Alguns trechos do livro “Fronteiras da Tradição”, do Olavo de Carvalho, que o Bruno Tolentino me emprestou lá na casa da Hilda Hilst:
“O revigoramento periódico do contato entre a inteligência e o infinito, que é a sua origem, denomina-se revelação, quando desse contato surgem um rito e uma norma destinada a possibilitar esse contato para um grande número de pessoas; denomina-se intuição intelectual quando ocorre para um indivíduo em particular. A revelação fornece os meios para que os indivíduos atinjam, quando qualificados para isso, a intuição intelectual. Para os que não tem essa qualificação, ela fornece a norma e o ensinamento para que se aproximem o quanto possível desse limite(…).”
“Não há religião nem esoterismo de espécie alguma sem uma revelação.”
“A revelação origina ao mesmo tempo as técnicas e disciplinas que conduzem à intuição, e as normas e leis que conduzem à vivenciação simbólica e indireta do sentido. A estas duas instâncias dá-se o nome de esoterismo e exoterismo, respectivamente.”
“Toda tradição remonta a uma revelação.”
“A revelação provém da Misericórdia divina, e a Misericórdia é por natureza expansiva.”
“A manifestação da ‘Tradição Primordial’, com uma forma própria e independente das demais, é um contra-senso puro e simples, que vai contra todas as condições de espaço, tempo e número que definem o ‘nosso mundo’, e portanto essa manifestação não ocorrerá antes do término deste mundo, o qual por sua vez deverá ser precedido justamente pela ‘Grande Paródia’ de Tradição Primordial, que será o Reino do Anticristo.”
(Fronteiras da Tradição, Olavo de Carvalho, Nova Stella, 1986.)