blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Arte Page 108 of 112

Livros, livros…

Eis alguns dos livros que, nesses últimos meses, estive lendo – alguns ainda estou(*) – e que recomendo a todos: “Sir Richard Francis Burton (biog.)”, de Edward Rice; “Rumo à estação Finlândia”, de Edmund Wilson; “Poesia”, de Jorge de Lima; “O Céu e o Inferno”*, de Emanuel Swedenborg; “Livro do Desassossego”, de Fernando Pessoa; “Albertina Desaparecida”*, de Marcel Proust ; “Uma paixão no deserto”, de Honoré de Balzac; “A força sexual ou o dragão alado”, de Aïvanhov; “Autobiografia de um Iogue contemporâneo”, de Paramahansa Yogananda; “Por dentro do III Reich”, de Albert Speer; “Sri Isopanishad”, tradução de Bhaktivedanta Swami Prabhupada; “Memórias de um suicida”*, de Yvonne A. Pereira; “Lao Tsé”, (biografia recebida por Inspiração Especial e anônima); “Ideário de Glauber Rocha”, de Sidney Rezende (organizador); “Filosofia e Cosmovisão”*, de Mário Ferreira dos Santos, “John Ford (biog)”, de Luis de Pina e, claro, o “Livro de Urântia”.

Projeciologia

Gente, acabo de ganhar o livro “Projeciologia – panorama das experiências da consciência fora do corpo humano”, do Waldo Vieira. É provavelmente o livro mais completo a tratar do assunto. Em duas palavras: vamos respeitar!!!

Glauber Rocha

Quem diria, Glauber Rocha concordava com Spengler: “O grande problema contemporâneo, que os críticos pseudo-materialistas não estão vendo, é que são as forças religiosas que movem o mundo, as forças subjetivas, psíquicas”.

O artista Hitler

Acho engraçado: só porque o Hitler foi um político do mal todos querem se vingar dizendo que ele era um péssimo artista. O gosto dele não era dos melhores, certamente não possuia espírito criador, mas que ele era melhor no desenho do que a maioria dos alunos do Instituto de Artes da UnB que eu conheci, ah, isso ele era… (Ex.: desenho 1 e desenho 2.)

No país das maravilhas

Taí uma figura que sabe fazer arte com o Photoshop.
(E não só com ele!)

Rachel de Queiroz diz adeus ao caos

Ontem faleceu Rachel de Queiroz. Exatamente uma semana antes, ao folhear o exemplar número 10 da revista Grandes Acontecimentos da História (Editora Três), de Março de 1974, dei com este depoimento da escritora cearense a respeito do regime militar (o negrito é meu):

Rachel de Queiroz

Não caberá em 20 linas uma tentativa de síntese dos prós e contras à Revolução de 31 de Março. Vamos antes ressaltar um dos aspectos que a distinguem entre os demais movimentos regeneradores havidos no Brasil e no mundo: é que esta Revolução nossa, nem durante o seu deslanchar, nem depois, na fase de consolidação, jamais suscitou aparecimento de um chefe carismático, um salvador. Escapou assim da fatalidade obrigatória às revoluções de esquerda e de direita, que é se cristalizarem em torno de um ditador, líder ou caudilho. Pois até no Chile, onde o comunismo se pretendia instalar “por via democrática”, o malogrado Allende se ia configurando como homem-símbolo, insubstituível.

Zé Celso, o guru do cu

O Guru do CuMinha querida Míriam Virna, diretora teatral brasiliense, me enviou o texto abaixo sobre uma das efusões de José Celso Martinez Corrêa no Plano Piloto, texto esse – O Guru do Cu ou o Cu do Guru – bastante esclarecedor se não do trabalho pelo menos da personalidade do conhecido diretor. (Bom, na verdade, trata-se do excerto de um ensaio.) Noutra ocasião, escreverei a respeito de minha própria experiência com o Guru do Cu – graças a Deus, não com o inverso – quando, durante uma apresentação de sua montagem d’As Bacantes (1996), fui seqüestrado para o palco. Nossa, por incrível que pareça, me diverti bastante…

O Guru do Cu ou o Cu do Guru
O teórico Frederic Jameson nos chama a atenção para essa incapacidade de assombro que assola a Arte e aquele que a frui, e é ainda mais contundente quando adverte-nos sobre a complacência com que são recebidas certas manifestações de delírio bárbaro. Ora, desconectado do sentido do divino, ou pelo menos da noção do “EU” como sujeito e não como objeto, o homem acabou por perder até mesmo a capacidade de ser ultrajado.

Do diário secreto de Woody Allen

Seguem-se excertos do diário até então secreto de Woody Allen, que será publicado postumamente ou depois de sua morte, depende do que acontecer antes.

É cada vez mais difícil atravessar a noite. Ontem, eu tinha a estranha sensação de que vários homens tentavam invadir o meu quarto para me lavar com xampu. Mas por quê? Continuei a imaginar formas criadas pelas sombras, e às três da manhã as cuecas que eu pendurara numa cadeira pareciam o Kaiser de patins. Quando finalmente consegui dormir, tive o mesmo pesadelo apavorante de sempre: aquela marmota tentando tomar o meu prêmio na rifa. Desespero.

*

Acho que minha tuberculose piorou. Minha asma também. O chiado vai e vem, fico tonto toda hora. Começo a engasgar com violência e a desmaiar. Meu quarto é úmido, tenho arrepios e palpitações sem fim. Reparei, também, que estou sem guardanapos de papel. Quando isso terminará?

Agente literário

Algo que me chateia é esse nosso país não possuir a tradição capitalista do agenciamento, seja literário, musical, de atores, enfim, artístico. Será que essa turma que estuda Letras, por exemplo, não sabe que trabalhar como agente pode dar grana? Eu estaria disposto a dividir a porcentagem do preço de capa do meu livro, que me cabe como autor, com um agente. Contanto que este, claro, corresse atrás de uma boa editora. Eu já me cansei desse papel. Preciso escrever. Bom, se aparecer algum interessado, escreva-me.

O IPTUzão de Hilda Hilst

Como você se sentiria se ganhasse pouco menos de dois mil reais por mês e ainda estivesse devendo quinhentos mil de IPTU? Eu, por exemplo, já estaria pirado, ou recebendo as visitas de sob a cama, ou caçando vereadores com estilingue. (Posso até ver suas testas cravejadas de mamonas embebidas em curare.) Sim, porque a situação seria muito surreal, digna de um conto do excelente José J. Veiga, com direito a cobradores astrais – daqueles que vêm nos cobrar nos sonhos – e Castelos gulaguianos para onde seriam enviados todos os kafkas inadimplentes. Claro, a não ser que você seja um especulador imobiliário profissional, tal dívida hipotética não passa de um absurdo… Mas eis que, ontem, meu amigo José Luis Mora Fuentes, escritor, que se divide entre seu apê, em São Paulo, e a Casa do Sol, chácara da escritora Hilda Hilst, me deu essa notícia chocante: a dívida de IPTU da Hilda já atingiu o lindo montante de R$500.000,00! Dá pra imaginar?

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