Salto com vara, masculino
Mike Powell for NEWSWEEK
Ana Paula, no vôlei de praia
Mike Powell for NEWSWEEK
Mike Powell em Visions of China, blog de fotógrafos da Newsweek sobre os Jogos de Pequim
Mike Powell em Visions of China, blog de fotógrafos da Newsweek sobre os Jogos de Pequim
O fotógrafo finlandês Kari Kuukka colocou em seu blog sobre os Jogos de Pequim uma imagem em 360° muito bacana para mostrar sua posição dentro do Ninho do Pássaro durante as provas de atletismo.
Vincent Laforet em Visions of China, blog de fotógrafos da Newsweek sobre os Jogos de Pequim
Olympic Photo Blog, sobre os Jogos de Pequim, do Toronto Star
The Games, Framed, blog sobre as Olimpíadas de Jonathan Newton, fotógrafo do Washington Post.
Declaração de Ronaldinho à imprensa:
“Posso curtir um traveco de vez em quando, mas nunca matei meu filho”.
Declaração do ex-prefeito de Nova Iorque:
“Pelo menos eu tenho bom gosto”.
Declaração de Ronaldinho ao ver o traveco sem roupa:
“Nossa, que clitóris grande”.
Ontem tarde da noite, finalmente assisti, por acaso na tv a cabo, a Riding Giants, o celebrado documentário de Stacy Peralta sobre o mundo do surf. Não há muito o que dizer: simplesmente imperdível. De arrepiar. Incrível a quantidade de material de todas as épocas em excelente qualidade fotográfica. Parece que em todos os momentos importantes da história do surf havia uma câmera rodando. Os depoimentos de todos os grandes caras são ótimos: profundos, fortes e reflexivos. E as ondas muito muito muito grandes!
Eu sempre penso que ainda não há um documentário equivalente sobre escalada. Ainda que Touching the Void seja maravilhoso, não tem a mesma pretensão de traçar um panorama histórico e fazer uma espécie de reflexão filosófica sobre o que leva homens a arriscarem suas vidas, no caso em montanhas, assim como Riding Giants o faz em relação às ondas do oceano. Na verdade, tenho um projeto assim engavetado sobre escalada em rocha no Brasil, em parceria com o Armando Galassini, o Alexandre Portela e o Sério Tartari, três monstros da escalada nacional. Chama-se “Tragados pelo Tempo”, mas ainda não está na hora.
Meu mundo nunca teve muitos heróis. Sou de uma geração pobre deles. Não porque morreram de overdose como os do Cazuza e seus contemporâneos. Não. Eles simplesmente desapareceram num mundo de “celebridades” tão escadalosamente fluorescentes quanto voláteis. Isso é mais triste que parece. É solitário viver sem heróis. Ficamos sarcásticos e cínicos quando crescemos iconoclastas. Até os super heróis dos quadrinhos têm segredos sórdidos, preferências sexuais pouco ortodoxas, medos incontidos. Nada escapa aos olhos crus de uma adolescente órfã de heróis.
Meio desesperada e ainda adolescente, adotei alguns dos meus pais e sofri com a morte moral de um deles recentemente, o Genoíno. Já adulta, tomei outros do meu irmão, mais fortes e interessantes com suas conquistas extremas, mas distantes da minha realidade de café e sofá.
Apenas um deles ficou e se tornou mais próximo quando me mandei de mala e cuia pras Antípodas. Sir Edmund Hillary, o primeiro ocidental que nos anos 50 escalou o Everest.
Esse ícone nacional da Nova Zelândia, estampado na nota de 5 dólares neozelandeses e exemplo do que se pode chamar de cultura kiwi ou “kiwi lifestyle” assumiu um papel importante na minha “educação” para um mundo melhorado, povoado por pessoas com valores fundamentais que não mudam com o tempo. Um mundo com heróis finalmente!
Quando vim pra cá morar ao pé do Ruapehu (o vulcão), soube que Sir Ed (como era chamado por aqui), aos 16, numa excursão da escola ao Ruapehu, ficou fascinado pela montanha. Não o culpo. Eu, que vim do Planalto Central, sofri uma espécie de epifania diante “dele”, coberto de neve, radiante numa noite clara de verão.
É quase ridículo assumir publicamente que me senti próxima do herói. Eu, uma medrosa profissional, de repente, entendi melhor meu irmão e suas aventuras, suas conquistas e, finalmente, seus heróis – Shackleton, Scott, Klink, Blake, Cousteau…Hillary.
Depois, à medida em que ia me aclimatando, o jeito “kiwi” de viver pareceu menos absurdo e rude. O DIY (Do it yourself), o andar descalço, o prático antes do bonito… E, mais uma vez, Sir Ed, que se definia como um “ordinary kiwi bloke” (um neozelandês comum), serviu de modelo.
Ele subiu o Everest, chegou ao Pólo Sul, subiu o Ganges e muito mais. Sobreviveu a todos os tipos de intempéries naturais e interiores até falecer hoje, aos 88 anos, na mesma casa de fazenda em que nasceu, nos arredores de Auckland, e para onde sempre voltou depois de cada viagem.
O Himalaia tomou-lhe bons anos de vida (incluindo as expedições e depois a construção de hospitais e escolas com os fundos de ajudou a levantar mundo afora), a mulher e a filha adolescente (mortas num acidente de avião nas montanhas nos anos 70), a alegria de viver (uma depressão que durou anos depois do acidente). Mas o herói, e mais herói por isso, sempre contou do que as montanhas lhe deram, do que aprendeu perambulando por lugares longínquos e, principalmente, por entre as pessoas que lá vivem, como os Sherpa, que, segundo ele, resgataram-lhe a paz de espírito.
Fiquei triste com sua morte hoje. Não é fácil saber da morte de um herói, ainda mais com tão poucos. Procurei consolo falando dele pra minha filha, que me ouviu com olhinhos arregalados e curiosos de bebê. “Kiwi” como Hillary, Clarice crescerá ouvindo muito sobre o herói de seus pais até que encontre os seus próprios. Até lá, Clarice, como diria Sir Ed, “be determinate, aim high”!
Recebi esta imagem do Diogo Chiuso:
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