blog do escritor yuri vieira e convidados...

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Blackle

Estudos mostram que um monitor, quando sua tela está inteiramente branca, consome 70W, e que, quando está inteira preta, consome 50W.
Segundo o Google Trends (site de estátistica do Google), em média 3.750.000 pessoas acessam o site do Google simultaneamente.
Desta forma, se a tela do Google fosse preta, haveria uma economia mundial de cerca de 750 Megawatts/hora.

1 kWatt = R$ 0,02 => 750 000 kWatt = R$ 15.000,00

Portanto, se a tela do Google fosse preta, haveria uma economia mundial de cerca de R$ 15.000,00 por hora.
Pensando nisto, a Heap Technology criou o Blackle, um site igual ao Google e ligado ao mecanismo do Google, porém preto. O Blacke, além de tudo, conta quantos usuários estão logados no momento e mostra o que isso significa em kilowatts/hora de energia economizada.

UPDATE:
Não se trata exatamente de um hoax, mas como tem muito nego com tempo no mundo, parece que esta história do Blackle já andou gerando polêmica. No Techlogg há um teste definitivo que contesta algumas das alegações de economia de energia feitas pelo site da Heap Technology. Segundo eles, em monitores CRT de fato há redução no consumo, mas longe da escala mencionada pelo Blackle, conforme cálculo acima. Por outro lado, segundo o Techlogg, nos monitores LCD, que brevemente serão maioria, pode na verdade haver um aumento de consumo com a tela preta.

Iceman

Na internet ninguém tem filhos, nem estrias, nem cicatriz de cesariana. Eu também era apenas um nome bonitinho — Iceman —, algo que sugeria vagamente meu desprezo pelo mundo, mas não delatava minha barriguinha, minhas pernas magras e os comprimidos contra calvície. Quando nos encontramos é claro que isso veio à tona, e ela pensou em acabar tudo, pegando meu telefone e prometendo ligar qualquer dia. Mas eu era advogado, tinha um Audi e pagaria sem dificuldade uma pousada em Cabo Frio ou Búzios. Ela costumava sair com jovens bonitos, que esbanjavam cabelo e bíceps, mas eles viviam de pequenas pontas em novelas e eventos, tinham no máximo um Pálio, e não persistiam quando descobriam o garoto. Por isso ela teve uma pequena vertigem quando insisti em pagar a conta. Estava ao mesmo tempo revendo seus conceitos de homem ideal e se perguntando qual seria a melhor hora para falar em Daniel — se antes ou depois da primeira foda. Decidiu que depois era melhor, assim já teria me mostrado aquelas habilidades especiais que ela não aprendera na escola — nem com os pais — e justamente por isso considerava seu poder mais autêntico e confiável. Foi aliás lembrando desse poder que ela encontrou segurança para já falar em como gostava de Cabo Frio e seu mar calmo e esverdeado. Eu, que nunca dei a mínima para praia, afirmei terminantemente que amava Cabo Frio e seu mar calmo e esverdeado. Eu amaria o mar, a areia e até as palmeiras de qualquer lugar se a mulher que me acompanhasse tivesse a delicadeza de me dar, em troca da viagem, o merecido deleite sexual. Ela era jovem e muito bonita — a cicatriz de cesariana era insuspeitável naquele momento — e me parecia que a troca valeira a pena.

De fato valeu. Uma pequena cicatriz não faz diferença nesses momentos, a não ser pela interrogação que suscita. Ela me falou de Daniel, da pertinácia da sua bronquite e do seu desprezo inabalável a tudo que não estivesse diretamente ligado a jogos de computador. Falou das intermináveis horas-extras que ela fez para pagar o cursinho de inglês, enquanto ele matava aula para freqüentar uma lanhouse. Para arrematar, acrescentou que o estado precisava buscar mecanismos mais eficientes de controlar os jovens, antes que eles se tornassem marginais, drogados e pais solteiros. Como toda brasileira, ela achava que qualquer problema devia ser de alguma forma resolvido pelo estado, cabendo aos cidadãos apenas o dever imprescindível de ir à praia e ver televisão.

Não foi difícil perceber que aquele menino era a chave para dominá-la. Se eu me aproximasse do garoto, se o fizesse repetir algumas frases em inglês, se conseguisse convencê-lo da utilidade de ter um maldito diploma, ela se apegaria tanto a mim, desejaria tanto a minha permanência na sua vida, que talvez chegasse até mesmo a sentir algum prazer quando estivesse me chupando. Foi por isso que decidi comprar o playstation no natal; foi por isso que mencionei o fato de os fabricantes de games serem formados numa faculdade chamada “ciência da computação”; e foi ainda por isso que paguei a conta do oculista e os óculos ridículos que davam o contorno definitivo daquela cara de néscio.

E foi assim que eu vivi o delicioso prazer de ter razão. Valéria me amou intensamente, suportou bravamente meus gritos e momentos de cólera, me chupou algumas vezes na sala, quando o rapaz estava trancado no quarto, cantando alguma gordinha pelo msn. Pensei várias vezes em abandoná-la, mas descobri que de vez em quando eu também gostava da sua companhia. Ela era a única namorada de quem eu não precisava esconder as garrafas de Red Label. Ela foi a única que ficou comigo depois que os médicos me explicaram o que era pancreatite aguda.

O menino é que nunca me engoliu. Depois que se formou, arrumou um emprego numa multinacional, e disse que não queria mais nos ver. Explicou que gostava muito da mãe, só que não suportava sua condescendência com meu autoritatismo. Mas de vez em quando ele escreve pedindo algum dinheiro e Valéria se lembra de como ser carinhosa e usar uma lingerie. Acho que somos uma família.

Olho de Vidro

O blog sobre cinema da Sertão Filmes, editado pelo Pedro Novaes e do qual eu e o Paulo Paiva somos colaboradores, já está em seu novo endereço. Agora só falta recolocar os links e demais firulas bloguísticas. Cada dia está com um visual distinto, mas uma hora haverá de encontrar sua própria cara. (No começo, não curti esse título, mas o Pedro insistiu e já estou começando a achá-lo engraçado.)

O blog do Fernando Meirelles

O Pedro Novaes me enviou o link do blog Blindness, uma espécie de “diário de viagem” do diretor Fernando Meirelles pelas entranhas da produção de seu filme mais recente, uma adaptação do romance do José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira. Em geral, quando leio textos de pretensos diretores de cinema, me lembro daquela sentença do Fernando Pessoa na boca de Bernardo Soares: “Ofende-me o entendimento que um homem seja capaz de dominar o Diabo e não seja capaz de dominar a língua portuguesa”. Aqui, Pessoa se referia a um livro sobre ocultismo pessimamente escrito. Mas fico particularmente irritado quando alguém tenta dominar o diabo da técnica cinematográfica sem antes dominar a escrita. O Fernando Meirelles prova que não é um desses: o cara manda bem.

Para quem tem interesse nos bastidores de uma produção cinematográfica, para quem trabalha ou quer trabalhar com cinema, o blog é uma mão na roda. Aliás, uma amiga que trabalhou durante dois anos na produtora O2 me disse que, lá, o Meirelles é visto como uma espécie de guru interno. Já um de seus sócios, segundo ela, é o mauzão da área. (Parece que as demais sócias são mulheres.) Ao fim e ao cabo, os caras são espertos e sabem que não são apenas as duplas policiais que devem ter um cara que bate e um que fala manso. Cinema também é diligência.

Com relação a diretores que sabem escrever, sugiro ainda os livros/textos de Andrei Tarkovsky, Andrzej Wajda, Glauber Rocha e François Truffaut.

Uma palestra no Second Life



Esta foto dá uma idéia de como é uma palestra no Second Life. Os avatares se sentam no anfiteatro e assistem às apresentações em Power Point, além, é claro, de ouvir a voz do palestrante ao vivo (ou, como se diz no internetês, em “tempo-real”), graças às facilidades do Voice Chat.

Sim, alguém aí pode se levantar e dizer: “Para quê isso? Já dá para acompanhar, por exemplo, ao Olavo de Carvalho ao vivo no seu programa True Outspeak, e com a mesma possibilidade de lhe fazer perguntas. Para que essa bobagem com bonequinhos?” A diferença é que, no Second Life, a gente consegue ver quantos são esses ouvintes, quem são e, após a palestra, trocar idéias, contatos e iniciar novas discussões, uma vez que o Voice Chat é capaz de comportar todas as vozes presentes. E mais: fiz o teste e sei que dá para gravar esses diálogos com o Audacity. Depois, basta subir o arquivo de áudio para algum site ou, o que me parece melhor, convertê-lo em vídeo, usando as fotos da palestra como um slideshow, e colocá-lo em seguida no You Tube.

Vale lembrar que, sempre que algum livro, artigo ou site é citado, basta escrever seu título ou endereço no chat de texto, durante a própria palestra com o Voice, e esses dados ficam guardados no histórico do seu SL.

Mas tudo isso, obviamente, é só para quem gosta de “joguinhos” de computador…

(Se eu tivesse grana para bancar uma área, criaria minha própria universidade virtual. Já tenho até a lista de professores a serem convidados…)

Um clandestino

O anti-spam do Gmail costuma funcionar perfeitamente e é mais comum vê-lo barrar mensagens legítimas, escritas por amigos e conhecidos, do que deixar passar um email indesejado. Mas a mensagem abaixo entrou clandestinamente na minha caixa de entrada, chamando minha atenção pela forma com que os caras conseguiram burlar os filtros de palavras-chave. Claro, deve ser a coisa mais batida do mundo, mas pelo menos para mim foi uma novidade. O mais engraçado é imaginar a fé do remetente em nossa boa vontade de decifrá-lo. Trata-se dum convite para quem quiser ganhar dinheiro com o câncer alheio… (Só podia ser uma coisa… assim… agradável.)

Rum’or N-e-w,s,:
O_n’cology M-e*d+. I_n*c’. (_OTC: O NCO) a Ca+ncer Tr eatme*nt Sol_utio-ns Gro-up is s,a i,d to h’a.v-e
exp++erienced o_v_e r a 100 0% inc+_rease in reve*n,ues f’o r t-h*e fisca+l 3’r’d q,uarter en_ding J_u+l_y+,
2’0-0-7 compar*.ed w,i*t-h t.h+e pri*or y+e-a.r whi,le fi’scal fo,urth qu_arter resu+lts f+o r 2_0+0+7 a r.e on
tr ack to exc_eed t_h_i,s ye,ar’s thi*rd q*uarter resu.lts.
O.N’C-O add,itionall-y plan,s to in-cre-ase se,rvice off_.erings whic-h a’r*e c-urre’ntly und*erwa-y.
Don’’t w,a’i_t f+o’r t_h’e n-e’w s to c*o+m*e o’u,t a,n+d l_o,s,e t,h.e oppor+t-unity to g,e+t in fron_t of the
genera_l inve,st_ing publi,c. On*co,logy M’e,d is in a mul,.tibillion do,llar ind,us+try w’h+e’r_e
t-h,e-y a+r e ga+ining m+arket s,hare rapi+dly.
C.a-l l y-o’u+r br,oker n’o,w f*o.r O+N’C.O+.

Pronto, agora vc já sabe que técnica usar para escapar do Echelon. Aposto que é invenção do Bin Laden.

Não falha, mas tarda

Estamos hospedados há alguns meses no DreamHost. O serviço é bom, há mil e um recursos, dificilmente ocorrem downtimes, e coisa e tal. Mas sinto que o site ficou bem mais lento. Às vezes a página leva mais de 5 segundos para carregar, o que é deveras irritante. Ossos da decisão de adotar o serviço duma empresa cuja voracidade vem assustando suas rivais e, muito provavelmente, absorvendo mais clientes do que é capaz de suportar.

Um dos meus sonhos de consumo – além, é claro, do veleiro, do Porsche e da Harley Davidson – é poder pagar um servidor dedicado. Um dia a gente chega lá.

Vergonha nacional

Já estou tão consciente de que não sou um blogueiro – ao menos um que preste – que nem sequer tomei conhecimento deste excelente protesto nerd: procure pela expressão “vergonha nacional“, no Google, e você encontrará o site do Senado Federal. (Clique aqui e confira.)

(Via ex-blog do César Maia.)

Cadê o Digestivo Cultural?

Um dos meus maiores desejos, no tocante à vida virtual, era poder dizer: amigos, hospedem seus sites em serviços brasileiros! Mas, após passar por maus bocados com dois dos maiores serviços de hospedagem locais, transferi meu site – sim, há cerca de quatro anos – para serviços internacionais e, embora tenha passado por um ou outro transtorno, nunca amarguei a perda de dados. Outros problemas inerentes ao trabalho de qualquer webmaster – downtimes, lentidão, instalação de módulos, etc. – ainda poderão ocorrer, mas como os serviços estrangeiros costumam custar 70% mais barato que os brasileiros não fica difícil relevá-los. Agora, realmente, perda de dados é o fim da picada. E, até o momento, parece que é exatamente o que vem ocorrendo com o Digestivo Cultural, site do qual sou colaborador. (Clique nos links da página inicial e veja o que ocorre.) Escrevi ao Julio Daio Borges, o editor, e ele me disse que já está nesse sofrimento há cerca de duas semanas. O nome do seu algoz? Terra Empresas. Se estiver pensando em hospedar seu site com ela, muito cuidado. Pela descrição que ele me fez do contato com o suporte técnico, tudo se passa como num desses casos cyber-kafkianos em que a empresa diz que está tudo sob controle sem demonstrar, em qualquer uma de suas respostas, que ela realmente sabe o que está acontecendo.

Boa sorte aí, Julio, espero ver o site online o mais breve possível.

Second Life, a volta do que não foi

Enquanto não me afogo em minhas próprias secreções nasais (argh!!!!) surfo distraído pela Internet e trombo com esta matéria do Estadão. “O fim do Second Life como o conhecemos“. Mas o futuro já acabou? Pensei, entre uma e outra aplicação de Aturgil. Lembrei-me imediatamente de outra notícia, agora do Portal G1, “Atração ‘De volta para o futuro’ é desativada no parque da Universal“. Eu gostava muito desta série, cujo melhor filme é, como quase sempre, o primeiro. A partir de então assisti a tudo que o diretor Robert Zemeckis fez. Discutia-se, há pouco tempo, a possibilidade de mais um filme da franquia, mas a suspensão do brinquedo no parque da Universal jogou um balde de gelo na boataria.

E o Second Life? Bem, as possibilidades iniciais do joguinho (joguinho, joguinho, joguinho) se esgotaram rapidamente a medida que as pessoas iam descobrindo o óbvio. A vida do dia-a-dia é muito chata, seja ela virtual ou não. Segundo a matéria do Estadão

O modelo de exploração se esgotou rapidamente. Levar uma segunda vida ficou chato e sem graça para 80% dos usuários, que abandonaram seus avatares depois da “febre” no início do ano. Hoje, há 9,2 milhões de residentes cadastrados, mas apenas 465 mil estiveram conectados na última semana.

Realmente, ajudar uma senhorita a ficar milionária com bugigangas para alguns tamagochis ultrasofisticados não iria muito longe, mesmo sendo a população mundial pouco atormentada pelo bom senso. A matéria abre flanco para mais uma modificação “revolucionária” (bem, eles não usam o termo, mas o título tem algo de fênix, né não?): a possibilidade de conhecimento gratuíto. Mas meu ceticismo deu o alarme. Querer redefinir o modo de relação das pessoas num ambiente virtual pelo diapazão intelectual é coisa complicada. Em geral nossas relações sociais se pautam pelo emotivo, pelas tonalidades afetivas. Bem esperemos. Ou ele se estabelece ou será mais um joguinho desativado.

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