas por ora tenho outras prioridades, antes de retornar a elas.
Chris largou tudo e foi viver no Alaska, depois de rodar metade dos Estados Unidos – a pé, de carona, de canoa. Morreu de inanição em meio ao inverno rigoroso.
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