Nada como o cruzamento do pior do capitalismo com o totalitarismo. O New York Times noticia a retirada do ar de um conhecido blog chinês pela Microsoft a pedido do governo chinês. O site noticiava uma greve de jornalistas em protesto contra a demissão de um editor do Beijing News por discordar do PC Chinês. O Blog do China comenta o assunto.
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Finalmente saiu o site de notícias da Google em português…
E prosseguindo com minha busca pelas caixas abarrotadas de passado, eis que também encontrei meu primeiro conto publicado: Gusto de sangre, de Março de 1990, jornal El Día, Latacunga, Equador. Também foi escrito originalmente em espanhol e dentro da mesma linha adolescente-militante do artigo citado abaixo.
Ainda revirando meus arquivos, que encontrei em duas caixas aqui em São Paulo, dou de cara com o exemplar do jornal no qual publiquei meu primeiro artigo: Gaya, Nuestra Diosa, pide auxilio. Trata-se obviamente dum reflexo da minha chatérrima fase ecoxiita, o que prova a meus amigos ecologistas que eu já era um agitador enquanto muitos deles agitavam chocalhos e, por isso, passada essa etapa de aborrescência mental, isto é, de agitação, ecologismos radicais e místicos já não me emocionam em nada. O jornal chama-se El Día e é o principal jornal da cidade de Latacunga, no Equador, onde fiz intercâmbio estudantil entre 1989 e 1990. (Não é chique? O primeiro texto que publiquei foi escrito originalmente em espanhol…)
“Em artigo publicado no Globo do dia 21, Miriam Leitão reconhece que ‘houve falha generalizada no sistema de acompanhamento do que se passa no país. Um dos culpados é a própria imprensa… Não vimos que o dinheiro era farto demais no PT para ser de boa fonte’.
“A admissão da verdade, mesmo tardia, pode ser um mérito, contanto que não venha acompanhada de novas mentiras incumbidas de embelezar os erros confessados, dispensando o pecador de tentar corrigi-los e ainda autorizando-o a cometê-los de novo com consciência tranqüila.
“Miriam começa por mentir no uso do verbo. ‘Não vimos’, uma pinóia. Eu vi tudo, denunciei tudo, expliquei tudo, escrevi artigo em cima de artigo, no próprio Globo , para alertar contra a criminalidade petista.
“A resposta de meus colegas veio sob a forma de silêncio desdenhoso, rotulações pejorativas, boicotes, risinhos cínicos com ar de superioridade, supressão abrupta de minha coluna em três órgãos de mídia.
“O mínimo indispensável de honestidade exige, daquele que admite por fim fatos longamente negados, o reconhecimento ao mérito de quem não foi ouvido quando os proclamou em tempo.
“Esse mínimo está infinitamente acima do que se pode esperar de quase todo o jornalismo brasileiro.”
(Mídia anestésica, por Olavo de Carvalho.)
“Os mesmos artistas que não vacilam um segundo sequer em culpar George W. Bush por qualquer espirro dado por um soldado americano a dezenas de milhares de quilômetros da Casa Branca têm se mostrado extremamente cuidadosos quando o assunto é prever as relações entre o nosso presidente e a realidade que o cerca, incluindo-se aí o esquema político-eleitoral-financeiro que o conduziu ao poder e o manteve governando até agora. Muitos desses artistas são os mesmos que, por bem menos, esperneavam pelo impeachment de Collor ou de Celso Pitta. São figurinhas carimbadas da bravataria nacional.
“Artistas engajados sabem, enfim, onde, quando e em quem bater, embora se importem bem menos com os porquês fundamentais. Na crise atual, têm adotado um comportamento contraditório: ao mesmo tempo em que condenam a corrupção, fecham os olhos para os corruptos, com medo de enxergarem alguém conhecido. Alguns se dizem decepcionados, outros botam a culpa no “sistema político” (como se este fosse o mesmo que o clima, como se não fosse resultado direto da ação dos homens), na administração anterior, ou simplesmente se calam. Poucos parecem ter coragem de vestir carapuças.”
(Daniel Sant’Anna, no Mídia Sem Máscara.)
Vale a pena ler o restante do artigo, que comenta mais especificamente o comportamento de alguns artistas e veículos, digamos, mudernos.
Na minha crônica Sinhozinho Lula, eu comparei o possível comportamento de Lula ao de Sinhozinho Malta da novela Roque Santeiro. Mas, obviamente, tal analogia não passou de uma ironia: para mim está mais do que claro que Lula, além de saber de todas as safadezas do PT, foi ainda seu verdadeiro mentor. Mas para o empresário lulista Oded Grajew – um desses que ganham a vida fabricando as cordas que irão enforcá-lo – Lula realmente agia como o famigerado coronel de Dias Gomes. Veja o que ele responde, na revista Época desta semana, à pergunta O Lula sabia da corrupção?:
Acho que não sabia. Espero. (…) O Lula tem um estilo que é bem assim. Pode ser bom, pode ser ruim, mas eu via o Lula dizer: “Zé (Dirceu), essa lei é muito importante. Você tem de fazer com que ela passe”. Aí, depois, o Zé dizia: “Passou”. Mas o Lula não perguntava como ele tinha conseguido.
É ou não é exatamente o que escrevi? Palavra por palavra. Agora, cá entre nós, dizer que não sabe se isso é bom ou ruim é de uma falta de vergonha na cara sem limites. Realmente a má consciência é um pré-requisito para se ser um estatólatra.
Não sei se você já viu um certo SBT Notícias Breves, com duas jornalistas-apresentadoras exibindo as lindas pernocas sob a mesa. (Nunca são mostradas em Plano Aproximado de Peito ou de Tronco, mas em Plano de Conjunto.) E há sempre uma de mini-saia, as pernas cruzadas, de salto alto… Ai… E quando é preciso mostrar alguma reportagem, não há cortes, continuamos vendo as duas, mas agora de perfil, pois se viram para apreciar um monitor, enquanto o telespectador, se pertencer ao meu gênero, aprecia é outra coisa. (Aposto que as telespectadoras, cheias daquela conhecida malícia das rivais, tampouco prestam atenção ao que as tais jornalistas falam. Só devem procurar defeitos.) Ao fim do programa, só resta uma dúvida: Notícias breves? Que notícias? (E o Brasil afundando na lama…)
Quem já visitou o site da Veja sabe que certas matérias são de acesso exclusivo a assinantes e àqueles que compraram a revista da semana. No exemplar comprado na banca há, pois, uma senha – modificada a cada publicação – que deve ser usada no site. O fato é que conheço uma pessoa – um representante exemplar da “terceira idade”, com filhos, netos, aposentadoria, etc. – que é um hacker cheio de imaginação. Ao invés de burlar a segurança do site, passa numa banca de revistas, anota o número de acesso da Veja, e vai para casa acessar seu conteúdo. Realmente, internet não rima com acesso exclusivo…