blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Arte Page 2 of 112

My Baby Just Cares For me

Star Wars, by Aardman

Crime & Punishment, by Magnum

Se não aparecer o vídeo, está aqui o link.

A apuração dos votos nos EUA

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Ele não questionava

Eu pensei em tirar uma foto, depois voltei atrás. Ela era bonita, colorida, os olhos simples e estáticos me emocionaram um pouco. Não sorria; tinha um pirulito na mão, mas preferia não lamber. Talvez quisesse apenas mantê-lo ao alcance da boca, mostrar que ainda estava na idade de pensar que um pirulito era apenas um pirulito, sem maiores conotações freudianas. Mas havia qualquer coisa de triste no seu olhar, uma serenidade meio apática que delatava uma infância com muito açúcar e pouca alegria. Ela era sim, bonita, colorida, no entanto um pouco triste. Despertava certa veia maternal dentro de mim: uma força que me impelia a protegê-la e ampará-la, mesmo que eu não soubesse como ou por quê. Mas a câmera eu guardei. Alguma sombra dentro de mim negava aquela menina. Algo que invejava e temia aquele tipo de arte. Fiquei um tempo pensando no sujeito que a pintou. Provavelmente não era formado, pois sua obra era muito simples: uma criança com pirulito na mão e barriga de fora. Um pouco triste, um pouco perplexa e nada mais. E era justamente isso que me machucava. Um ignorante, com meia dúzia de esprêis, era capaz de despertar emoções sinceras – coisa que eu não conseguia fazer com meus escâner, computador, câmera e conceitos modernos. Pensei em tirar uma foto e colocar no meu blógue. Cogitei falar da força misteriosa da simplicidade, do impacto emocional que o figurativo ainda causa nas almas desprevenidas. Mas tudo isso seria apenas mais um argumento, não uma emoção. Eu, que tanto atacava o mundo da razão, ia usar a menina como desculpa para produzir mais uma reflexão? Saí de casa confusa, e o comentário da vizinha só fez piorar meu estado:

— Esses meninos são uns vândalos, vivem estragando a propriedade alheia. Mas temos que admitir que alguns deles têm sensibilidade…

— É… pois é… alguns deles…

Sensibilidade era uma palavra gasta. Eu aprendera a odiá-la na faculdade. Toda uma geração havia falado em sensibilidade e conseguira produzir apenas paisagens campestres e mulheres seminuas. Não estávamos mais na época da sensibilidade; uma bobagem dessas simplesmente não seria aceita pelos meus professores. Me refugiei na idéia de que a velha era apenas mais uma ignorante, e sua opinião jamais seria partilhada por alguém de cultura, tanto menos por um investidor.

Mas na esquina tive novo desconforto. Um gari tinha parado de varrer. Debruçado na própria vassoura, contemplava o silêncio da menina. Me perguntei se ele estaria tendo as mesmas emoções que eu; se o desenho lhe tinha despertado algum instinto paternal, se o fazia recordar o desamparo e a fragilidade da própria infância. Mais uma vez me abriguei na idéia de ignorância. Ele era um gari, o que podia saber sobre arte?

O ser humano não é uma ilha

Filme feito inteiramente com imagens captadas por um celular nas ruas de NY e Sydney. (Via The all seeing eye.)

Visões da vida quase-real 1

A beleza natural de Nicole com um quê artificial de Photoshop…

Quem precisa de uma segunda-vida?

Batmaccain X Coringama

A imagem é de um amigo cartunista que prefere não se identificar. Seu comentário:

“Esta foto saiu na capa da Folha ontem. Confesso que não foi meu desejo inicial expressar uma opinião política com o meu retoque… A associação estética veio primeiro. O queixo quadrado do Mccain e o rosto sorridente e mercuriano do Obama é que me sugeriram, quase impuseram, a lembrança dos dois personagens. Talvez os significados acabem se encaixando depois…”

batmaccain e coringama

batmaccain e coringama

Visões do Second Life 7

Por Ro8 Avro.

Wayne Wang no You Tube

Semanas atrás, conversando com um cineasta local, comentei sobre a idéia de lançar o curta-metragem De Partida — dirigido por mim e pelo Pedro Novaes — apenas pelo You Tube. Enviaríamos o link para Deus e o mundo e depois marcaríamos um encontro numa choperia. O figura deu um sorrisinho e disse que isso era pura preguiça da minha parte, que valia a pena sim organizar um lançamento nos moldes tradicionais, que esse negócio de lançar filmes pelo You Tube era uma heresia estética e tal. (Sei, como se as projeções digitais das nossas salas tivessem alguma qualidade…) Mais tarde, conversando com o Pedro, decidimos que o lançamento ocorreria mesmo durante a projeção na VIII Goiânia Mostra Curtas, o que se deu no início deste mês de Outubro. Não que não quiséssemo lançá-lo pelo You Tube, mas porque o curta ficou pronto justamente a tempo de participar da seleção do festival. Enfim… hoje, leio na revista Isto É Dinheiro (N.578):

Lançamento no You Tube

O diretor de cinema Wayne Wang, autor de Cortina de Fumaça e de O Clube da Felicidade e da Sorte, encontrou uma solução para lançar seu novo longa-metragem sem gastar dinheiro. Ele disponibilizou seu filme The Princess of Nebraska para ser visto gratuitamente no portal You Tube. [O filme está bloqueado no Brasil, mas vc pode vê-lo através de um proxy.] Com um orçamento apertado, o chinês percebeu que teria dificuldades para estrear nas salas de cinema e decidiu atingir o público pela internet. A mesma estratégia tem sido usada pelo polêmico diretor Michael Moore*, autor do documentário Tiros em Columbine.

Lançar um longa-metragem no You Tube é mais ou menos como lançar um romance integralmente no formato ebook: apenas alguns poucos irão fruí-lo por inteiro, mas a maioria se sentirá seduzida e correrá atrás da versão mais “amigável” da obra. Fazer pouco caso de uma tecnologia como a que temos hoje à nossa mão é pura frescura de puristas sem o menor sentido da realidade.

* O Michael Moore pode ser desonesto, mas é muito esperto em termos de marketing…

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