blog do escritor yuri vieira e convidados...

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Igor Falecki, o Mozart da bateria

Esse garoto é um fenômeno. Tem apenas quatro anos de idade, mas parece tocar bateria há pelo menos vinte anos. Espantoso. Ainda não sei de onde ele é, mas imagino que seja russo ou de algum país do leste europeu. Ele tem o completo domínio do instrumento, do ritmo. Toca sem qualquer tensão no rosto, como se meditasse num brinquedo. Tão novo, há de ser totalmente intuitivo, mas toca com a técnica de quem estudou anos a fio. Bom, já estou falando demais. Eis o Mozart da bateria.

E tem mais:

Veadagem de esquerda

Do sempre imperdível Olavo de Carvalho:

Cabeça de comunista é assim. Não se contenta com a perversão. Parte logo para a inversão. E não estou falando de inversão sexual, que é um fenômeno corriqueiro na sociedade. Comunista não se satisfaz com tão pouco: quer praticar veadagem é com o traseiro dos outros. O traseiro da pátria. O traseiro da humanidade.

Leia o artigo completo.

Secos e Molhados

Eu acho que estava sentado, aos dois anos de idade, diante da TV durante essa apresentação dos Secos e Molhados. Que coisa espantosa.

Logo após Shakespeare

A Tatiana Ribeiro, uma amiga de Brasília, me enviou esse link da página de eBooks do site Universia, “uma rede de 985 universidades”. Aproveite e aprenda a organizar sua biblioteca em ordem alfabética: meu livro vem logo após Shakespeare. (Hehehe.)

Aliás, caso queira baixar meu eBook (PDF), sugiro que o faça de meu próprio site, já que ali se encontra em sua última revisão e com nova capa e ilustrações feitas por Sérvio Túlio Caetano.

Lula na ONU

Eu fiquei impressionado quando vi, na propaganda do PT, o Lula ser aplaudido de pé na ONU. Pensei, “nossa, essa gente não tem a menor noção do que está acontecendo aqui”. E ainda fiquei me remoendo ao imaginar o efeito da cena sobre a jegaiada que ainda apóia esse cara. O que eu não sabia é que era tudo uma lição de casa da matéria do tio Eisenstein, uma cena forjada para parecer real, enfim, uma mentira deslavada. Leia este trecho do Daniel Sant’Anna:

Um bom exemplo desse problema é a utilização de imagens do presidente Lula, discursando na ONU. Sua campanha pela reeleição utilizou-se dessas imagens (que são reais: Lula de fato esteve lá) adicionadas da imagem da mesma assembléia, aplaudindo de pé (imagens reais, também). O problema reside no fato, já conhecido, de que os aplausos utilizados não foram direcionados a Lula, e sim a um outro discurso, o de Kofi Annan.

Calma…

Ball-cat

Esboços por Frank Gehry

Do Festival de Cinema do Rio:

Esboços por Frank Gehry — Documentário

Titulo Original: Sketches of Frank Gehry

Tenho certeza de que mais da metade da platéia era de arquitetos. Eu mesmo só ouvi falar de Frank Gehry porque fiz alguns anos da faculdade de arquitetura, antes de passar para letras. Mas o documentário também é interessante para não arquitetos, porque aborda um problema tocante a todos que trabalham ou desejam trabalhar com arte: como sobreviver fazendo uma obra que não corresponde aos anseios do mercado? É claro que Gehry não dá a receita, mas sua vida serve de exemplo. Ele era um arquiteto careta, fazia simplesmente o que o mercado pedia, até que resolveu seguir sua intuição e ser ele mesmo. Daí para frente todo mundo começou a pagar para que ele fosse exatamente ele mesmo; e veio a conseqüência fatal: ele se tornou o arquiteto milionário e famoso que é hoje.

Mas o que eu achei mais interessante é um detalhe que talvez nem tenha interessado aos muitos arquitetos da platéia. Gehry só se tornou Gehry depois que se divorciou. Parece que o freio para a sua ousadia não vinha propriamente das exigências do mercado, mas da caretice da sua mulher. Depois de uma consulta com um analista — que mais tarde se tornaria famoso exatamente por causa disso — Gehry largou a mulher e três filhos, e foi fazer a arquitetura que realmente queria fazer. O mundo ganhou prédios lindos, e Gehry, além de ganhar o privilégio de ser exatamente quem ele queria ser, mais tarde veio a ganhar também um novo amor — esse certamente muito mais verdadeiro que o anterior.

Imagens das Montanhas

Foto Ganhadora
A Banff Mountain Photography Competition é o principal concurso internacional de fotografias sobre montanhas. Realizado pelo Banff Center e pela National Geographic Society, acaba de divulgar as imagens premiadas na edição deste ano. O grande prêmio foi para a imagem acima, capturada por Andrew Querner, durante uma escalada no Cirque of the Unclimbables, Canadá. A expressão de incerteza de seus companheiros em meio ao clima inclemente durante uma escalada radical resume de maneira incrível a experiência do montanhismo. Para conhecer os ganhadores nas outras categorias, clique no link acima.

Ainda o Second Life (um esboço de artigo)

O aspecto revolucionário do Second Life está em seu potencial, não naquilo que ele já é. Há três anos, entrei num “mundinho virtual” que imagino tenha sido o próprio. Era apenas um chat com “bonequinhos”, uma chatice de tão lento e tosco. Nada além disso. Mas, conforme avança a tecnologia, conforme aumenta a capacidade de processamento dos computadores servidores e clientes, conforme aumenta a velocidade da transmissão de dados, a coisa vai assumindo proporções espantosas. Hoje, um arquiteto já pode comprar um terreno ali e reconstruir virtualmente todos os seus projetos já realizados em vida, um condomínio, com casas planejadas apenas por ele, que pode ser seu portfolio profissional, seu mostruário. “Ah, você quer conhecer meu trabalho? Visite meu bairro: ‘arquiteto fulano (123, 87, 67)'”. E pronto. Um decorador pode se associar ao arquiteto e botar mãos à obra. Artistas plásticos (olha a chance dos escultores) e fotógrafos expõe seus trabalhos. Salas de cinema virtuais exibem filmes de verdade. (Já imaginou? Um festival de cinema ali dentro? Com entrega de prêmios e tudo mais?) A exposição de trabalhos em 2D pode parecer redundante, afinal, a internet já tem tudo desse campo. Mas o louco do Second Life é que ele reforça a ação do acaso no relacionamento virtual. Na internet, em geral, as pessoas saem pesquisando o perfil uma das outras no Orkut, ou através de blogs, e já entram em contato com o próximo condicionadas por aquilo que acreditam saber dele. No Second Life, não. Você encontra os demais como quem se esbarra na rua com um desconhecido e, sem qualquer razão que não seja a pura cortesia, troca com ele uma idéia. Amizades podem sair daí. Sociedades. Parcerias. “Ei, vai rolar um vernissage agora, vamos?” E vocês saem voando juntos.

Uma das coisas mais interessantes no Second Life é sua semelhança com os sonhos e projeções astrais. Para quem não vê o mundo como eu vejo, isso pode soar como uma grande besteira. Então apenas esqueça tudo o que já ouviu a respeito desses “esoterismos” e entenda: agora você poderá experimentar, em grau menor, o que certos místicos afirmam experimentar, a saber, o relacionamento com pessoas reais num ambiente onde tudo o que é imaginável é também possível. Sim, é virtual, é ilusão, a maya da Maya, mas as pessoas são reais e também as reações delas a suas ações. O sentimento de vergonha existe ali dentro, você se sente embaraçado ao cometer uma gafe em público e há aquela mesma timidez de sempre ao se aproximar duma “mulher bonita” pra puxar conversa. Retorna aqui toda aquela metáfora do mundo da Matrix no tocante a esse mundo real. Tal como num RPG, ou num simulador de vôo, é possível ter experiências ali dentro que nos aprimorem. Não importa se o mundo é feito da mesma matéria dos sonhos ou da mesma matéria dos pixels, os espíritos são os mesmos e não importa o meio que usam para se manifestar. Sem falar que Freud está ali o tempo todo: você pode expressar seus desejos mais recalcados. Daí toda a perversão que também existe no Second Life. Tal como colocou Swedenborg ao falar da vida após a morte, nessa realidade virtual cada qual se encaminha até as regiões com a qual se sente mais afim. Você pode ter ótimos diálogos, aprender outras línguas, ir a saraus de poesia, passar a tarde inteira fazendo compras, procurar um “emprego” ou expor seu trabalho, explorar sozinho ou acompanhado as curiosidades daquele mundo ou simplesmente ficar num inferninho de sexo explícito. Você é quem sabe.

Enfim, há muito o que falar sobre mais esse “fenômeno da internet”. Mas deixarei isso a cargo do meu avatar no sistema, uma mistura daquelas coisas lindas que eu imagino ser com aquelas horríveis que trago em mim, o meu Mister Hyde pessoal.

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