No site do Quino, o criador da Mafalda, encontrei este cartum que me lembrou minha infância de invernos paulistas e verões cariocas. A pergunta do garoto, em português, é a seguinte: “Mamãe, sinto algo, não sei muito bem onde, que não sei o que é. O que é?”
Categoria: Cotidiano Page 56 of 58
Finalmente os redatores tiveram uma boa idéia e colocaram o pentelho do garoto propaganda das Casas Bahia para pagar umas flexões. Aliás, pelo que conheço do mercado publicitário, esse ator já deve ter ganhado o suficiente para continuar histérico em sua própria casa. Espero que ele faça logo seu pé de meia e suma. Morro de medo de ele vir me oferecer algum produto.
O “diálogo” entre o pai da menina recentemente assassinada por um menor de idade e o senador Eduardo Suplici foi de fato interessantíssimo. Cada qual era para o outro um verdadeiro ET e, do modo mais tragicômico, perderam a oportunidade de perceber o horizonte mental alheio. Suplici vive no mundo da Lua e continua achando que tem gente que mata só porque não tem “renda mínima”. (Se isso fosse verdade, eu seria um serial killer.) Já o pai da garota – um habitante da Terra brasilis – acredita que reduzindo a maioridade no tocante à responsabilidade penal o problema se resolverá. Poxa vida, o próprio Suplici era uma prova explícita de que tem gente grisalha ainda na adolescência! De que adianta prender moleque de 16, 12 , 8 ou sei lá quantos anos, se os adultos deste país – eu inclusive – estamos cada vez mais infantilizados? Eu acho que deveríamos é elevar essa tal maioridade para uns 40 ou 50 anos e botar essa gente toda de volta no berçário. Tenha a santa paciência…
Ao fim do Ramadã deste ano, só me vem à lembrança os comentários do explorador inglês Sir Richard Francis Burton, o qual, além de converter-se ao islamismo, ainda tornou-se xiita e, posteriormente, mestre Sufi. Segundo Burton, “aquele ‘mês santo’ era um castigo terrível”, pois tornava os muçulmanos “doentios e inamistosos”.
Durante dezesseis horas e quinze minutos seguidos, ficávamos proibidos de comer, beber, fumar, cheirar e até engolir nossa saliva de propósito.
O Jejum deixava as pessoas de péssimo humor.
Os homens praguejam uns contra os outros e batem nas mulheres. As mulheres esbofeteiam e destratam as crianças, as crianças por sua vez maltratam e xingam cães e gatos. A pessoa mal consegue passar uns dez minutos em qualquer parte populosa da cidade sem ouvir alguma briga violenta.
Numa situação destas não é de se estranhar essa última série de atentados terroristas. Os militantes certamente estavam – como se diz em Goiás – com a “vó atrás do toco“…
Nos anos 80 e começo dos 90, eu e alguns amigos costumávamos acampar em todo e qualquer lugar que nos dava na telha, tanto na praia quanto em cavernas, fazendas ou Parques. Na Chapada dos Veaderios – onde acampei pela primeira vez em 1986 – chegávamos a passar 15 dias andando para todos os lados, acampando onde quiséssemos, sem encontrar mais ninguém. Chamávamos isso de trekking ou camping selvagem. Fazíamos inclusive bivaque, dormindo ao relento.
Ainda não assisti ao supracitado filme do Casseta & Planeta, mas a mera leitura do nome do personagem do Bussunda já me fez dar risadas: Wladimir Illitch Stalin Tse Tung Guevara. Melhor que isso só o nome real – sim, REAL – do delegado da cidade natal de minha mãe: Hitler Mussoline. Tem pai que é cego…
Eis um cartão postal, enviado por meu pai à minha mãe, quando esteve em Nova York, a trabalho, nos anos setenta.
Isso eu chamo de arte. Seria sacra não fosse tão… carnalmente virginal.
Chegamos já no vídeofone e na geladeira com computador. Agora vem esse filtro de raios X para filmadoras, esse tal de Extreme Vision. Não vejo a hora de chegar o teletransporte…
Minha querida Míriam Virna, diretora teatral brasiliense, me enviou o texto abaixo sobre uma das efusões de José Celso Martinez Corrêa no Plano Piloto, texto esse – O Guru do Cu ou o Cu do Guru – bastante esclarecedor se não do trabalho pelo menos da personalidade do conhecido diretor. (Bom, na verdade, trata-se do excerto de um ensaio.) Noutra ocasião, escreverei a respeito de minha própria experiência com o Guru do Cu – graças a Deus, não com o inverso – quando, durante uma apresentação de sua montagem d’As Bacantes (1996), fui seqüestrado para o palco. Nossa, por incrível que pareça, me diverti bastante…
O Guru do Cu ou o Cu do Guru
O teórico Frederic Jameson nos chama a atenção para essa incapacidade de assombro que assola a Arte e aquele que a frui, e é ainda mais contundente quando adverte-nos sobre a complacência com que são recebidas certas manifestações de delírio bárbaro. Ora, desconectado do sentido do divino, ou pelo menos da noção do “EU” como sujeito e não como objeto, o homem acabou por perder até mesmo a capacidade de ser ultrajado.
