É mais do que engraçado o Lula comparar o aprendizado da leitura com uma esteira de fitness. Aqui em casa tem uma esteira dessas. Não existe nada mais entediante. Se eu não abro um livro durante a suadeira, não fico nela mais que cinco minutos. Com um livro, já fiquei até 50 minutos. Pra depois sair, cair na ducha, e logo continuar a leitura. Nessas ocasiões, os melhores livros são os altos e largos, porque não escorregam das nossas mãos. O último que li assim é uma coletânea dos diálogos de Victor Hugo com as “mesas espirituais”, uma moda pré-espírita do século XIX. Nunca vi tanta bobagem junta, nunca vi “entidades” mais cheias de retórica e papo cabuloso. No entanto, não fosse isso, eu preferiria ir andar no parque mais próximo. Só o Lula para aguentar uma esteira sem um livro e ainda compará-los. E não me digam que é meditação. A meditação está noutro plano, tampouco pode ser comparada a um livro.
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Nada como telefonar pra namorada bem na hora da novela das oito. (Oito?! Novela das nove!) Só pra pentelhar um pouquinho. Como dizia o Fernando Pessoa, “irritar é uma forma de agradar. Toda criatura que gosta de mulheres sabe disso, e eu também o sei”.
Pois é, hoje é seu aniversário, Hilda. Parabéns! Foi bom finalmente sonhar com vc após seu passamento.
No final do ano passado, conheci Andréa Maltarolli, autora do programa Malhação, numa festa na casa do jornalista Washington Novaes. Me disse que estava planejando uma novela com temática espírita. Ou pelo menos com elementos espíritas. Coversamos sobre projeções astrais e coisas do gênero. Espero que ela leve seu projeto adiante. Gostei dela.
A observação abaixo — extraída do livro Eumeswil, de Ernst Jünger, pág.135. –, lembra a que fiz anteriormente a respeito da linda idéia do Senador Suplissimpsons de acrescentar a palavra “Amor” à nossa bandeira: “Quando se grava nas bandeiras o lema humanidade, isso significa não só excluir o inimigo da sociedade, como também privá-lo de todos os direitos humanos”.
Isso também explica o porquê de, no Brasil, tampouco haver ordem e progresso.
Ao contrário do que pensam alguns dos meus amigos, não são apenas escritores malucos – como Benítez ou mesmo euzito – que se interessam pelo Livro de Urântia. Em fevereiro, estive em Brasília, juntamente com Nemias F. Mól, na casa do diplomata Frederico Abbott. (Veja seus dados biográficos). Motivo da visita: o Livro. Conversamos por horas. Foi Frederico que me falou pela primeira vez sobre o suposto Príncipe Planetário ainda a solta por aí.
Meu Deus, eu sabia que já tinha visto em algum lugar aquele ator que interpretou o Mário de Andrade na mini-série da Globo, o Pascoal da Conceição. Era o cara que cagou bem na minha frente, num palco, numa peça do Zé Celso! (Aliás, “Pra Dar um Fim no Juízo de Deus”, de Artaud.) Acabo de confirmar na entrevista do Jô Soares. E nem foi no teatro, foi num evento improvisado, em Pinheiros, numa área próxima ao famoso “Cu do Padre”. Realmente, Zé Celso não é outro senão o guru do cu, a Míriam tem toda a razão…
Outro cara bacana é o secretário do Bruno, o Antônio Ramos, que também morou lá na Hilda Hilst. Ex-presidiário (era usuário e não traficante), ex-interno de sanatório espírita, ex-obreiro evangélico, ex-morador de rua e sempre marceneiro. (Reformou o teto e as portas da casa da Hilda.) Conversamos muito: inteligente, fraco para tentações, mas grande coração. Tipo o cara ali do espelho. Tanto estudante querendo ser secretário do Bruno e ele escolhe logo o carinha que dormia na Praça da República. E tem gente que ainda acha o poeta um escroto sem coração. Até parece.
Ei, fãs do Paulo, não se irritem com o Tolentino. Foi um dos únicos intelectuais de peso a defender o direito de o Paulo Coelho escrever e publicar o que bem entender. Para ele, terríveis mesmo são os irmãos Campos. E, nisto, dou o maior apoio. Ô gente enjoada. Concretismo é que é um verdadeiro punhetismo literário.
E por falar no Bruno Tolentino e no Herman Hesse, me lembrei que, segundo o Bruno, este alemão não é senão Paulo Coelho pra intelectual. 🙂 Será que é por isso que tem gente que quer comer o fígado do Bruno?
