blog do escritor yuri vieira e convidados...

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O islã segundo Wafa Sultan

Al Jazeera entrevista a psicóloga Wafa Sultan:

O polêmico aquecimento global

Rolou, no correr da semana passada, uma discussão interna entre os colaboradores deste blog, via email, a respeito do aquecimento global. Na verdade, participei mais enquanto observador – não tenho acompanhado esse tema com a devida atenção -, mas meus colegas de nome bíblico (Pedro, Paulo e Daniel) andaram medindo os bigodes. Paulo e Pedro já trabalharam nessa área por anos, tendo o Paulo sido superintendente do Parque Ecológico de Goiânia e o Pedro, geógrafo e consultor na área, além de cineasta, com documentários tratando do assunto circulando por aí. Ah, vale dizer que ele também traz os genes do pai, o jornalista Washington Novaes, com anos e anos de dedicação ao debate ambiental. Já o Daniel é mais como o autor deste post, imagino: assim como eu fui um militante da Fundación Natura, no Equador, foi ele membro de um grupo de militância ambiental anos atrás. Enfim, na referida discussão, meu único comentário foi: vcs deviam ter escrito isso tudo no blog. Já que ainda não vejo sinais do debate por aqui, aproveito para dar a deixa ao sugerir a leitura do post do Pedro Sette Câmara, Václav Klaus sobre o aquecimento global, no blog O Indivíduo.

O DC-6 do John Wayne

Dia 28 de fevereiro será reprisado, no Telecine Cult, o filme Um fio de esperança (The High and the Mighty) (1954), protagonizado por John Wayne. Trata-se, salvo engano, do primeiro filme a explorar o drama de passageiros e tripulação de um vôo comercial em pane. Ou seja: é o avô da série de filmes Aeroporto dos anos 70, que, nos anos 80, desembocou em Apertem os cintos o piloto sumiu. Bom, minha intenção não é tratar exatamente do filme, mas sim do avião Douglas DC-6 utilizado nas filmagens.

Esse avião foi comprado em 1957 por uma das maiores empresas brasileiras de aviação à época, a Lóide Aéreo Nacional, da qual meu pai foi funcionário. Em 1961, o presidente Jânio Quadros foi informado de que o coronel Marcílio Gibson Jacques – veterano da Segunda Guerra e um dos proprietários da Lóide – estava contrabandeando motocicletas para o Brasil em caixas que supostamente traziam peças de avião. Filmes como O Selvagem, com Marlon Brando, haviam alavancado o interesse por motos, mas os impostos cobrados pelo governo brasileiro tornavam a compra desse sonho de consumo mais sonho que consumo. Jânio Quadros fez então aquilo que nossos políticos chamam de política, a saber, colocou o coronel Gibson contra a parede: ou ele vendia por uma quantia irrisória a Lóide Aéreo para a Vasp (uma autarquia do governo paulista) ou iria para a prisão por contrabando. Assim, neste mesmo ano, a Vasp, para espanto do mercado, comprou sua rival várias vezes maior e mais cara que ela própria. Mas essa é uma outra história…

O DC-6 do filme tornou-se, pois, propriedade da Viação Aérea de São Paulo, com quem permaneceu até mais ou menos 1968, quando então a Vasp passou a adquirir apenas jatos da Boing. O avião, aliás, tinha uma placa de metal logo à entrada da cabine: “Este avião serviu como palco do filme Um fio de esperança, protagonizado por John Wayne”. Em 1968, já funcionário da Vasp, meu pai tentou vender o avião para uma empresa de Buenos Aires, que preferiu adquirir um dos Vickers Viscount da empresa paulista. Hoje, se o avião ainda existir, deve pertencer a alguma empresa do Peru, Bolívia ou Colômbia – meu pai não se lembra quem ao certo o comprou. Em meio à desordem dos nossos aeroportos, isto talvez signifique que não somente a Vasp, mas também todo um leque de companhias de aviação nacionais, realmente perdeu seu último fio de esperança…

O Psicanalista e a Imputabilidade

Contardo Calligaris, na Folha de hoje, sobre a redução da maioridade penal:

CONTARDO CALLIGARIS

Maioridade penal e hipocrisia

Nossa alma “generosa” dorme melhor com a idéia de que a prisão é reeducativa

UM ADOLESCENTE de 16 anos fazia parte da quadrilha que arrastou o corpo de João Hélio, 6 anos, pelas ruas do Rio.
A cada vez que um menor comete um crime repugnante (homicídio, estupro, latrocínio), volta o debate sobre a maioridade penal.
Em geral, o essencial é dito e repetido. E não acontece nada. Aos poucos, o horror do crime é esquecido. Não é por preguiça, é por hipocrisia. Preferimos deixar para lá, até a próxima, covardemente, porque custamos a contrariar alguns lugares-comuns de nossa maneira de pensar. 1) A prisão é uma instituição hipócrita desde sua invenção moderna.
Ela protege o cidadão, evitando que os lobos circulem pelas ruas, e pune o criminoso, constrangendo seu corpo. Mas nossa alma “generosa” dorme melhor com a idéia de que a prisão é um empreendimento reeducativo, no qual a sociedade emenda suas ovelhas desgarradas.
A versão nacional dessa hipocrisia diz que a reeducação falha porque nosso sistema carcerário é brutal e inadequado. Essa caracterização é exata, mas qualquer pesquisa, pelo mundo afora, reconhece que mesmo o melhor sistema carcerário só consegue “recuperar” (eventualmente) os criminosos responsáveis por crimes não-hediondos. Quanto aos outros, a prisão serve para punir o réu e proteger a sociedade.

Maioridade penal

Conforme escrevi em Novembro de 2003, acho que a maioridade penal não deveria ser reduzida para 16, 14 ou 12 anos de idade, mas aumentada para 55 ou 60 anos. Seria o primeiro passo em direção à consciência de um fato inquestionável: este país é uma terra de gente babona, catarrenta, imatura e infantilizada até a medula. Do contrário, um coitado como o Lula – em meio a mensalões, dólar em cueca, assassinatos de prefeitos, conexões com FARC, Chávez, etc. – enfim, um tagarela como ele jamais teria sido eleito. Aliás, segundo a revista Época, o ministro da Justiça vai fazer corpo mole e fugir de qualquer atitude mais drástica para com a bandidagem simplesmente porque… ora, porque a ONU não quer uma tal atitude…

Reforma Política

Deve chegar ao Congresso Nacional, depois do carnaval, o texto final dos projetos de lei da reforma política – tão esperada e sempre adiada. Um deles relatado pelo deputado federal Ronaldo Caiado, aqui da terrinha. O projeto foi moldado não apenas pela comissão especial de reforma política do Congresso, mas também assimilou sugestões da sociedade civil organizada, principalmente pela OAB.

Muita gente já comentou o documento. Alguns, como o Tio Rei, soltando os cachorros para cima de propostas como a que permite a convocação de plebiscitos e referendos sem a aprovação do Congresso. Ou elogiando o documento e, ao mesmo tempo, repudiando sua impossível aprovação, já que boa parte das propostas não agrada aos senhores congressistas.

O que eu queria fazer, entretanto, é uma pequena digressão sobre os objetivos da reforma política, porque eles contém valores políticos fundamentais, além de introduzir no debate político aqui do blog uma perspectiva um pouquinho mais analítica.

Esquerdismo na América

O Alex Castro depois que foi para os EUA está cada vez mais esquerdista.

Buraco sem fundo

Do Diego Casa Grande:

Fiquei uma semana nos Estados Unidos. Voltei neste domingo. Minha sensação é a pior possível. O Brasil está pior, muito pior. Aliás, nosso país vem piorando a cada semana há décadas. Quando embarquei naquele avião no início do mês, o menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, ainda estava vivo. Não tinha sido arrastado por 7 quilômetros preso ao cinto de segurança, enquanto deixava pedaços do corpo espalhados por vários bairros do Rio. Antes, segundo a mãe, era um menininho faceiro e brincalhão. Sorriso lindo agora só visto nas fotos. Há pouco tempo foi o outro menininho em São Paulo, fritado vivo dentro de um carro com a família. Antes tinha sido aquele outro ônibus no qual a vítima havia sido um bebê e uns outros desafortunados que estavam no lugar errado, na hora errada. E antes teve aquele, e aquele outro também.

E assim vamos em frente, vendo a barbárie tornar-se algo cotidiano, impregnado em nossa sociedade, e apenas rezando para que não chegue até nós. Mas é só. De resto, a sociedade brasileira não faz nada além. Não há um único movimento da sociedade civil organizada no sentido de conter uma das vertentes principais da criminalidade: a impunidade. É ela a grande vilã do presente e do futuro do Brasil como nação. É ela que permite à bandidagem comandar quadrilhas de dentro das cadeias, autoriza um Pimenta Neves a matar a namorada pelas costas, ser julgado, condenado, e ter a mesma liberdade que eu tenho de andar nas ruas, dirigir o meu carro e tirar um filme na locadora. É a impunidade que garante aos mensaleiros andar de cabeça erguida, como se honrados fossem, fazendo discursos no Congresso e gastando nos duty frees nas horas vagas. É também ela que joga na rua um menor delinqüente chamado Champinha, que violentou uma jovem durante três dias para depois assassiná-la com mais de 20 facadas.

(Continue lendo este artigo.)

Ernesto Varela, o repórter

Em 2003, escrevi um post curto sobre o repórter Ernersto Varela, personagem criado por Marcelo Tas (Varela) e por Fernando Meireles (Valdeci), da produtora Olhar Eletrônico. Como ainda não havia You Tube para ajudar a ilustrar o post, segue então agora o Trailer de Perguntas:

Flor no Pântano

Zé Eli da Veiga, na Folha de hoje, vê a candidatura de Gustavo Fruet à presidência da Câmera como um sinal auspicioso para a política brasileira:

Flor no pântano

JOSÉ ELI DA VEIGA

A vacilação tucana na eleição do presidente da Câmara foi mais um sinal de que uma “economia política do possível” vai se impondo

NADA DE melhor brotou na Câmara dos Deputados nos últimos anos do que a candidatura do paranaense Gustavo Fruet. Verdadeira flor no pântano. Principalmente porque obrigou os dois candidatos de São Paulo a responderem questões que prefeririam manter sob os imensos carpetes palacianos.
Serão dignos de louvor, portanto, os deputados que efetivamente apoiarem essa alternativa renovadora, a começar por seus companheiros de partido.

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