blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Arte Page 47 of 112

Música para a semana — 6

elis&tom.gifJá falei um pouco de Elis & Tom (1974/2004) na primeira semana. É a reunião do maior compositor brasileiro com a maior cantora brasileira, em 1974. Tenho o CD lançado 30 anos depois, remixado a partir dos tapes originais, sob supervisão de César Camargo Mariano — marido de Elis na época, foi o arranjador do álbum. Um belo trabalho de adaptação à tecnologia atual.

icn-seta_cima-11x11.gif É o mais perfeito álbum que conheço.

iconlisten.gif Ouça: Fotografia

Os melhores podcasts

O Julio Daio Borges, editor do Digestivo Cultural, publicou uma resenha com os melhores podcasts brasileiros e internacionais até o momento. (Por incrível que apareça até o nosso – tão desprezado por nós mesmos, coitado – está lá. Obrigado, Julio.)

Frase de cinema — 18

aspas_vermelhas_abre.gif Nellie, you’re a disgrace to depression aspas_vermelhas_fecha.gif

Jack Nicholson para Greg Kinnear, em Melhor Impossível (1997)

Betty Boop

Você já assistiu aos desenhos animados da famigerada Betty Boop? Alguns são excelentes, completamente surreais. Tudo o que aparece na tela pode ganhar vida duma hora pra outra.

Betty Boop in Snow White
Betty Boop: Minnie The Moocher. (Engraçado imaginar que esse desenho foi banido apenas porque os seios da personagem movimentam-se de forma “muito real”. Aliás, o desenho é até moralista.)
Este último, Making Stars (1935), foi banido por ser considerado racista. Será mesmo?

Mississippi em Chamas

Revi o filme Mississippi em Chamas este final de semana, ou seja, dezoito anos após assisti-lo pela primeira vez. Numa palavra: impressionante. Quem acha que a sociedade brasileira é racista – ou que o nosso “racismo sutil” (na verdade, meramente ocasional) – é pior que o americano, deveria assistir a esse filme. Afirmar tal coisa seria o mesmo que dizer que o genocídio sistematizado dos nazistas equivale à morte de civis libaneses durante os ataques israelenses, como se o Hezbollah não utilizasse escudos-humanos e Israel não jogasse antes, sobre as áreas suspeitas, panfletos anunciando o ataque ulterior. Epa, tá cheio de idiota-útil dizendo isso! Melhor arranjar outra analogia…

Solidão molhada

Se ela entrasse agora, se ela rompesse o silêncio deste quarto e seu riso enchesse a casa com a graça de mil borboletas desgovernadas, não haveria choro esta tarde. O carinho morno, espesso, quase explosivo, que brota do meu peito, encontraria um pouso feliz no frescor dos seus ombros nus. Mas ela mora longe, ela tem de chegar cedo, ela não vai entrar por esta porta e espalhar o brilho das suas mil borboletas. E o meu carinho, já pálido e desamparado, vai escorrer vagaroso, com o suor, e deixar no lençol molhado apenas a marca efêmera de mais uma solidão.

Rolling Stone Brasil

Um bróder das antigas, Ricardo Cruz, será o editor-chefe da versão brasileira da revista Rolling Stone. Ele também foi editor da Revista da Rádio 89FM e da Revista da MTV. Publicou um texto meu em cada uma. Só, eu acho. (Em 1998, o Fernando Bonassi, na área há mais tempo, conseguiu – sem saber, claro – “tomar” minha pretendida vaga de cronista/contista na 89FM. O pior é que o conto que ele escreveu tinha exatamente o mesmo tema que o meu. Ossos do início de carreira.) Enfim, boa sorte, Quinho.

Soda Sexo

Esta animação do Laboratório de Desenhos me lembrou a opinião da colega Jamila a respeito dos colaboradores machos deste blog:

Música para a semana — 5

Ney Cartola.jpgÉ muito bom este CD. Chama-se simplesmente Ney Matogrosso Interpreta Cartola (2002). As interpretações são ótimas. O cara canta muito bem.

E, claro, tem as canções. São fantásticas. Há uma simplicidade genial nas letras de Cartola. Veja, por exemplo, Tive, Sim:

aspas_vermelhas_abre.gif Tive, sim
Outro grande amor antes do teu
Tive, sim
O que ela sonhava eram os meus sonhos e assim
Íamos vivendo em paz
Nosso lar, em nosso lar sempre houve alegria
Eu vivia tão contente
Como contente ao teu lado estou
Tive, sim
Mas comparar com o teu amor seria o fim
Eu vou calar
Pois não pretendo amor te magoar aspas_vermelhas_fecha.gif

Não é simplesmente bonito?

icn-seta_cima-11x11.gif Cartola é mestre.

Que seus olhos sejam atendidos

Lembram-se deste documentário do GNT? Ele foi realizado pelo cineasta Luiz Fernando de Carvalho durante uma viajem ao Líbano, juntamente com Raduan Nassar, cujo objetivo principal era pesquisar o ambiente social para o filme Lavoura Arcaica. Aliás, um belíssimo filme. Não era um documentário político, por isso apenas tangencialmente intrometia-se com Hamas e Hezbollah. Seu objetivo era mostar como viviam, diariamente, os libaneses. Há ali um Líbano que não aparece nas manchetes dos jornais, que não é filiado ao partido de Deus (nenhum deles todos que são um? Alguém entende?); um Líbano de existência milenar.

Ao assistir o documentário, a certa altura, me dei conta de que havia uma perspectiva de vida se formando no Líbano, algo que nunca foi claro para as gerações que nasceram durante os 20 anos de guerra civil aditivada pelo eterno conflito Israel-Palestina (1970 – 1990). Depois de passar a década de 90 inteira reconstruindo seu país, os libaneses – principalmente a juventude – podiam começar a conviver com uma coisa bastante trivial para nós: uma idéia de futuro.

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