É incrível como tem gente que perde seu tempo entrando num site apenas para fazer comentários mal-educados e grossos. Em geral, fazem isso cheios de indignação, querendo nos dar “uma lição”. Como se eu fosse aprender algo de quem é capaz de entrar na minha casa e cagar no meu tapete… Se não concordam com o que lêem, deveriam ao menos ter a delicadeza de serem racionais. Ó, emoção! Única razão dos tolos! (Palavra de quem já foi tolo.)
Categoria: este blog
Segundo o Site Meter, de Agosto de 2003 pra cá, meu site recebeu cerca de 41106 visitas (53023 page views). Eu sei que tem gente mil vezes mais requisitada, mas, para mim, já está de bom tamanho. Obrigado aos navegantes!
Amigos, este blog completou um ano em Maio e, de Junho pra cá, finalmente pude – com a ajuda do Movable Type – reformulá-lo e assumir total poder sobre ele. Agora já não haverá aqueles problemas pentelhos do Blogger, que ora estava em manutenção, ora sumindo com meus arquivos, ora ignorando meus templates, além de outras chatices técnicas. Com o Movable Type este site ganha novas funções, tais como o trackback – que servirá de ponte para outros blogs -, o sistema automático de notificações – agora associado aos meus livros on line – e um sistema próprio de comentários, o que o livrará da sacanagem da Yaccs de engolir todo comentário que ultrapasse os dois meses de idade. Claro que alguns detalhes ainda devem ser corrigidos, como por exemplo a incapacidade que o script de importação de comentários apresentou em compreender os caracteres acentuados, e semelhantes, da língua portuguesa. Nada que uma revisão minuciosa não possa corrigir. O importante é que estou livre desses sistemas gratuitos que, a longo prazo, acabam saindo muito caro, principalmente para quem pretende realizar um trabalho sério.
Outro detalhe digno de nota é o fato de que agora este blog está “RSSficado”, clique aqui. Não sabe o que é isto? Então informe-se:
“O RSS (Rich Site Sumary) é um formato padronizado mundialmente para troca de notícias e usando RSS você pode ler as manchetes de seus sites preferidos sem precisar visitá-los a toda hora. A idéia do Projeto RSSficado é permitir que você acesse notícias de diversas fontes (fontes estas que geralmente disponibilizam notícias apenas para acesso via navegador HTML) em um único programa (RSS reader), permitindo que você se mantenha informado e otimize seu tempo. Geralmente as notícias no formato RSS fornecem um título, resumo da manchete e um link através do qual você pode obter maiores informações, dessa forma você só abre o seu navegador para ler aquilo que realmente lhe interessa.
Há RSS readers em vários sistemas operacionais. Um que recomendamos é o Feedreader, disponível para usuários do Windows. Outros leitores podem ser encontrados aqui.”
Bom, espero que desfrutem da mudança.
[Ouvindo: Where It’s At – Beck ]
Hesitei por muito tempo antes de iniciar meu próprio blog. Sim, pois não queria montar aqui um mero confessionário on line no qual meus parcos leitores não vissem senão o óbvio: que sou “apenas” um ser humano. (Talvez devesse acrescentar: um ser humano metido à besta, já que parece ser este o blogueiro típico.) Pois é, precisei antes definir uma linha, um alvo, sem ficar no banal do dia-a-dia. Afinal, as pessoas adoram comprar biografias só para descobrir, por exemplo, que Poe, além de “poedar”, também peidava (desculpe, não resisti); que Maupassant era, além de genial, um azarado que pirou graças à sífilis contraída muito provavelmente de uma prostituta (dizem as boas línguas que foi hereditária); que Freud desmaiava frescamente cada vez que se deparava ou com o porvir inexorável da própria morte, ou com a possível morte de seu legado; que Chaplin, em sua autobiografia, e talvez por trauma à pobreza passada, passa mais tempo falando de dinheiro que de sua família; que Chopin era, no dia-a-dia, a “esposa” da George Sand; que Henry Miller abandonou uma filhinha de três anos e só a reviu trinta anos depois; que Uccello largava na cama sua injuriada mulher para ficar suspirando diante de uma tela: “que coisa doce é a perspectiva!”; que Einstein, sem sofrer a mesma discriminação equívoca, era tão disléxico quanto George Bush jr; que Jimmi Hendrix foi paraquedista do exército e acreditava, para espanto dos integrantes de sua banda, que a ação norte-americana no Vietnã era legítima; que Albert Camus quase morreu de tédio em sua viagem pelo Brasil; que David Lynch guarda, sobre a lareira da sua casa, um vidrinho com o útero de uma amiga mergulhado em formol (eca!); que boa parte do tom rancoroso de Karl Marx, em “O Capital”, deve-se, segundo ele mesmo, aos doloridos furúnculos e carbúnculos que lhe infestavam a bunda; que Krishnamurti viveu um triângulo amoroso inusitado com um colaborador e a mulher deste; que certo “benfeitor” de Van Gogh usava seus quadros para tapar os buracos dum galinheiro; que Lima Barreto criou a Liga Brasileira Contra o Futebol e achava um absurdo a crença geral de que tal esporte “levaria longe o nome do Brasil”; que Goethe, para horror do pavio curto do Beethoven, inclinou-se reverentemente diante de Napoleão; que Mishima fazia protestos estudantis, não pintando a cara, mas o chão com suas próprias tripas; e, finalmente, que São Francisco de Assis, além de ser um grande homem, também peidava. Santamente.
Sim, é verdade, as pessoas amam descobrir as pequenezes alheias para se sentirem maiores por dentro. Querem rebaixar os grandes para elevarem-se a si mesmas. Mas eu… bem, não quero ser apenas um fofoqueiro de mim mesmo, não quero exibir minha mediocridade – ou pior, minha animalidade – para alcançar uma identificação rasteira com quem me lê. O que me atrai é o “fantástico”. (Não estou falando do programa da Globo não, engraçadinho.) Tampouco quis reunir um elenco de literatos viciados em Borges, Bioy Casares, Bulgakhov, Poe, Lovecraft, etc. para falar do “fantástico” de tabela. Prefiro ser direto, buscando as fontes, acreditando, como os antigos gregos, que se a Arte é um tipo de “cópia” (mímese) do mundo real, então vamos buscar o fantástico na realidade, sem fazer “cópia” da “cópia”, sem mimetizar, enquanto tema, as obras já consagradas.
E, claro, vezenquando não farei outra coisa senão falar e refalar de literatura, política, religião, arte, ciência, enfim, da realidade cotidiana, esse fluxo fantástico de tempo-espaço sobre um eixo eterno e transcendente: a Vida.
Seja o que Deus quiser!