blog do escritor yuri vieira e convidados...

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Uma palestra no Second Life



Esta foto dá uma idéia de como é uma palestra no Second Life. Os avatares se sentam no anfiteatro e assistem às apresentações em Power Point, além, é claro, de ouvir a voz do palestrante ao vivo (ou, como se diz no internetês, em “tempo-real”), graças às facilidades do Voice Chat.

Sim, alguém aí pode se levantar e dizer: “Para quê isso? Já dá para acompanhar, por exemplo, ao Olavo de Carvalho ao vivo no seu programa True Outspeak, e com a mesma possibilidade de lhe fazer perguntas. Para que essa bobagem com bonequinhos?” A diferença é que, no Second Life, a gente consegue ver quantos são esses ouvintes, quem são e, após a palestra, trocar idéias, contatos e iniciar novas discussões, uma vez que o Voice Chat é capaz de comportar todas as vozes presentes. E mais: fiz o teste e sei que dá para gravar esses diálogos com o Audacity. Depois, basta subir o arquivo de áudio para algum site ou, o que me parece melhor, convertê-lo em vídeo, usando as fotos da palestra como um slideshow, e colocá-lo em seguida no You Tube.

Vale lembrar que, sempre que algum livro, artigo ou site é citado, basta escrever seu título ou endereço no chat de texto, durante a própria palestra com o Voice, e esses dados ficam guardados no histórico do seu SL.

Mas tudo isso, obviamente, é só para quem gosta de “joguinhos” de computador…

(Se eu tivesse grana para bancar uma área, criaria minha própria universidade virtual. Já tenho até a lista de professores a serem convidados…)

Um clandestino

O anti-spam do Gmail costuma funcionar perfeitamente e é mais comum vê-lo barrar mensagens legítimas, escritas por amigos e conhecidos, do que deixar passar um email indesejado. Mas a mensagem abaixo entrou clandestinamente na minha caixa de entrada, chamando minha atenção pela forma com que os caras conseguiram burlar os filtros de palavras-chave. Claro, deve ser a coisa mais batida do mundo, mas pelo menos para mim foi uma novidade. O mais engraçado é imaginar a fé do remetente em nossa boa vontade de decifrá-lo. Trata-se dum convite para quem quiser ganhar dinheiro com o câncer alheio… (Só podia ser uma coisa… assim… agradável.)

Rum’or N-e-w,s,:
O_n’cology M-e*d+. I_n*c’. (_OTC: O NCO) a Ca+ncer Tr eatme*nt Sol_utio-ns Gro-up is s,a i,d to h’a.v-e
exp++erienced o_v_e r a 100 0% inc+_rease in reve*n,ues f’o r t-h*e fisca+l 3’r’d q,uarter en_ding J_u+l_y+,
2’0-0-7 compar*.ed w,i*t-h t.h+e pri*or y+e-a.r whi,le fi’scal fo,urth qu_arter resu+lts f+o r 2_0+0+7 a r.e on
tr ack to exc_eed t_h_i,s ye,ar’s thi*rd q*uarter resu.lts.
O.N’C-O add,itionall-y plan,s to in-cre-ase se,rvice off_.erings whic-h a’r*e c-urre’ntly und*erwa-y.
Don’’t w,a’i_t f+o’r t_h’e n-e’w s to c*o+m*e o’u,t a,n+d l_o,s,e t,h.e oppor+t-unity to g,e+t in fron_t of the
genera_l inve,st_ing publi,c. On*co,logy M’e,d is in a mul,.tibillion do,llar ind,us+try w’h+e’r_e
t-h,e-y a+r e ga+ining m+arket s,hare rapi+dly.
C.a-l l y-o’u+r br,oker n’o,w f*o.r O+N’C.O+.

Pronto, agora vc já sabe que técnica usar para escapar do Echelon. Aposto que é invenção do Bin Laden.

Efeitos do Second Life… o retorno

Este vídeo é em homenagem ao Daniel, que não percebe que o Second Life apenas deixa as pessoas muito mais inteligentes e com o comportamento mais normal do mundo…

Fetiche por película

Você acaba de rodar seu curta-metragem com a avançadíssima Sony HVR-Z1 e, então, após queimar seus olhos semanas seguidas na ilha de edição (um Mac, obviamente), descobre que praticamente todos os festivais brasileiros de cinema importantes não aceitam inscrições de filmes digitais. (Eu sei, em sentido estrito, não existe “filme digital” mas apenas “vídeos”. Ok. E daí?) “F…-se”, você pensa. E, ao investigar, descobre que ainda há muitos dinossauros que desconsideram a produção digital como sendo cinema de verdade… (!) Ora, será que quando criaram a brochura os defensodres do códice saíram por aí a dizer que aquele objeto não correspondia a um livro de verdade e, por conseguinte, tampouco era literatura? Claro que não, trata-se de um falso problema. A grande e irônica prova disso é que 90% dos leitores de hoje jamais saberiam apontar a diferença entre um códice e uma brochura. Você sabe? (Se eu não tivesse escrito, em 1994, na Universidade de Brasília, um trabalho sobre a história do livro, é provável que eu tampouco conheceria tal distinção.)

Em 1992, Coppola lançou Dracula, o primeiro longa-metragem de um grande estúdio editado não-linearmente, isto é, digitalmente. Coppola… Não-linear… Drácula… Correto. Foi gravado em formato digital? Não, foi captado em película, mas já era então possível processar, em computadores, os dados registrados por películas. Para os entendidos: já era possível “renderizar” um filme de alta definição. Logo, o problema nunca foi a capacidade de processamento dos computadores, nunca foi a idéia de que um computador jamais conseguiria trabalhar com toda a informação contida numa película, do contrário não assistiríamos a nenhum filme hoje, haja vista que todos sem exceção são editados não-linearmente. Até o Spielberg, que torce o nariz para as câmeras digitais de alta definição do seu amigo George Lucas, edita digitalmente. O cara filma em película, transfere tudo para o computador, edita e, por fim, devolve o produto final para película. É este o procedimento. Enfim, o único e verdadeiro problema sempre foi este aqui: as câmeras digitais são capazes de captar imagens com a mesma qualidade da película? Resposta: já estão praticamente cabeça com cabeça. Em dez anos, quem quiser continuar preso ao alto preço da película só terá uma justificativa para isto: puro fetiche. Melhor faria se todas as noites ficasse nu e se masturbasse em sua própria cama enrolado em 60 metros de película virgem…

Como eu dizia, você procura um bom festival brasileiro que aceite filmes digitais e não encontra mais que três ou quatro. Gramado? Brasília? Não, não aceitam. Pedem um DVD apenas para apreciar a obra e, caso selecionada, exigem a presença da famigerada e nobre película. Sim, para exibição só recebem películas de 16mm ou 35mm, uma coisa super glamurosa. (Sacou a contradição? Se eles defendem tanto a qualidade da película contra a do digital, por que usam o DVD para avaliar previamente a qualidade dos trabalhos? Na verdade, a questão é outra…) E a piada de humor-negro por trás disso tudo é que a transferência de vídeo digital para película não sai por menos de R$1000 o minuto, uma coisa linda que o faz pensar se vale a pena vender a casa da sua mamãezinha apenas para satisfazer seu ego de artista. Como você é filho duma geração muito bacana e por isso ainda curte sua mãe, passa alguns dias melancólico, imaginando o quão diferente sua vida seria hoje se sua mãe tivesse sido uma louca espancadora de crianças…

Passada a decepção, você inicia uma peregrinação virtual pelos sites dos mais diversos festivais internacionais e descobre que até o Oscar aceita filmes digitais. (!) E não é só: Festival de Berlim? Aceita. De Biarritz? Aceita. De Clermont-Ferrand? Aceita. De Sundance? Aceita – assim como mais algumas centenas de outros festivais espalhados pelo mundo, o que você poderá verificar tranqüilamente através do site Withoutabox.com. No fundo, creio que tudo não passa mesmo de pura e simples pobreza de terceiro-mundistas. Não, pobreza mental não: pobreza material. Se os vídeos digitais tornam a produção de um filme muito mais barata, por outro lado exigem que o exibidor adquira um novo e esfuziante projetor digital, que, com o passar de dois ou três anos, deverá ser novamente trocado por outro projetor digital ainda mais esfuziante e ainda mais capaz. Quem tem dinheiro para isso num país onde se trabalha quatro meses apenas para pagar impostos? No final das contas, a culpa não é dos organizadores de festivais e de seu suposto fetiche por película: é dureza mesmo. Daí meu conselho: se você acredita no seu filme digital, gaste dinheiro com a tradução e a legendagem e o envie para festivais internacionais. Afinal, para que servem esses festivais? Não é para garimpar talentos? E quem disse que o talento depende do suporte material da obra artística?

zunePhone

Prática de conversação online

Apenas para avisar aos poucos que se interessam por tecnologias revolucionárias: o Second Life agora tem Voice Chat, isto é, você pode bater-papo nas mais diversas línguas sem tirar a bunda da cadeira. Sim, você pode treinar seu ouvido e sua dicção com pessoas que vai encontrando ao acaso. Sem falar que, agora, as palestras e discussões literárias, políticas e filosóficas ficarão mais dinâmicas. (Antes só o palestrante tinha acesso à transmissão de áudio, as perguntas eram feitas por escrito.) Como também há o recurso do chat comum, sempre que você não entender algo, seu interlocutor pode – como diziam lá no Equador – “dibujar” pra você, colocar tudo em letras de forma. Uma ótima escola de línguas para autodidatas. (Agora só falta a força de vontade.)

Aliás, cá entre nós, a técnica de aprender idiomas fazendo sexo – aprimorada por Sir Richard Francis Burton no século XIX – terá agora toda a segurança da virtualidade. Brave New World

Meu livro no Flashpaper

Você conhece o Macromedia Flashpaper? Achei esse programa simplesmente genial. Você pode embutir um livro inteiro em seu site ou blog. Através da barra de ferramentas, é possível ampliá-lo e ocupar toda a tela do navegador, imprimi-lo, fazer buscas, etc. Muy bueno.


Aquecimento Global para Desinformados

Nada como uma visão equilibrada e bem informada, em meio à enxurrada de burrices que são ditas sobre mudanças climáticas e aquecimento global. No Valor de ontem:

DUAS DÚVIDAS CONVENIENTES

Por José Eli da Veiga

Viva a campanha de Al Gore contra o aquecimento global. Ninguém fica indiferente se assistir a alguma de suas chocantes conferências, ou ao premiado filme de Davis Guggenheim, cujo DVD (Paramount, R$ 40) merece promoção massiva, como as de vacinação. Mais: toda biblioteca deveria receber pelo menos um exemplar do instigante livro “Uma verdade inconveniente” (Ed. Manole, 2006). Afinal, o grande mérito dessas três peças é tornar acessíveis as evidências acumuladas nos impeditivos e indigestos relatórios do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC).

Ao mesmo tempo, nada disso deve impedir que se admita a existência de sérias controvérsias científicas sobre duas questões que Al Gore prefere fazer de conta que seriam “favas contadas”. Como não há nada pior para a propaganda do que alguma “sombra de dúvida”, a campanha só induz à crença de que já existam certezas absolutas sobre o grau da participação humana no aquecimento, e sobre o preço que deverá ser pago para combatê-lo.

Se comparado ao número de cientistas que validam a visão do IPCC, é diminuto o dos que consideram as causas naturais do aquecimento mais influentes que as provocadas pelas atividades humanas. Nem por isso todos os seus argumentos podem ser desqualificados, como mostra o documentário “The Great Global Warming Swindle”, lançado no início de março pelo canal 4 da televisão britânica (http://video.google.com/). Mesmo que no futuro venha a ficar inteiramente confirmado que a razão está com o IPCC, tal probabilidade não anula a atual controvérsia científica. Claro, é compreensível o temor de que essa dúvida sobre o grau da responsabilidade humana atrapalhe o processo de engajamento multilateral. Mas, se tiver êxito, a opção em curso de tentar “tapar o sol com a peneira” engendrará marcos institucionais equivocados, além de vulneráveis, como já ocorreu com o pioneiro Protocolo de Kyoto.

Também é ingenuidade supor que a significativa queda de resistência do governo Bush na recente reunião do G-8 resulte de algum tipo de reconhecimento tardio da gravidade dos alertas do IPCC. Para os dirigentes republicanos, assim como para boa parte dos democratas, a redução da dependência energética americana de fontes fósseis é antes de tudo uma questão de segurança nacional, não de altruísmo global. Ficarão mais inclinados a aceitar acordos internacionais para limitar emissões se os novos arranjos criarem mercados para as tecnologias que engendrem gradual descarbonização de sua matriz energética. E continuarão a brigar por regras que também gerem demanda por tais tecnologias nos emergentes mercados chineses, indianos, mexicanos, brasileiros etc. Daí a condição de só admitir acertos que também comprometam a semiperiferia.

Estadão no Second Life

Do Portal Estadão

Estadão fará jornal no Second Life Brasil

Batizado de Metanews, o jornal terá como jornalistas os avatares

SÃO PAULO – O jornal O Estado de S. Paulo será o primeiro órgão de imprensa do País a produzir e editar um jornal no Second Life – ambiente virtual semelhante ao mundo real conhecido como metaverso. O Estado fechou uma parceria com a KAIZEN Games, companhia responsável pelo Second Life Brasil, e será o jornal oficial desse universo virtual.

Batizado de MetaNews, o órgão de imprensa virtual começará a funcionar a partir do mês que vem e terá como jornalistas os avatares (a representação do usuário no metaverso). Todos os residentes do Second Life Brasil poderão enviar reportagens, matérias, fotos e vídeos.

Texto completo aqui

Negócio da China 2

Já havia comentado neste blog a respeito de certa tática sui generis dos capitalistas chineses. Semana passada, tomei conhecimento de outra. Amigos recém chegados da França e da Espanha trouxeram a confirmação de algo que já tinha ouvido por alto aqui no Brasil. É o seguinte: um cidadão chinês vem ao nosso paiseco – ou à França ou à Espanha ou a sei lá qual buraco deste mundo – encontra um imóvel numa área adequada para instalar um comércio e, então, cheio de “boas” intenções, entra em contato com o governo de seu país. (Lembre-se: o capitalismo chinês é do pior tipo, um capitalismo de Estado. E, sendo a China comunista, nem é preciso esclarecer uma vez mais este ponto: ao contrário do socialismo, o capitalismo é menos um sistema que um instrumento. Ou ainda: é menos um sistema operacional que um mero sofware. Sacou a analogia?) Enfim, ele recebe do governo chinês a verba necessária para adquirir o imóvel e iniciar uma empresa. Em outras palavras: ele se torna apenas um pau mandado daquele governo. E sua contrapartida não é senão o compromisso de vender apenas produtos fabricados e importados da China…

Se as pessoas se chateavam tanto com o capitalismo americano e europeu – que ao menos trazia a indústria para cá, fornecendo-nos empregos e retirando tão somente parte dos lucros (merecido, vale dizer) – agora sim irão ver o que que é bom para a tosse. E pensar que Spengler previu tudo isso em seu livro “O homem e a técnica”, publicado em 1931…

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