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Vinícius de Oliveira, um leitor, me enviou o conto abaixo dentro do espírito da Tragicomédia Acadêmica. Eis como ele o apresenta: “Li sua tragicomédia acadêmica e devo confessar que nunca ri tanto lendo contos. Estudo também em uma Universidade Federal e sei muito bem o que você ironizava nos seus contos. Aproveito para te apresentar um conto meu também sobre a tragicomédia acadêmica, inspirado numa personagem real da minha instituição”.
O site Primeira Leitura continua sendo a melhor fonte de informações para acompanhar o desenrolar dessa crise política protagonizada pelo… LULA!! (Pensou que eu diria PT ou Dirceu, né. Não, o títere do Foro de São Paulo certamente tem o rabo preso.) E os livros O Jardim das Aflições e A Nova Era e a Revolução Cultural, do Olavo de Carvalho, são a melhor forma de entender a verdadeira natureza do problema. (O buraco é muuuuuito mais embaixo. E a saída é beeeeem mais em cima.) E usarei novamente o único argumento que conseguiu convencer um amigo a ler o Olavo: quem quiser entender essa crise, sem ler esses livros, é mulher do padre…

Graças à gentileza de sua filha Maria Inês e à do próprio Olavo de Carvalho, pude assistir, há cinco anos, a duas e apenas duas de suas aulas para logo concluir: esse cara é o professor que, sem sucesso, busquei anos a fio por todos os cursos universitários em que estive matriculado. Sim. Na universidade, há sempre pós-graduados, mestres e doutores em algo, mas nunca Mestres de fato. E a vida do Olavo de Carvalho se encaixa perfeitamente no conceito de genialidade de Oswald Spengler — “a força fecundante do varão que ilumina toda uma época” — e no de guru dos indianos, onde “gu” é trevas e “ru”, o que dissipa. Olavo é um dissipador de trevas e isto ficou patente após ler oito de seus livros: “O Jardim das Aflições”, “O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras”, “A Nova Era e a Revolução Cultural”, “Fronteiras da Tradição”, “Aristóteles em nova perspectiva”, “Os gêneros literários”, “Astrologia e religião” e “Símbolos e Mitos no Filme ‘O Silêncio dos Inocentes'”. (Conheça todos os livros.) Aliás, fiquei muito espantado quando descobri que ele assina boa parte dos melhores artigos publicados pela revista Planeta dos anos 1970, cuja coleção meu pai ainda mantém. Sem esquecer, é claro, sua tradução do livro “Tabu”, de Alan Watts, que marcou minha primeira juventude.
Por essas e outras, não posso deixar de rir ao me lembrar que, em 2000, na festa de aniversário de 70 anos da escritora Hilda Hilst, um casal de jornalistas da Agência Estado — amigos de um amigo próximo — ficou tentando me convencer de que Olavo é um representante do “mal absoluto”! (Foi a expressão maniqueísta que eles usaram.) Eu olhava para os dois sem acreditar que alguém pudesse conceber tamanha bobagem, e o pior: sem nunca sequer terem lido um livro dele. E, por fim, vaticinaram: “Esse Olavo é um idiota que irá estragar todo o benefício que o PT prepara para o Brasil”. Ah, pensei, agora entendi tudo. Todos sabemos — e o Olavo já sabia desde meados dos anos 1990 — que benefício era esse.
(A propósito: Olavo é touro com ascendente em aquário, a mesma combinação astrológica da Hilda Hilst, escritora com quem mantive as conversas mais viajantes da minha vida.)
Se você tem um amigo com a estante abarrotada de livros exclusivamente técnicos ou, pior, de livros bobos, ou simplesmente nada a ver, dê a ele esse guia da Super Interessante: 101 livros que mudaram a humanidade. Claro, O Cânone Ocidental, do Harold Bloom, embora trate exclusivamente de literatura, é mil vezes melhor, pois não se trata de um mero guia ao estilo “menu de restaurante”, senão de um excelente conjunto de ensaios. Mas para quem não sabe por onde começar…
Após ler meu conto Memórias da Ilha do Capeta, o internauta Platão Arantes me enviou o seguinte email:
Lendo seu conto sobre “A ilha do Capeta” e o seu comentário sobre Henri Charrière, quero informá-lo de que Henri Charrière jamais escreveu livros, ele se apropriou dos manuscritos de seu companheiro de prisão René Belbenoit, e, para dar-se a entender ter sido ele o autor, pagou para que outra pessoa os modificasse. Mas, ao se apresentar na França para promover o livro “Papillon”, entrou em muitas contradições, chegando ao desespero de afirmar que o livro era uma obra coletiva e que ele não vivenciara aqueles fatos.
Estou há 12 anos investigando esse assunto. Já publiquei dois livros: A Farsa de Um Papillon – A Historia Que A França Quer Esquecer , editado em 1999, e a continuação: Papillon O Homem Que Enganou O Mundo, editado em 2002. Continuo a investigar e em breve estarei reeditando “Papillon O Homem Que Enganou O Mundo”, que foi atualizado. Além de muitas fotos e documentos teremos os “laudos” de peritos da Suíça e da Policia Federal de Brasília, considerados os melhores da “América Latina”.
Já pensou? O primeiro tijolão que li – Papillon, o homem que fugiu do inferno – provavelmente não passa de um grande plágio. Isto é, Charrière, que viveu seus últimos dias na Venezuela, talvez devesse ter voltado para a cadeia…
(Ainda sobre a entrevista publicada na Der Spiegel, “Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!“)
Eu conversei em duas ocasiões com o Bruno Tolentino sobre a África – onde ele esteve várias vezes – e tentei empurrar a idéia de que o problema era a educação. Ele então me falou de dois países africanos (não me lembro quais), que receberam ajuda de grupos ligados a Oxford para melhoria de seus colégios e instituições de ensino. Segundo ele, todas as vezes que as tribos se levantavam umas contra as outras, a primeira coisa que, juntas, destruíam eram os tais colégios e instituições. O Bruno me dizia não ver qualquer solução identificável para a África. Já o explorador e escritor inglês Richard Francis Burton dizia que a única coisa capaz de tornar os nativos africanos confiáveis, trabalhadores e dignos de respeito era o islamismo, segundo ele, uma religião mais condizente com a natureza tosca daqueles povos, uma vez que não respeitavam e costumavam deitar e rolar sobre os caridosos cristãos, os quais achavam ingênuos. (Temiam – perceba, temiam e não respeitavam – apenas os cristãos de fachada, aqueles que se impunham pela força, uma “linguagem” comum entre as tribos.) Pois então: islamismo… Já pensou? A solução para a África poderia ser uma ameaça para o Ocidente…
Outra questão que poderia ser levantada é o possível papel – em constante atualização – da Internet enquanto veículo de uma “esfera pública”. Quando escreveu seu livro (anos 1950), Hannah Arendt conhecia o crescente isolamento dos indivíduos na sociedade moderna, mas, tal como muitos autores de ficção científica, a quem ela dedica respeito, tampouco conseguiu prever o advento da “rede mundial de comunicação”. Embora a Internet ainda seja um mero campo onde brotam, aqui e ali, arremedos mais ou menos relevantes de “esferas públicas”, no futuro, talvez não tão distante, ela é bem capaz de abrigar ou ao menos propiciar o surgimento da verdadeira “esfera pública” mundial. Não é difícil imaginar assembléias de debates realizadas em grandes arenas – reais ou virtuais – interconectadas mundo afora como numa gigantesca video-conferência. A democracia pode ser representativa, mas a palavra e o testemunho devem ser de todos.
Puts, o conceito de “esfera pública” da Hannah Arendt dá muito pano pra manga. Já fiz mil e uma relações e ainda não me decidi sobre qual delas escrever primeiro. Talvez a mais, digamos, conspícua seja a do papel de espaço público que a área em torno da Caaba, em Meca, tem para os islâmicos. Os que ali chegam tornam-se “pares” e entram para uma cidadania totalmente diferente daquela dos Estados Nacionais de que se originam. Os cidadãos da antiga Atenas buscavam se imortalizar através das “grandes palavras e ações”. Era sua forma de emular os deuses olímpicos. Embora os islâmicos não tenham lido Homero, senão o próprio Alá, assim que adquirem sua cidadania metafísica de peregrinos – hadji – também saem atrás de “grandes palavras e ações”. A maioria dá ao termo grande um sentido de profundidade ou, diria o Mário Ferreira dos Santos, de intensidade. Mas há esses radicais terroristas que só o interpretam enquanto extensidade. Quanto mais vistosas, espetaculosas e monumentais forem suas ações, tanto melhor. Assim crêem. O Ocidente, que não possui senão uma esfera pública fragmentada e vazia – sendo a dos campos de futebol um bom exemplo -, que espere por ainda mais pedras no caminho. Não temos a unidade transcendente que uma peregrinação a Meca dá. E, sem unidade, não há resistência possível. A tradição ocidental jamais aceitará o Corão. E o Islã jamais engolirá os livros dos cristãos e judeus. Logo, a solução para o impasse só se dará ou através da força – com mais guerras e mortes – ou através da união pacífica, que é impossível sem um pretexto. Sem um pré-texto, entenda, sem um texto que lhes dê forma, um texto de inspiração não-humana. Assim como a Bíblia formou o Ocidente e o Corão, o Islã. (Alguém precisa ir a Meca dizer de que texto se trata.) Os que me conhecem já entenderam onde quero chegar…
Se você é artista plástico, saiba que está oficialmente aberta uma nova modalidade de compor e expor seus trabalhos, aliás, um novo suporte material para o seu artefato artístico: a superfície do planeta Terra. Eu me arriscaria a chamar tal modalidade de Nazca Art, em referência aos estranhos desenhos do deserto de Nazca que só podem ser vistos por aviões, discos voadores ou… pelo Google Earth! No site da Keyhole, há mil e uma referências a textos e imagens que só podem ser vistos do céu e que obviamente são registradas pelos satélites da Google. Por que não começar a criar especificamente para os céus? Por que não criar com os satélites e os olhos dos internautas em mente? Veja alguns exemplos um tanto quanto toscos (a imagem se abrirá em pop-up): Triângulo no deserto(supostamente um alvo de treinamento da Força Aérea dos EUA); Labirinto numa plantação de milho; a sabedoria de Deus; Misteriosos círculos do deserto; God bless America (claro, claro…); uma mensagem dos mexicanos…
