Certos espíritos dificilmente admitem que uma coisa simples possa ser bela, e menos ainda que uma coisa bela é, necessariamente, simples, em nada comprometendo a sua simplicidade as operações complexas que forem necessárias para realizá-la. Ignoram que a coisa bela é simples por depuração, e não originariamente; que foi preciso eliminar todo elemento de brilho e sedução formal (coisa espetacular), como todo resíduo sentimental (coisa comovedora), para que somente o essencial permanecesse. E diante da evidente presença do essencial, não o percebendo, até mesmo fugindo a ele, o preconceituoso procura o acessório, que não interessa e foi removido. Mais pura é a obra, e mais perplexa a indagação: “Mas é somente isto? Não há mais nada?” Havia; mas o gato comeu (e ninguém viu o gato).
Ó teu pai aí, Pedro.
FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, em Vila Boa de Goiás (segundo as más línguas, “Goiás Velho”).
(Via Blog do Altino.)
Hoje, meu sobrinho de cinco anos de idade chorou para não ir à escola. Disse minha irmã:
“Vai sim, você precisa estudar! Ou será que você quer ser presidente do Brasil quando crescer?”
Olha aí o Carlos Teófilo, Pedro:
Agora só falta estender a competição paralela…
BigMac é BigMac, mas eles
chamam de Le BigMac
John Travolta para Samuel L. Jackson, em Pulp Fiction (1994)
A evolução é algo realmente espetacular. Certos caminhos que ela escolhe podem, milênios depois, favorecer o sucesso ou o fracasso de uma espécie. Lembrei disso lendo na Reuters uma notícia sobre um tipo de big brother sobre pandas, na China.
Esse bicho fofinho, que todos adoram e é símbolo da luta pela preservação das espécies, corre risco de extinção em boa parte por uma escolha em seu caminho evolutivo — estou excluindo aqui o bicho-homem, já que esse é uma ameaça a qualquer ser vivo que exista.
Está circulando pela internet, por causa da Copa. É uma animação bem boa. Chama-se Corrente pra Frente, produzida pelo Laboratório de Desenhos. É de 2002, mas, do jeito que as coisas são no Brasil, ainda é bastante atual. Como não sei como postar a imagem em flash, copiei o link para a animação.
Eu e o Pedro Novaes ainda estamos ralando aqui no Festival Internacional de Cinema Ambiental, em Vila Boa de Goiás – enquanto monitores e roteiristas – na oficina de fotografia de cinema do Dib Lutfi, diretor de fotografia e/ou cinegrafista dos filmes “Terra em Transe”, “Como era gostoso o meu francês”, “A falecida”, “O Desafio”, “O Ponto de Mutação”, etc. As imagens captadas por Dib e seus alunos estão sendo editadas (com uma baita força da Aline Nóbrega) na oficina de João Paulo Carvalho, editor de dezenas de novelas e seriados globais, tais como O Sheik de Agadir, Irmãos Coragem, Selva de Pedra, Dancing Days, Malu Mulher, Plantão de Polícia, Carga Pesada (primeira versão), Armação Ilimitada, TV Pirata, etc., e dos filmes América (João Moreira Sales), Dom, Maria, Mãe do Filho de Deus (ambos de Moacyr Góes), Benjamim (Monique Gardenberg), entre outros, incluindo filmes da Xuxa, Renato Aragão e Angélica. O produto final das oficinas será apresentado na noite de encerramento do festival.
Cá entre nós: nada como tomar umas e outras com quem trabalhou junto a alguns dos maiores diretores brasileiros e com quem estava por trás da dinâmica do excelente Armação Ilimitada. Altos causos, altos papos. Os figuras são excelentes.
Depois deste fim de semana, quando tivermos tempo, voltaremos ao tema.
Aconteceu hoje…
Vinha de Cumbica, pela Marginal (asfalto, concreto, carros, carros, carros…), já pensando em onde iria comer rapidamente. Vi um McDonald’s e quase parei. Tentei ir ao Center Norte, mas perdi a entrada da pista local e passei do shopping. Como qualquer retorno em SP leva meia hora, segui. Peguei a Tiradentes, rumo ao centro.
Aí me lembrei da Pinacoteca. Lá tem um restaurante simples, bacaninha. Está mais para um café, em estilo europeu. Parei o carro em frente da Estação da Luz — está linda, depois de ter sido restaurada para abrigar o Museu da Língua Portuguesa.
Foi assim então o meu almoço solitário. Numa mesa ao ar livre, sob as árvores do Parque da Luz — que é bem bonito, com seu jardim em estilo inglês; inaugurado em 1825, é o primeiro parque da cidade, onde a aristocracia paulistana do século 19 passeava com os filhos.
Depois de comer um prato com picanha defumada (parece estranho, mas é bom), ainda tomei um expresso apreciando os raios do sol entre as grandes árvores, as esculturas, a estação, os colegiais uniformizados voltando para casa, os velhinhos caminhando pelo parque…
[Só nos resta falar de Copa…]
Zico é o craque da minha infância. Apesar de ser vascaíno, de termos tido o Dinamite, não dava para não se encantar com aquele Flamengo. Culpa do Zico. Aquele time dos anos 80 era genial. Culpa do Zico.
Mas o Zico não foi campeão do mundo — se tivesse sido, teria hoje o cacife do Maradona, do Beckenbauer, que são mais festejados no futebol mundial. Em parte, culpa do Zico mesmo.
Em 82, tudo bem, uma falha coletiva do time e o oportunismo de um até então desconhecido Paolo tiraram aquela seleção dos sonhos do topo do mundo. Mas, em 86, naquele penalty contra a França? Culpa do Zico. Embora indiscutivelmente craque, é lembrado por seus lances maravilhosos, mas também por aquela falha terrível.
Daí que andei pensando no Zico ultimamente. A seleção brasileira, com esta coisa perigosa de favoritismo, poderá decidir a vaga no terceiro jogo, contra o Japão. Já pensou se o Zico entra pra história como o brasileiro que despachou o Brasil? Culpa do Zico?