blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Arte Page 67 of 112

Os críticos e o Oscar

Será que dá para confiar em críticos de jornais? Talvez não dê para confiar mesmo é no Oscar. Mas vamos ver como os críticos dos 3 grandes jornais do País classificaram os filmes (mantive a forma original de classificação de cada um).

Apenas O Globo deu nota máxima a Crash, o vencedor do Oscar. Para o Estadão, ele é “regular”; para a Folha, “bom”. Brokeback Mountain ganhou a nota máxima apenas da Folha; levou “bom” no Globo e no Estadão.

Paris

Quando estivemos em Paris me recusei a sair do hotel. Tomava café e voltava para o quarto, pedia espaguete ou pizza pelo telefone e preferia a televisão à janela. À noite ela chegava, “Estou exausta”, e me narrava em detalhes o tour do dia. Mostrava as fotos que havia tirado, falava dos vestidos lindos “mas caríssimos!” que vira na Galerie des trois quartiers ou na Champs Elysèes. Às vezes me trazia doces exóticos do bairro árabe, ou roçava-me o punho ao nariz, mostrando porque não conseguira se decidir entre os perfumes, “Todos maravilhosos…”

E Paris ficou sendo, para mim, essa mulher que me trazia Paris. Sua inacreditável voz de criança me descrevendo os monumentos da cidade, seu hálito permanentemente doce, seus olhos grandes de libanesa, seu corpo mole de cansaço, que estalava com o meu massagear… E, à noite, quando ela se despia para dormir e seu relatório finalmente terminava, era só então que eu realmente me interessava por Paris — minha exclusiva e deliciosa Paris.

Del vendedor de camisas

Aparentemente nada de muito novo para quem leu as biografias de Che redigidas por John Lee Anderson e Jorge Castaneda. Mesmo a mais oficial delas, para quem não adquiriu tendinite durante a leitura e chegou ao final, não poupa a imagem do grande vendedor de camisetas.
Agora, há também, conforme o Pedro Sette Camara noticia no site do Instituto Millenium, o último livro do Vargas Llosa – “The Guevara Myth and the Future of Liberty” – e um documentário – “Che: Anatomia de un Mito”, daunloudável em formato WMV:

“Fusilamientos, sí. Hemos fusilado. Fusilamos y seguiremos fusilando mientras sea necesario.”

(Via De Gustibus…)

Juros e meio ambiente

O Vinícius, nosso leitor, chama a atenção para a resenha feita pelo Rodrigo Constantino do livro do Eduardo Giannetti, O Valor do Amanhã, mencionado no post abaixo. Coincidentemente comprei-o hoje e espero, em breve, poder comentá-lo.

Pensador muito completo, Giannetti tem, além de tudo, o dom, raro entre economistas, de se expressar com clareza para iniciados e não-iniciados neste mundo relativamente hermético.

Eu não sei se o livro, cujo subtítulo é “Ensaio sobre a Natureza dos Juros”, trata, em algum momento, da questão ambiental. Se não, mais interessante ainda. A questão ambiental é, em essência, um problema de juros.

Eu gostaria muito de ver o Giannetti comentando o livro do Zé Eli, mas não sei se poderei estar lá.

Para ecochatos e fundamentalistas do mercado

Na segunda-feira, dia 20 de março, Eduardo Giannetti (professor do Ibmec e autor de O Valor do Amanhã e Felicidade, entre outros livros) e Sérgio Besserman, ex-presidente do IBGE, debaterão o livro Meio Ambiente & Desenvolvimento recém-lançado pelo professor José Eli da Veiga (FEA/USP). O imperdível debate acontece, a partir das 11 horas, na sala A-1 da FEA, Cidade Universitária, São Paulo.

O livro é evidentemente leitura obrigatória, sobretudo para fundamentalistas do mercado, que não acreditam na realidade da questão ambiental, e ecochatos, que não acreditam na realidade da economia.

O monstro é humano*

[ *Ontem, revi na TV um dos melhores filmes que vi no ano passado. Este texto foi publicado originalmente em Fiume. ]

No início de A Queda, Traudl Junge diz: “Sinto que deveria estar brava com aquela jovem ou que não deveria perdoá-la por não se dar conta dos horrores do monstro, por não se dar conta de onde estava se metendo. A curiosidade me dominou. Eu simplesmente não pensei que o destino me levaria a um lugar onde eu não queria estar. Mesmo assim, é muito difícil me perdoar por ter feito aquilo.” É um depoimento sincero. Quem o faz é a idosa sobre a jovem – ela própria – que aos 22 anos se tornou a secretária pessoal de Adolf Hitler, em 1944.

90min de entrevista com Jorge Luis Borges

Para assistir a uma prévia da entrevista realizada em 1976 pelo jornalista espanhol Joaquín Soler Serrano com Jorge Luis Borges, clique em play. Para fazer o download da entrevista completa, siga o link mais abaixo.

(Atenção, ao clicar em download, vc precisa seguir os passos com calma, caso contrário se perderá numa infinidade de janelas de publicidade, inclusive pornográficas. Mas que o arquivo com 90min (140.22Mb) de entrevista está lá isso eu posso garantir. Fique atento à parte superior da janela que abrir e vá clicando. Además, muchas gracias a la bitácora Apirronarse por este gran regalo.)

Duelo de Titãs

O Alex Castro pergunta qual é o maior romance latino-americano do século XX? Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquéz, Sobre Heróis e Tumbas, de Ernesto Sábato, ou Pedro Páramo, de Juan Rulfo.

Infelizmente os brasileiros estão fora deste páreo. Se não o estivessem, eu diria, sem pestanejar, “Grande Sertão Veredas”. Cem Anos de Solidão perderia por uma cabeça para a obra-prima de Guimarães Rosa – a ousadia linguística.

Nostradamus na avenida

Durante minha infância e pré-adolescência, passei praticamente todos os feriados de carnaval no Rio de Janeiro, na casa dos meus avós paternos. Mas eu nunca ia aos desfiles das escolas de samba. Meu carnaval se limitava às brincadeiras de rua e a fugir do Clóvis, o famigerado bate-bola. Além, é claro, de jogar futebol de botão com meu primo André – ele era sempre Flamengo e eu tinha de me contentar em ser Botafogo (nunca havia São Paulo) – e de comparar gírias e costumes paulistas com os cariocas. Era bom à beça

I bid you welcome

ET phone homeNunca estou satisfeito com a apresentação do meu podcast. Primeiro chamei o ET para gravá-la, mas o inglês dele é tão ruim quanto o meu e ele acabou comendo a preposição “to” após o verbo “listen”. Veja como ficou:

  • [audio:http://audio.karaloka.net/audio/etphonehome.mp3]
  • Ouça aqui!

Depois tentei eu mesmo gravar a tal apresentação. Mas é simplesmente incrível a dimensão da minha sem-graceza diante do microfone. Ficou assim:

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